Bianca, sê bem-vinda a este espaço. É um gosto poder conhecer-te melhor e apresentar-te aos seguidores deste espaço, para começar: Como é que te iniciaste na escrita?
O prazer é todo meu. Agradeço a oportunidade. Pois bem. Sou advogada há 21 anos e desde pequena eu gosto de escrever. Porém, há 5 anos passei por uma incrível transformação de vida e me redescobri na escrita poética, reflexiva e regada de gestão da emoção. A partir de então, já tenho quatro livros publicados, outros a caminho, além de participações em antologias e coletâneas, com poemas classificados e premiados em concursos nacionais e internacionais.
São inúmeros os sentimentos que nascem no âmago do escritor. Quais aqueles com que mais te identificas?
Prazer, amor, admiração e espanto.
O que é que a escrita mudou em ti, enquanto pessoa?
Muita coisa. A escrita para mim é uma terapia. Poder dividir com os meus leitores os meus aprendizados, as minhas inquietudes, a minha poesia, traz-me uma sensação maravilhosa, de bem-estar e humanidade.
E enquanto escritora, o que tens aprendido?
Sempre aprendo escrevendo, pois é como se eu passasse a me conhecer cada vez melhor, principalmente porque minhas escritas decorrem das minhas mínimas percepções sobre a vida, sobre o mundo, sobre as pessoas. Aprendo também com os leitores, que me dão o retorno que todo escritor espera, me fazendo refletir sobre o impacto das minhas palavras nas vidas deles, e, fazendo com que eu queira melhorar a cada dia.
Como definirias a escrita na tua vida: um passatempo, uma necessidade ou um acaso?
Uma necessidade.
Exerces a profissão de advogada. Qual o impacto que esta realidade tem na tua vida e na tua escrita? A profissão de advogada me dá bagagem quanto à arte da argumentação e necessidade de se fazer entender. A bagagem é muito significativa, pois aprendi durante esses mais de 20 anos de advocacia que, não basta eu ter conhecimento, tenho que saber passá-lo adiante, convencer, esclarecer, me fazer entender, atingir o meu objetivo.
Desde 2019 tens apostado na publicação de livros. O que te levou a seguir este caminho?
A vontade de levar minha mensagem para um número cada vez maior de pessoas, acrescentar algo na vida delas, tocá-las.
Em janeiro do ano transato publicaste “Criando Janelas Light - Sob a ótica do aprendiz” e em julho avançaste com a edição de “Retrato de uma mulher refeita”. Como correram essas experiências?
Eu sou muito intensa. Quando resolvi ser escritora, passei a encarar isso de forma muito responsável e com compromisso. Tinha muito para dizer, tinha pressa e tinha conteúdo. Foi tudo maravilhosamente intenso e arrebatador. Em alguns dias eu me desanimei, mas não me abati. Por isso, em tão pouco tempo estou no meu quarto livro solo.
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Em abril de 2020, apresentaste um novo livro aos teus leitores “Profissões - Novos rumos e homenagens”. Podes falar-nos um pouco sobre este novo projeto?
Este livro é uma fusão, um casamento, dos meus dois mundos: da advogada atuante na área do Direito do Trabalho e estudiosa de temas como a empregabililidade e o ambiente de trabalho saudável, e a poetisa, que presta homenagens a todos os ofícios, destacando poemas específicos para diversas profissões. Também é tema do livro a tecnologia que deve ser aliada ao nosso lado humano, tudo muito atual.
O que te inspirou a escrevê-lo?
A preocupação com o futuro das profissões, a necessidade da arte de se reinventar, os talentos e os potenciais de cada ser humano e suas vocações.
Como têm reagido os leitores face ao teu trabalho?
Eu fico emocionada com as mensagens de meus leitores, principalmente quando me dizem que aprenderam algo ou muito, que foram tocados, que tiveram suas vidas ressignificadas muitas vezes. É muito gratificante. É algo que o dinheiro não pode comprar.
Se só pudesses ler apenas um único livro para o resto da tua vida, qual seria o privilegiado? Pergunta difícil. Não me vejo lendo um único livro para o resto da vida. Acredito que eu escreveria outros, para poder lê-los também. Mas, escolheria um livro fora da minha zona de conforto, para poder explorá-lo e interpretá-lo, quiçá de modo diferente a cada leitura.
Se tivesses de escrever num género diferente, a qual desafio te proporias?
Romance.
O que é que os leitores podem esperar de ti para o futuro?
Muita poesia, contada através de um enredo, uma história. Também quero seguir nesse projeto que une o Direito, a literatura e as artes. E, claro, seguir com minha coleção de contos infantis para os pequenos.
Descreve-te numa palavra:
Intensa.
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