Esta obra segue a relação complexa entre duas irmãs, desde a infância até à idade adulta. A narrativa é intercalada em primeira pessoa pelas irmãs e em alguns momentos pelo pai e pela mãe, e inicia-se a partir do falecimento do patriarca da família, homem da política, antigo primeiro-ministro, senhor de renome.
No entanto, a partir do relato de cada membro desta família, percebemos que há uma distância emocional entre todos, devido aos abusos que o pai perpetrou sobre a filha mais nova, que afirma ter sido morta (figurativamente) aos seis anos de idade.
Estes abusos foram silenciados durante longos anos e certo é que a mãe e a irmã mais velha foram coniventes com eles, fingindo não ver ou ouvir, ignorando o corredor escuro da casa, a luz acesa por detrás da porta mais distante, os Chius sussurrados pelo pai.
Esta não é uma leitura fácil, ao longo das páginas, segredos e mentiras são deslindados pelo leitor, segredos e mentiras que marcaram profundamente a relação entre estas irmãs, misturando amor e ódio, raiva e medo, ciúme e vingança.
A linguagem da autora é extremamente cativante e, sem dúvida, um dos pontos fortes da narrativa, que é dolorosa, mas simultaneamente, tão real e impossível de ignorar. A linguagem singular da autora é pejada de emoções e tem uma forte componente emocional sobre o leitor.
Sobre a autora
Maria José da Silveira Núncio é doutorada em Sociologia, professora universitária, mediadora e coach familiar. Interessa-se pelas famílias, pela promoção do seu bem-estar quotidiano e acredita que a satisfação e a realização individuais e familiares são fáceis de conseguir desde que se clarifiquem metas e estratégias a alcançar.
É autora de livros de autoajuda, de romances e de obras académicas e colabora regularmente com os meios de comunicação social na qualidade de especialista na área da família.
É casada, mãe de dois filhos e vive também a realidade de apoiar os seus pais.
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