Cristiana, sê bem-vinda a este espaço. É um gosto poder conhecer-te melhor e apresentar-te aos seguidores deste espaço, para começar: Como é que te iniciaste na escrita? Desde pequena que gostei de ler e quando passei por uma situação de bullying, senti uma vontade de escrever sobre o assunto. Nesses momentos, utilizava uma personagem semelhante a mim e falava sobre o que sentia e imaginava outros cenários. 

São inúmeros os sentimentos que nascem no âmago do escritor. Quais aqueles com que mais te identificas? Geralmente, é alegria, entusiasmo e conforto porque quando escrevo transporto tudo o que acontece para o papel, imagino-me em mil cenários e é como se o livro entendesse o que quero dizer. 

O que é que a escrita mudou em ti, enquanto pessoa? Tornou-me mais criativa e imaginativa, ajudou-me a melhorar as capacidades linguísticas e de escrita, mas também me deu uma maior coragem para ser eu mesma e acreditar na minha força interior. 

E enquanto escritora, o que tens aprendido? Tenho aprendido que escrever um bom livro leva tempo e esforço, que devemos apontar as milhares de ideias que vão surgindo a cada dia e perceber que às vezes, precisamos de parar para conseguir analisar os erros e continuar a escrever melhor. 

Como definirias a escrita na tua vida: um passatempo, uma necessidade ou um acaso? Inicialmente, seria um passatempo para fugir à realidade, mas, agora é uma necessidade porque é a minha forma de lidar com o mundo e com o stresse, mas também é aquilo que me apaixona e me completa. 

És licenciada em Educação Básica. O que te levou a enveredar por esta área no campo profissional? A princípio entrei porque era o curso mais perto de casa e os meus pais não conseguiam pagar casa longe, mas nos últimos anos [já a terminar o mestrado], penso que me apaixonei pela educação, pelas crianças, pelos livros e por toda a maravilha da profissão. 

Esta área tem alguma influência no teu trabalho enquanto autora? Neste caso, não. Adoro trabalhar na área e as crianças são maravilhosas, mas a minha escrita é mais voltada para os adultos ou adolescentes. 

Em julho transato lançaste a tua primeira obra «Amor não tem século». Podes falar-nos um pouco sobre este título? O título teve origem numa conversa com o meu companheiro em que falávamos de amor e, nesse momento, percebi que o amor persiste há vários séculos, mas que sofreu pequenas mudanças sem deixar de ser o amor. A partir daí, quis deixar uma homenagem aos meus avós que viveram uma linda história, a minha melhor amiga que me acompanhou sempre e ao meu companheiro que me incentivou a voltar a sonhar em ser escritora.

O que te inspirou a escrevê-la? Os meus avós sempre me apoiaram em tudo e ajudaram-me a crescer, por isso, quando comecei a minha história de amor e eles ajudaram, decidi que eles também deveriam ter a sua história contada e surgiu a ideia de escrever um romance em que pudéssemos comparar o amor ao longo dos tempos. 

Podes partilhar connosco um pouco do processo de escrita dos teus livros? Não tenho um processo específico. Quando tenho uma ideia, escrevo-a num caderno só para as obras e depois vou seguindo as indicações que vou escrevendo. Basicamente, faço um encadeamento de ideias, crio as personagens, o resumo da história e vou seguindo o caderno. E quando posso, gosto de incluir nomes ou características de pessoas especiais para mim, de forma a homenageá-las e torná-las eternas. 

Como têm reagido os leitores face ao teu trabalho? A maioria gostou bastante da história, achou-a muito impessoal e bastante realista, mais do que seria de esperar. E ficam surpreendidos quando conto que as fotografias da capa são verdadeiras e são da minha família, amigos e companheiro que sempre estiveram ao meu lado; é uma homenagem a eles.

Se só pudesses ler apenas um único livro para o resto da tua vida, qual seria o privilegiado? Seria, definitivamente, «Os Filhos da Droga», de Christiane F., porque foi o primeiro livro que o meu pai me ofereceu, e eu tinha a mesma idade da autora, na altura. Identifiquei-me muito com ela [na dor, na necessidade de ser ouvida, no bullying, etc].

Se tivesses de escrever num género literário diferente, a qual desafio te proporias? Como escrevo romances, poemas e ficção, gostava de experimentar escrever um conto erótico, mas sem ser demasiado promíscuo.  

O que é que os leitores podem esperar de ti para o futuro? Podem esperar o meu próximo projeto: uma saga que aborda temas reais como a violência doméstica, física e psicológica, violação, prostituição e outros temas controversos. 

Descreve-te numa palavra: Apaixonada [sou movida pela paixão e pelo amor que tenho pela família, pelo meu companheiro e pelos meus grandes amigos que sempre me apoiaram nos piores momentos].

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