Sofia Cortez, fotografia gentilmente cedida pela autora

Sofia Cortez Fernandes nascida em Lisboa a 2 de maio de 1978 é residente na Rinchoa, Sintra. Licenciada em Comunicação Empresarial pela Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa, tem ainda um mestrado em Publicidade e Marketing sobre o tema: “As bandas como marcas que constroem os novos mitos: o caso dos THE DOORS e uma pós-graduação em Marketing Management pelo ISEG. Apaixonada pela leitura e por música, e munida de uma sensibilidade única na escrita, desde 2013 que publica o blog O meu Serendipity, no qual coloca emoções, questiona o como vivemos e traz o seu olhar sobre as várias janelas pelas quais vemos e sentimos a realidade. “Devemos voltar onde já fomos felizes” é o seu primeiro livro que reúne uma mistura de temas desde acasos, descobertas, reflexões e muita partilha.

Fonte: https://cordeldeprata.pt/








Letícia Brito: Tu encontraste a escrita ou foi a escrita que te encontrou?

Sofia Cortez: Acho que foi um bocadinho das duas! Eu comecei a escrever pequenas notas no facebook, sempre andei com um caderninho na mala de um lado para outro onde apontava notas, textos, citações essas coisas mas era essencialmente para desenhar. Com o tempo, as notas e os textos foram crescendo e ganhando vida própria e aí, acho que foi o momento em que a escrita me encontrou. Já andávamos a desenvolver esta relação, mas achei que era um hobby até os meus amigos me terem sugerido criar um blog, para lerem o que escrevo. Foi ai que percebi que isto podia ser mais do que apenas um hobby

LB: Qual o sentimento que te domina quando escreves?

SC: Esta pergunta é complicada de responder. Depende do tema do que estiver a escrever, pode ser apenas um impulso para registar uma emoção que pode ser de amor, paixão, raiva, dúvida… quando estou a desenvolver o texto, o sentimento que me domina é de entrega, dedico-me ao que estou a fazer. Preocupa-me que saia clara a ideia que estou a partilhar, que consiga expressar o que pretendo e que reflita o momento.

LB: Tens algum ritual de escrita?

SC: Não, escrevo por impulso e quando tenho vontade. Se tiver compromissos, como acontece com a página 7HINK no facebook onde escrevo semanalmente, penso em vários temas e vou desenvolvendo até perceber qual o que me desperta a atenção. É um processo natural vai acontecendo.

LB: A escrita é para ti, uma necessidade ou um passatempo?

SC: Começou como um passatempo e foi-se tornado um complemento, mais do que uma necessidade. Faz-me bem, gosto de escrever é como dizem: uma espécie de catarse… despejo tudo no papel, num texto, no computador e as coisas fluem naturalmente.

LB: Geres um blog, O meu serendipity, onde escreves regularmente. Que impacto tem esse espaço na tua vida?

SC: Sim, o blog é uma coisa que gosto de fazer. Tenho implementado melhorias e quero torna-lo mais dinâmico, fazer umas alterações estruturais. É o sítio onde nasce tudo, é ali que escrevo diretamente, é a origem, a base. Dali partem os textos para as restantes plataformas, facebook e instagram. Sinto-me em casa a escrever no blog, acabou por conquistar-me. Não tinha equacionado ter um blog e achei que iria ser complicado, conseguir estar sempre a publicar ou pelo menos com alguma regularidade, mas depois tudo começou a acontecer naturalmente. Neste momento, já não me imagino sem o blog, é uma extensão do meu processo criativo.

Publicado pela Cordel D' Prata, Março 2018

LB: O teu primeiro livro Devemos voltar onde já fomos felizes foi publicado este pela Cordel D’ Prata. Podes falar-nos um pouco da sua temática e do que poderão os leitores encontrar nas suas páginas?

SC: O livro é a compilação de alguns textos do meu blog. O desafio prendeu-se com a escolha de um conjunto de textos que tivessem de algum modo um fio condutor, publico no blog regularmente desde 2013, e o livro surgiu no final de 2017, por isso o volume de textos era grande! Selecionei os textos em que o leitor se pudesse imaginar como parte integrante da história, em que pudesse rever-se nas palavras ou dedica-las a outras pessoas. O leitor poderá encontrar um conjunto de textos que falam de amor, relacionamentos, a vida, amizade, família, laços, reflexões. No fundo são um conjunto de pensamentos e histórias que podem ser lidas individualmente ou no todo, é o leitor que constrói o encadeamento de leitura que quiser, o livro dá essa liberdade.

LB: Como surgiu a ideia para esse teu primeiro trabalho?

SC: Ao acaso! Como tudo o que tem surgido em relação à escrita! Participei num passatempo da Cordel D’Prata, para compilação de textos de vários autores…e nesse processo, não fiquei selecionada para esse conjunto mas sugeriram-me publicar em livro, o que lhes tinha enviado. Nunca tinha pensado publicar nada, por isso a ideia surgiu com a sugestão da editora, só começou a ganhar forma nessa altura.

LB: Além da escrita, que outras paixões nutres, que te completam enquanto pessoa?

SC: Sempre fui muito criativa, gosto de tudo o que tenha a ver com arte. Gosto muito de desenhar, pintar, de fotografia e gosto de juntar isto tudo. Também gosto muito de trabalhos manuais e adoro a sensação de imaginar qualquer coisa e saber que consigo fazê-la com as minhas mãos.

LB: Quais os temas que gostas – e frequentemente abordas – quando escreves?

SC: Gosto muito de escrever sobre pessoas, são a minha principal fonte de inspiração. Com elas, sobre os temas que mexem: amor, relações, família, desafios, medos…esse tipo de coisas. Sou muito observadora, aprendo muito com as pessoas com quem me dou, com as que vou conhecendo, com o que leio, com as notícias e por isso, tenho sempre garantida a minha fonte de inspiração.

LB: Se só pudesses ler apenas um único livro para o resto da tua vida, qual seria o “privilegiado”?

SC: Só um é pouco! Aceitando o desafio e como seria apenas um para o resto da vida, acho que teria de optar por literatura fantástica, um livro que me fizesse viajar, imaginar, sonhar e que mexesse comigo, ficaria com o “Os Cem anos de Solidão” do Gabriel Garcia Marquez.

LB: Quais as tuas perspetivas para o teu futuro enquanto autora?

SC: Para já continuar a divulgação do meu primeiro livro, deixá-lo crescer e ganhar forma mais um bocadinho. Procurar formas de diversificar a minha escrita e materializar ideias. O futuro logo se vê, não quero fazer planos… quero deixar as coisas fluírem.

LB: Pensas em publicar um segundo livro?

SC: É uma hipótese, sim. Já tenho algumas ideias e tenho andado a dar-lhes forma, vamos ver no que dá.

LB: Apenas numa palavra, descreve-te: 

SC: Profunda.

Obrigada à autora pela sua disponibilidade, em nome do blog e de todos os seus leitores! Fazemos voto de que a sua caminhada pessoal e profissional, seja pautada por vitórias e alegrias! Um verdadeiro sucesso!


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