Nathalia, sê bem-vinda a este espaço. É um gosto poder conhecer-te melhor e apresentar-te aos seguidores deste espaço, para começar, como é que te iniciaste na escrita?
Agradeço a oportunidade, e é um imenso prazer poder estar me apresentando a todos. Eu comecei a escrever ainda pequena, e sem dúvida nenhuma por influência da leitura. Eu pegava os livros (ou filmes) que mais gostava e reescrevia como uma brincadeira, e a partir disso comecei a ter minhas próprias ideias, mas nunca dei muita atenção a elas porque, nessas brincadeiras de escrita que eu fazia, nunca terminava os textos que iniciava. Foi em 2010, quando eu já não aguentava mais manter em minha cabeça a quantidade de ideias que vinham se acumulando, que eu decidi tentar passá-las para o papel, e ali eu percebi que o sentimento de estar escrevendo algo meu era completamente diferente do que eu havia “brincado” antes. Quanto mais eu escrevia, mais ideias iam me atingindo e mais aquilo me fazia bem, até que eu percebi que a escrita fazia parte de mim de uma maneira que eu não havia nem imaginado. Depois disso eu não parei mais, sempre tinha uma história nova para ser contada.
Qual o sentimento que te domina quando escreves?
Prazer! Quando eu escrevo eu sou dominada por um sentimento realizador que faz com que eu me sinta bem, que era exatamente aquilo que eu dveria estar fazendo. A escrita – principalmente nesse meio de fantasia que é meu principal – me dá asas e me deixa voar, ela não impõe limites mas permite que eu seja sincera e possa criar. A escrita, muitas vezes, acaba sendo como a leitura e me permite sair um pouco da realidade.
O que é que a escrita mudou em ti, enquanto pessoa?
Eu acredito que absolutamente tudo. Depois que comecei a escrever em 2010, houve um período relativamente longo em que eu me afastei da escrita – assim como da leitura -, e foi como se eu tivesse perdido uma parte importante de mim. A vontade de sentar e escrever existia, porém alguma coisa a bloqueava e eu não conseguia produzir nada. Eu somente me senti eu mesma novamente quando voltei a escrever, quando consegui vencer o que quer que fosse que estivesse me bloqueando, e foi como se tivesse preenchido um buraco vazio e me reencontrado.
E enquanto escritora, o que tens aprendido?
Que escrever é um passatempo prazeroso e, ao mesmo tempo, um desafio. Contar uma história não é somente pegar uma caneta ou sentar-se na frente de um computador, é tentativa e erro, é reescrever, reavaliar, corrigir, modificar. Escrever um livro é um grande trabalho, mas, pelo menos para mim, também é uma grande satisfação.
Como definirias a escrita na tua vida: um passatempo, uma necessidade ou um acaso?
Acho que posso dizer que é um pouco dos três. Comecei a escrever como um acaso, pois eu não acreditava que ia dar algum resultado, não acreditava nem ao menos que viria a terminar um livro, mas com o tempo escrever se tornou uma necessidade, e me fazia tão bem que eu me perguntei por que relutei tanto em começar. É também um passatempo porque me dá prazer quando posso escrever. Há dias tão produtivos que, quando vou ver, o relógio já acusa estar de madrugada e eu continuo sem vontade de dormir, é como se o encanto de escrever mantivesse o sono distante e a mente trabalhando fervorosamente. E sem reclamar.
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Em março publicaste “Ottoiccact - O Livro do Poder”. Podes falar-nos um pouco sobre esta obra?
Ottoiccact é um livro muito precioso para mim, eu comecei a escrevê-lo em uma época em que eu estava muito explosiva com todo mundo, e esse comportamento se refletiu na personalidade de minha personagem principal, Larahy, que tem esssa mesma característica. Foi uma época que eu me sentia muito sozinha, e o próprio livro foi me mostrando que, sozinha, a tendência era ficar cada vez mais amargurada, que todos precisam de um ombro amigo, pessoas importantes que nos façam bem (porque, quando sento para escrever, é como se a história se desenvolvesse sozinha, eu só dou as palavras à ela), e com isso era como se eu fosse dando uma lição a mim mesma.
