A Fábrica de Bonecas de Elizabeth Macneal (COMPRAR AQUI) foi considerado um dos livros de estreia mais aguardados de 2019, e este mês chegou às livrarias portuguesas pela Topseller, numa edição bela e intrigante, que aguçou a curiosidade de todos os leitores.

Bela e intrigante também é a sua história, narrada na terceira pessoa, cuja ação principal decorre em Londres, no século XIX, no ano 1850. 

A narrativa tem como personagem principal a jovem Íris, uma aspirante a artista, cuja vida é marcada pelo trabalho no Empório das Bonecas, da Sra. Salter, uma mulher rude e movida a comprimidos. Íris trabalha com a irmã gémea, Rose, outrora tão bela quanto ela, no entanto, parte do seu rosto está coberto pelas marcas de um surto de varíola, que lhe roubou a beleza e a sua auto-estima. 

Íris tem algo que poderia ser considerado um defeito, a sua clavícula quebrada à nascença, não recuperou, e se por um lado, este pormenor a diferencia, também é a razão que leva Silas, um colecionador de raridades, um homem estranho e perverso, a admirá-la e a deixar-se obcecar com a beleza extraordinária da jovem ruiva.

Íris persegue o seu sonho de ser pintora e, apesar deste não coincidir com a época em que vive, é nele que se apoia e é nele que investe, posando como modelo para Louis Frost, um pintor aclamado, que lhe ensina a arte de pintar. 

No entanto, a obsessão de Silas pela jovem, obsessão que a própria ainda desconhece, poderá colocar em risco a sua vida e o seu sonho.

Esta é uma história trágica e bela, onde temas como a arte, o amor e a obsessão são esmiuçados, conferindo uma tal profundidade à narrativa que mantêm o leitor, dir-se-ia, obcecado da primeira à última página. 

Com um estilo narrativo gótico e uma linguagem escorreita e delicada, a autora apresenta-nos uma obra pejada de emoções, uma obra que me recordou "O Perfume" de Patrick Suskind, um livro que li no inicio da adolescência e que me marcou profundamente. Fiquei, portanto, certa de que A Fábrica de Bonecas teria o mesmo efeito sobre mim e não me enganei. 

É um livro que não conseguimos largar, que nos aprisiona, que nos faz desejar conhecer a Londres de 1850 e privar pessoalmente com as suas personagens tão intrigantes, quanto belas. Um livro obrigatório!

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