Com uma
temática bastante promissora, e inclusive, já adaptado para o cinema pela
Twentieth Century Fox, neste romance, acompanhamos a história de Simon Spier.
Com
apenas dezasseis anos, Simon, que apesar de ser um jovem extremamente divertido,
é pacato, na mesma medida, e os grandes momentos que vivenciou na sua vida, em
que teve a oportunidade de se sentir ele próprio, foram protagonizados na
presença do seu computador, assumindo a identidade de Jacques.
Simon é
gay, e embora este não seja propriamente um segredo, não foi ainda assumido por
ele perante a família e os amigos, e é quando se esquece de terminar a sessão num
computador da escola, que a sua vida sofre uma reviravolta.
Simon mantém
contato com Blue, um jovem homossexual
que estuda na mesma escola, no entanto, ambos se desconhecem. Ao ser chantageado
por Martin sobre a sua sexualidade, Simon corre o risco de que todos descubram a
verdade e a sua relação com Blue seja
prejudicada.
Através de
uma narrativa muito bem estruturada, que intercala os capítulos com as
mensagens trocadas por email entre Simon e
Blue, este livro tem um toque de genuína pureza.
Os capítulos,
por serem curtos, tornam a leitura bastante fluída, o que faz com que o livro
se leia de uma rajada. Eu li! 😊
A escrita
de Becky Abertalli é bastante simples e direta, com uma linguagem muito própria
da idade do protagonista. Sem floreados. Sem filtros. Evidencia a beleza da adolescência,
dos primeiros amores, da descoberta de nós próprios.
É fácil simpatizarmos
com o Simon e com os seus amigos. Gostei, particularmente, da sua família. Da união
deles. Da forma como lidam com os assuntos tabu e os tornam temas como outros
quaisquer, sem que sintamos preconceito ou vergonha. Os pais de Simon são um verdadeiro
modelo do que se espera dos pais da atualidade. Que aceitem as diferenças dos
seus filhos. Que os amem por serem como são.
O Simon,
por sua vez, é um rapaz genuíno, engraçado, bastante curioso sobre o mundo que
o rodeia. Adorável!
Este é
um daqueles livros que nos marca. Que nos transporta para um universo
acolhedor. Com personagens irreverentes e especiais.
Um livro
que nos mostra também o lado menos bom da sociedade, pois retrata um jovem de
16 anos, que se esconde por medo do julgamento alheio. E é aqui, precisamente,
que a literatura tem um papel fundamental: abrir-nos os olhos, comover-nos, alertar-nos
para as realidades menos agradáveis, tornar-nos mais tolerantes e
compreensivos.
Apesar de
ser um romance YA, todos deveriam lê-lo, sem exceção! Todos deveriam conhecer o
Simon. Convivi de perto com alguns «Simon» e este livro despertou-me para situações
que nunca fui capaz de ver, mesmo estando em contato direto com os «Simon» da
vida real.
BELO E INSPIRADOR!
Assim o defino!
Letícia Brito
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