Algumas pessoas afastaram-se. Outras deixaram de falar comigo. E eu? Poderia sofrer com isso. Mas «quando a vida nos dá limões, nós fazemos limonada», é o que dizem, portanto, quando as pessoas se aproximam da porta da minha vida, e ficam num impasse... Não sei se fico. Não sei se me vou. Eu prefiro ajudá-las, dando-lhes um empurrãozinho para fora. Se elas não sabem tomar uma decisão, e se a nossa amizade é tão fraca ao ponto delas ponderarem ir ou ficar, eu acredito que mais vale irem-se de vez. Mais vale. Do que ficarem à porta a interromperem o tráfego. Que deixem o espaço livre para que entre quem realmente importa. Que desapareçam. Que fiquem somente na memória. E até na memória, ocupam demasiado espaço. Espaço que não merecem.
As pessoas traem, criticam-se pelas costas, e bajulam-se na cara. Vivem de mesquinhice, de «amorzinho» para aqui e para acolá só para inglês ver. Ou só para os amigos do Facebook verem. Que isto das pessoas se mostrarem online tem muito que se lhe diga. Partilham post's sobre falsidade, mas comem-na ao pequeno-almoço como se fosse leite com cereais.
Há um provérbio muito engraçado, «corno que sabe e consente, bem haja quem no acrescente», é sobre adultério, mas serve também para as pseudo-amizades.
Se temos pessoas na nossa vida, que falam mal de nós, nos criticam e apunhalam, das quais estamos cientes, então, se não as expulsamos, não podemos sofrer com o que fazem. Merecemos, até. Merecemos continuar a ser enganados e maltratados.
Pelo menos, até que tenhamos a capacidade de os mandar dar um passeio.

Letícia Brito