Ana Rita Correia nasceu no coração do Ribatejo, Santarém, a 13 de Maio de 1993. Aos 14 anos de idade descobriu que a leitura lhe proporcionava um escape para uma dimensão diferente, fazendo-a esquecer o que a rodeava. Fã incondicional de Nicholas Sparks, depressa decidiu que queria contar histórias. Queria escrever livros.
Dez anos depois, os cadernos de capa preta com as pequenas histórias que escrevia, deram lugar a livros impressos.
Continua a mesma leitora compulsiva, sobretudo para escapar ao stress do dia-a-dia da sua profissão como Designer de Interiores e Exteriores.
Boa tarde, Ana Rita, é um gosto enorme poder conhecer-te melhor e apresentar-te aos seguidores deste espaço, para começar, coloco-te esta questão: Como é que a escrita entrou na tua vida? Boa tarde Letícia. Obrigada pelo convite e o gosto é todo meu.
A escrita entrou na minha vida desde cedo. Mal entrei para a escola primária o meu avô insistia comigo para fazer cópias e ditados até mesmo nas férias. Só queria que eu fosse boa aluna e como passei grande parte da minha infância com os meus avós, a parte da escola estava sempre debaixo de olho da parte dele. Ensinou-me matemática decentemente, mas foi o português, a minha disciplina preferida, graças a ele e a tudo o que me ensinou. Mais tarde, após a sua morte comecei a escrever pequenas histórias. Curiosamente a minha primeira história foi sobre ele. Depois veio a ficção e após uma longa pausa, no Secundário voltei a escrever. Era o meu refúgio, um escape, ainda hoje assim é.
O que é que a escrita mudou em ti, enquanto pessoa? Tornou-me uma pessoa mais sentimental e capaz de se colocar na pele dos outros, afinal, quando nós criamos personagens não estamos a fazer nada mais nada menos que nos colocar-nos na pele deles. A escrita tornou-me uma pessoa melhor.
E enquanto escritora, o que mudou? Mudou muita coisa. O facto de eu ter o sonho de escrever um livro levou-me a enfrentar receios que tinha desde adolescente. Levou-me a lutar pelo que eu queria, desse por onde desse, sem nunca desistir ao primeiro “não”. Desistir não consta no meu dicionário, aprendi isso nos últimos tempos.
O teu primeiro livro “Tudo o que Sempre Quis” é um romance que tem como cenário uma vila à beira-mar, podes falar-nos um pouco sobre ele? “Tudo o que Sempre Quis” é o meu sonho tornado realidade. Aquele livro que escrevi aos 21-22 anos e levei 3 ou 4 anos a ter uma ideia do que podia fazer realmente com ele. Queria publicá-lo, era o meu maior desejo, levar a mensagem principal às pessoas. Não é apenas um romance, tem muitas formas de amor, fala sobre a amizade, o amor entre irmãos e a família no geral.
É sobre um grupo de jovens que se perde na vida e o destino junta-os um por um, por um motivo ou outro, numa vila à beira-mar, cruzando os seus caminhos. Fala sobre os erros que cometemos, as consequências e as segundas oportunidades, mas acima de tudo, fala-nos sobre o que fazemos pela nossa família e sobre o perdão. Sobre perdoar os outros e a nós mesmos. A mensagem principal é que pela nossa família vamos ao fim do Mundo se for preciso.
Envolve também mistérios, ação e aventura. Dizem que é pacote completo (risos)
Como surgiu a ideia para escrever este livro? A Vila que serve de cenário para a história é a Nazaré, uma vila que conheço muito bem desde pequena, sinto-me em casa lá e porque não as personagens fazerem da vila a sua casa também? E assim surgiu a ideia, do nada. No meio dos meus devaneios de escritora que achava que seria só mais uma pequena história e antes que desse por isso estava a escrever o meu primeiro livro e não queria terminar, achava que eles tinham sempre mais por contar.
Não posso dizer a ideia surgiu-me de determinada forma porque é mentira. Apenas surgiu-me na cabeça como uma pequena história que eu nunca pensei que chegasse até onde chegou.
Depois de ter a ideia do que queria foi fácil arranjar personagens que se encaixassem.
Que dificuldades encontraste no processo de escrita? Houve uns meses que me sentava e tentava escrever, mas não saía nada. Tive um bloqueio enorme, nada do que eu fizesse me ajudava a escrever. Era como se não soubesse como continuar. Pensei “É só mais uma história que fica a meio”. Então um dia, novamente do nada, inspirei-me. A inspiração voltou quando eu voltei a Nazaré e só queria escrever sem parar. Sentia que se parasse as ideias iriam desaparecer de novo.
A tua história é inteiramente ficcional ou tem conotação pessoal? A base é ficção, mas tem pormenores pessoais. Para quem já leu, a Sra Dª Rosário é uma versão de uma senhora nazarena que me é muito querida que eu chamo de avó. A pizzaria onde o Martim trabalha é uma versão melhorada do Mr Pizza da Nazaré. O avô dos irmãos (Salvador, Lucas e Helena) faleceu da mesma forma que o meu avô… Como disse, a base é ficção, mas tem pequenos pormenores tão meus que só quem me conhece bem dá por eles. Assim como as personagens são ficção, mas têm sempre um traço ou outro de pessoas que passaram pela minha vida ao longo dos anos. De certa forma sinto que este livro os está a homenagear, a imortalizar. Daí ser tão especial para mim, não só por ser o primeiro.
Ana, falemos um pouco da escrita a nível emocional, o que sentes quando escreves? Sinto-me livre. Sinto que sou capaz de fazer tudo aquilo que eu desejar. Sinto que não tenho limites.
E por fim, sinto-me bem comigo mesma. Sinto-me…realizada.