Sobre a história do livro, ela fala sobre um artefato extremamente poderoso, que acaba perdido depois de uma tentativa de roubo. Um grupo é formado ao acaso para ir atrás dele, e eles precisam aprender a conviver com Larahy durante da viagem, uma pessoa bem difícil de lidar. Eles saem em busca de um llivro porque Sephir, um mago que não quer seguir regras, deseja impor suas próprias aos outros reinos e precisa do livro para que consiga atingir seu objetivo.
Como nasceu a ideia para este livro?
Eu jogava RPG de mesa na época (sempre fiz parte desse mundo de jogos), e sempre que voltava para casa das sessões, era como se tivesse sido injetada com uma grande dose de criatividade, e os personagens, assim como a história, iam se formando em minha cabeça. A priori, considerava como possíveis ações de minhas persoangem no RPG, mas depois comecei a perceber que nada daquilo pertencia realmente a ela, e à partir daí os personagens também foram se montando. Foi algo muito natural, fora que as coisas que eu escrevo normalmente também me aparecem através de sonhos, seja uma parte específica, um diálogo ou o enredo todo, eles também vão se criando em meu subconsciente enquanto durmo, depois eu passo os pontos mais importantes para o papel e a história vai se criando.
O que te motivou a enveredar pelo género fantástico?
Fantasia sempre foi minha grande paixão, desde livros a filmes, o fantástico é o que realmente me cativa. Para mim, essa “fuga da realidade” sempre foi uma necessidade. Poder explorar novos mundos, novas raças, tudo o que é diferente chama minha atenção, e eu adoro ter contato com essa criatividade e liberdade que o gênero fantástico permite.
Estás a trabalhar também na publicação pelo Wattpad da história “Envolvida com Dois Mundos”, o que te levou a lançar também este livro, quase em simultâneo com o primeiro, através desta plataforma?
Publicar o livro no Wattpad foi uma ideia muito repentina, ela me ocorreu realmente do nada. Comecei a ficar curiosa e a me perguntar como seria se publicasse primeiro lá, que tipo de experiência teria tentando usar a plataforma, e quem sabe ter um feedback do livro enquanto está em produção. Então eu conversei com alguns amigos (fiz até uma postagem no facebook pedindo a opinião de alguns leitores), e depois do incentivo positivo que tive, acabei me animando ainda mais e decidi fazer o teste.
O fato de ter sido bem próximo com o lançamento do Ottoiccact é porque, como disse, estou sempre produzindo alguma coisa, então com O Livro do Poder totalmente completo, a abertura foi fazer essa experiência com outro título, e acredito que nada mais indicado do que trabalhar com o que estou produzindo atualmente.
Qual tem sido a reação dos leitores face ao teu trabalho?
A publicação ainda é bem recente, então no momento tenho lidado mais com as primeiras impressões, mas elas andam bem positivas, o que me deixa bastante empolgada.
Antes da publicação eu compartilhei o livro com alguns amigos em busca de opiniões e feedback, e tive reações muito positivas, por isso sigo confiante e sempre torcendo para que as pessoas gostem!
Se só pudesses ler apenas um único livro para o resto da tua vida, qual seria o privilegiado?
Não acredito que esteja preparada para responder essa pergunta, devo admitir. Eu provavalmente acabaria sem nenhum por não conseguir fazer uma escolha a tempo, porque ler é minha grande paixão, e eu simplesmente não consigo escolher somente um, dentre tantas obras maravilhosas que temos por aí. Por aí já se pode perceber que eu sou uma pessoa indecisa, e – infelizmente -, muito, o que torna toda e qualquer escolha um grande desafio.
Se tivesses de escrever num género literário diferente, a qual desafio te proporias?
Já tive vontade de me aventurar em um romance de época, mas, por enquanto, somente uma vontade.
O que é que os leitores podem esperar de ti para o futuro?
Mais histórias dentro do gênero de fantasia medieval! Como disse, escrever faz parte de mim, e sempre estarei contando uma história diferente dentro desse gênero que eu amo e que igualmente me define. Eu digo a meus amigos que no quesito “realidade” já basta minha vida, em meus livros eu quero explorar o fantástico e desconhecido, e levar as pessoas para viajar em mundos diferentes junto comigo.
Descreve-te numa palavra:
Determinada! Quando começo uma coisa, gosto de ir até o fim.
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