Diogo, sê bem-vindo a este espaço. É um gosto poder conhecer-te melhor e apresentar-te aos seguidores deste espaço, para começar: Como é que te iniciaste na escrita? Foi de forma completamente despreocupada e por puro prazer. A escrita é sempre um escape para todas as nossas fases da vida, sejam elas mais positivas ou negativas. Simplesmente, adoro escrever! A minha fonte de inspiração pode dizer-se que é a música. Sou um apaixonado por música, especialmente portuguesa, boa música portuguesa! Tomo muita atenção às letras, aos versos, à história que está por detrás do simples ritmo musical. Por vezes, dou por mim a pensar em poemas ao ritmo de músicas de que gosto.

São inúmeros os sentimentos que nascem no âmago do escritor. Quais aqueles com que mais te identificas? Não sei bem…talvez motivação, perseverança, persistência e muito amor pela vida e por aqueles que estão perto de mim.

O que é que a escrita mudou em ti, enquanto pessoa? Enquanto escrevo sinto-me tranquilo, feliz e comprometido. Posso dizer que a escrita me dá essa paz interior e que me faz ser alguém mais sonhador, positivo e “ser pensante”.

E enquanto escritor, o que tens aprendido? Aprendi que existe sempre alguém que se revê naquilo que dizemos, naquilo que escrevemos. É bom saber que de tão longe consigo chegar ao coração de alguém e por vezes ajudar, de certa maneira, a ultrapassar os seus problemas. As vivências de cada um são pessoais, mas a escrita tem esse poder de penetrar na alma de cada um, sem invadir o seu espaço, apenas o amparando e acompanhando, lado a lado.

Como definirias a escrita na tua vida: um passatempo, uma necessidade ou um acaso? Diria que um pouco dos três. Por um acaso da vida, fases pelas quais todos vamos passando, senti a necessidade de transpor em palavras o que me ia cá dentro, contudo, escrevendo sempre como um passatempo. Uma forma de me deixar melhor comigo mesmo, mais feliz e realizado.

Licenciaste-te em Educação Física e Desporto e, atualmente, exerces a profissão de professor. Esta área tem alguma influência na tua escrita? Em algum momento estas duas áreas tão distintas se cruzam? Não creio que tenha alguma influência. Relativamente ao momento em que se cruzam…é na paixão com que faço ambas. Sou um sortudo por poder fazer aquilo que adoro [professor], assim como, enquanto escrevo também consigo sentir esse prazer. Em ambas sinto que não estou sozinho, que consigo chegar a mais gente, tocar no coração e na vida das pessoas. Sou alguém que adora comunicar, apenas a forma de o fazer numa e noutra área, é diferente.

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Começaste a dar os primeiros passos no mundo digital com a criação da página «A Vida em Poesia». O que te motivou a partilhar a tua escrita nas redes sociais? É engraçada essa pergunta e todo o processo que a sustenta. Resumidamente, um dia decidi publicar na minha página pessoal alguns poemas da minha autoria e, qual não foi o meu espanto, quando começaram a surgir comentários muito positivos sobre a minha escrita e o quanto a admiravam. A minha mulher, meu pilar, incentivou-me a criar uma página onde pudesse colocar todos os meus poemas e ir expondo o que fosse escrevendo. E assim o fiz! Numa noite de insónias, criei a página com cerca de 15/20 poemas, enviando convites para os meus contactos. A verdade é que a página rapidamente se expandiu, deixando-me perplexo, tendo uma aceitação com que nunca sonhei na vida. Em pouco mais de quatro meses já atingiu mais de 1200 seguidores. É fantástico e muito gratificante.

Foi no seguimento desta página que, em novembro de 2020, publicaste o teu primeiro livro homónimo. O que te inspirou a escrevê-lo? Na página do Facebook comecei a receber vários comentários e mensagens privadas, de pessoas anónimas, que me diziam que adoravam que passasse todos os poemas para um livro. Queriam tê-los só para elas, podendo ler quando e onde lhes apetecesse. Inicialmente, admito, fiquei mais uma vez surpreso, uma vez que nunca tinha pensado nessa hipótese. Mais uma vez, com o incentivo da minha esposa, decidi compilar e enviar para uma editora… para saber qual o feedback e viabilidade. Não poderia ter corrido melhor! Rapidamente demonstraram interesse na minha escrita e no meu trabalho, partindo-se rapidamente para o iniciar de todo o processo que envolve a criação de um livro, até ao produto final.

«A Vida em Poesia» é um livro que, segundo a sinopse, «[…] cada um se consegue identificar nos diferentes poemas, interpretando-os à sua maneira e conseguindo rever a sua própria vida […]». Podes falar-nos um pouco sobre o processo de escrita desta obra? Não posso afirmar que existe um processo específico. Quando me surge a vontade e inspiração aproveito. Há poemas a surgir nas mais variadas situações. Uns escritos a meio de uma noite, estando na cama a pensar e querendo passar para o papel, outros em que estando a conduzir, paro o carro para escrever versos que me vêm à cabeça, outros ainda após uma corrida, em que no período de relaxamento, preferencialmente na praia, me sento a contemplar o mar e sem nada o fazer esperar começo a escrever no telemóvel palavras soltas, que passam a versos e que se transformam em poemas. A praia é, sem dúvida, o local onde sinto mais paz interior e o meu local predileto para escrever. No fundo, o processo de escrita surge quando a necessidade, inspiração e vontade brotam.

Como têm reagido os leitores face ao teu trabalho? De forma fantástica. Como lhe disse há pouco, nunca esperei esta aceitação, sentindo que são muitas as pessoas que se reveem, fazendo dos poemas «seus». Só isso explica o sucesso da página que muito me orgulha e que procuro ir mantendo-a sempre viva. Após a saída do livro, senti que deveria fechar ali um ciclo, ou seja, que o nome «A Vida em Poesia» deveria ficar fechado com a publicação do livro, tendo alterado o nome da página para «Diogo Lourenço – escritor/poeta». Assim, continuo a escrever e publicar mais e novos poemas, nunca esquecendo a obra que fez nascer a página. O meu filho de que tanto me orgulho.

Se só pudesses ler apenas um único livro para o resto da tua vida, qual seria o privilegiado? «A Vida em Poesia».

Se tivesses de escrever num género diferente, a qual desafio te proporias? Talvez um romance ou uma aventura para crianças e jovens.

O que é que os leitores podem esperar de ti para o futuro? Mais e mais poemas, sempre com alma e coração, porque nada faz sentido, se não for sentido!

Descreve-te numa palavra: Sonhador!

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