Num registo muito simples, intimista e direto, sentimos como se o próprio autor nos falasse à medida que lemos este livro. São diversos os temas que povoam esta obra, mas todos, sem exceção, refletem, acima de tudo, sobre a importância de sentirmos e de não nos coibirmos disso. Desde a descoberta do eu, das relações amorosas, dos sonhos que deixamos por sonhar, à nossa capacidade de perseverar, acreditar e saber quando é o momento certo de seguir ou desistir, estes são os focos principais do autor.
Numa espécie de introdução, são muitas as frases que abrem os textos (ou crónicas) que vamos lendo, essas frases servem não apenas para nos mostrarem o que se seguirá, mas também, para nos fazerem refletir. Curtas, apelativas e intensas.
E cada crónica é um convite a passearmo-nos pelas próprias emoções do autor - que escreve sem tabus ou receios, que nos inspira e nos cativa, e prima, sem dúvida, pela simplicidade -, mas também pelas nossas emoções.
Este é um livro que não precisa de ser lido da primeira à última página, mas que podemos abrir aleatoriamente e sermos surpreendidos pelas suas mensagens, que incitam à reflexão sobre nós e sobre tudo aquilo que nos rodeia.
Nesse sentido, usei esse exercício durante a leitura, umas vezes seguida, outras totalmente ao acaso, abria as páginas e permitia-me ser arrebatada pela escrita do autor, é curioso como os livros têm sempre as respostas para os nossos desejos mais profundos, e isso, confesso, se sucedeu com a leitura deste primeiro livro do Manuel Clemente.
Já conhecia o autor das redes sociais, mas foi uma ótima surpresa poder lê-lo, por fim, nas páginas de um livro. Nele nos revemos, tantas vezes. Nele sentimos, permanentemente. E que bom são os livros que nos fazem sentir!
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