O que é mais prazeroso na escrita? É saber que deste o teu melhor, que colocaste o teu coração naquele livro. Nada melhor que escrever com o coração para chegar também ao coração dos leitores.
Tens algum ritual de escrita? Música. Não pode faltar os headphones e uma playlist de músicas “especiais” para o que pretendo escrever.
Como definirias esta arte na tua vida? Aprendizagem. Ainda estou na fase de aprender tudo o que posso aprender desta arte. Agradeço todos os conselhos que me são dados, todas as críticas, pois só assim podemos ser melhores naquilo que já gostamos tanto de fazer. Nunca é demais aprender um pouco mais.
Tens hábitos de leitura? Consideras importante ler para escrever bem? Sou viciada em livros, são a minha paixão. Não posso entrar em bibliotecas nem em livrarias. Nem no continente posso entrar, e quando entro a pessoa que vai comigo arrasta-me sempre para longe da zona dos livros. Adoro ler. Tal como a escrita, a leitura foi o meu refúgio no secundário. Podia viajar para tantos locais sem sair do mesmo sítio. Viajo muito enquanto leio. Consigo visualizar tudo na minha cabeça como se fosse um filme. Acho que sem dúvida quanto mais lermos melhor iremos escrever. Claro que damos erros ortográficos, não somos nenhumas máquinas. Mas ajuda imenso, claro.
Se só pudesses ler um único livro para o resto da tua vida, qual seria o privilegiado? Dei-te o melhor de mim de Nicholas Sparks. O meu escritor estrangeiro preferido. Chorei a ler o livro quando cheguei ao final e percebi a mensagem por trás do título e da história.
Além da escrita, que outras paixões, nutres que te completam enquanto pessoa? Leitura, fotografia, viajar, ver séries/filmes! Tanta coisa. Tenho muitas paixões, não sou pessoa de estar parada.
Que outros trabalhos, já realizaste, no âmbito da escrita? Publicados este é o primeiro. Posso dizer que tenho ideias até ao quarto livro, depois logo se vê.
A escrita é para ti, uma necessidade ou um passatempo? Necessidade. Quando as coisas não nos cabem apenas no coração temos necessidade de lhes dar a volta, colocá-las no papel e fazer algo com isso. Como disse, quando escrevo sinto-me melhor, sinto-me mais leve.
Como vives o contato com o público? Ainda não sou famosa pelo que ainda é tudo tranquilo. Tento sempre ter um sorriso e uns minutos para dois dedos de conversa e responder às questões que me são colocadas.
Este é o teu primeiro romance, acabadinho de “sair do forno”, já pensas no próximo? Já estou a escrever o 2º e 3º livro ao mesmo tempo, embora agora o 3º esteja parado. Estou na fase de me dedicar a terminar o 2º para poder debruçar-me sobre o 3º que vai exigir muita pesquisa.
Enquanto escritora, quais os objetivos que manténs? Alcançar sempre mais pessoas, não para ser conhecida, mas porque sei que a mensagem do meu livro dá muito que pensar e há pessoas que precisam mesmo de parar um pouco para pensar na vida que levam.
Se tivesses de escrever noutro género literário, qual o desafio ao qual te proporias? Policial, sem dúvida! Enquanto leitora descobri recentemente que até gosto desse género e a minha melhor amiga já me disse que devia de escrever um, embora não me veja de todo a escrever um policial. Seria um grande desafio!
E para finalizar, que mensagem gostarias de passar aos teus leitores e seguidores deste espaço? Sejam felizes. Muito e todos os dias. Não importa se estão num dia mau. Numa semana má. Num mês mau. Tudo passa, tudo se resolve e no final, estarão mais fortes. Sempre ouvi dizer que uma fase má se encontra entre duas fases boas, então acreditam. Também acontece coisas boas até mesmo quando menos esperamos. Não deixem que os erros do passado controlem a vossa vida, a vossa felicidade. O que importa é o hoje, o agora. O passado não se pode mudar, mas podemos mudar o que somos agora e o que queremos ser no futuro. Nunca desistam dos vossos sonhos nem do que vos faz feliz.
Até breve!
Agradeço a tua disponibilidade, fazendo votos de muitos sucessos para a tua carreira e vida pessoal. Obrigada eu! :D
Sinopse
«Salvador. Lucas. Helena. Sara e Martim.
Cinco jovens que se perderam algures na estrada da vida. Todos eles têm assuntos pendentes, cicatrizes e fantasmas que insistem em persegui-los onde quer que vão. Até mesmo quando, um por um, por um motivo ou por outro, se refugiam numa pequena Vila à beira-mar sem saberem até que ponto os seus destinos estão traçados.
Uma história de amor, de amizade, de dor, perdão e segundas oportunidades. Mas acima de tudo, lealdade.
Ninguém é forte o suficiente ao ponto que não precise de outro alguém.
O que faria com uma noite que mudou tudo?
Até onde iria em nome do amor?»
Segue a autora nas suas redes sociais
7 Comentários
Obrigada!! ;D
ResponderEliminarJá acompanho a Rita há algum tempo e já tive oportunidade de ler o seu primeiro livro. É fantástico quando alguém que se torna próximo (ainda que à distância) consegue realizar os seus sonhos!
ResponderEliminarGostei imenso da entrevista :)
Obrigada pelo teu comentário, Andreia! Beijinho :)
EliminarAdorei esta entrevista, gostei de conhecer mais a fundo o lado da Rita, fiquei com imensa vontade de comprar o seu livro. Quando tiver oportunidade irei fazê-lo!
ResponderEliminarVale a pena! Beijinho :)
EliminarEu é que agradeço! :)
ResponderEliminarParabéns e continue com esse sonho nunca desista de fazer o que a faz feliz,beijinhos.
ResponderEliminar