Demência (COMPRAR AQUI) é um título da Coolbooks da autoria de Célia Correio Loureiro, este livro foi o primeiro da autora e surge agora numa reedição que está a conquistar muitos leitores. Eu, incluída.
Esta história acompanha Letícia (a primeira protagonista que conheço com o meu nome) e as suas filhas Maria e Luz, no seu regresso a Beirã, a casa da sogra Olímpia . Olímpia está doente, sofre de demência e esta é uma história sobre como lidamos (ou não) com algo tão difícil como a demência. Mas é acima de tudo uma história que, apesar de sofrida, está pejada de coragem.
É um livro que nos fala de violência doméstica, de uma forma nua e crua, que nos faz ver aquilo que muitas vezes tentamos evitar.
À medida que vamos deslindando o passado de Letícia e compreendendo os contornos terríveis da sua vida e do seu amor, vamos sendo tocados pelas palavras da autora, que nos enreda na intriga e nos faz viver e sentir o que está exposto ao longos da quatrocentas páginas que compõem esta obra.
Não é uma leitura fácil, tem uma elevada carga emocional, é preciso digeri-la calma e cuidadosamente, mas é uma das melhores narrativas portuguesas contemporâneas que tive a oportunidade de ler.
A autora tem uma escrita simples, mas repleta de emoção, uma escrita acessível e cuidada que, aliada à construção da narrativa que se divide entre o passado e o presente, com personagens intrigantes, fortes e reais, nos cativa, emociona e nos faz refletir.
Uma obra que todos deveriam ler!
Sobre a autora
Célia Correia Loureiro nasceu em Almada, em 1989. É Guia-Intérprete Nacional e Técnica de Turismo. Fala Italiano, Inglês e Francês. Gosta de gatos e de crepes com Nutella. De todas as cidades que visitou, é por Siena que morre de amores. De todos os autores que leu, destaca John Steinbeck por As Vinhas da Ira, e está sempre disposta a dispensar mais quatro horas da sua vida ao visionamento de E Tudo o Vento Levou. Demência foi o seu primeiro romance publicado, em 2011. É um livro que continua a ser-lhe muito próximo, por ser um grito de revolta contra as circunstâncias da mulher portuguesa no século XX, e da mulher ainda vulnerável, isolada e silenciada pelos bons-costumes, no mesmo contexto de ruralidade, em pleno século XXI.
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