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Nesta sequência, voltamos a reencontrar-nos com as duas
crianças que marcarão para sempre os nossos corações, num período devastador da
história da humanidade, o Holocausto.
Felix e Zelda continuam a vaguear pela Polónia devastada
pela guerra nazi. Depois de descobrirem que os pais estavam mortos, prosseguem
na tentativa de escapar às atrocidades cometidas pelos soldados de Hitler. Procuram
o amor e a paz, um abrigo para se esconderem e sobreviverem ao terror, quiçá,
para poderem partilhar com o mundo, a sua história.
Este novo livro, começa exatamente onde o primeiro terminou,
Felix e Zelda saltam de um comboio em «Um dia», e em «A Seguir» começa com este
mesmo salto, e o que dele advém.
Após quase serem capturados por um suposto caçador de
recompensas, são acolhidos na casa de Genia, uma mulher cujo marido se encontra
na guerra, e dona de um coração do tamanho do mundo.
Genia dá-lhes casa, roupa e comida, inclusive, uma nova
identidade, na esperança de os salvar da morte. Mas a pequena Zelda, revoltada
por descobrir que os seus pais matavam judeus, afirma-se também ela judia, e
repudia qualquer ato dos soldados. Esta situação faz com que todos temam pelas
suas vidas, pois, incapaz de aceitar o mundo em que vive, Zelda, poderá
inevitavelmente revelar as suas identidades e condená-los a serem enforcados em
praça pública, até Genia, por ajudar os judeus.
Felix, de coração puro e cheio de imaginação, promete nunca a
abandonar, mas teme pela vida dela e para a proteger, acredita que o melhor
seja fugir e deixá-la com Genia, pois sendo ele o único judeu, pode comprometer
a vida de ambas.
Porém, nem tudo acontece como era seu desejo, e temos, por
fim, uma criança devastada pelas consequências da guerra. Uma criança sem culpa.
Apenas uma criança.
Esta narrativa possui o mesmo brilhantismo da primeira, abordada
aqui no blogue anteriormente, no entanto, este segundo título é muito mais
pesado, mais intenso, a crueldade do ser humano, o desespero, a dor, a luta
pela sobrevivência, está ainda mais explicita.
Chorei. Foi inevitável. Este livro retrata fielmente uma
época aterradora, difícil, triste, repugnante até, da história da humanidade, contudo,
retrata essa mesma época através dos olhos atentos de uma criança, o que torna
a narrativa mais comovente e simultaneamente dolorosa.
Um livro para ser lido, sentido. Um livro que dificilmente
nos sairá da memória.
Letícia Brito
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