David, sê bem-vindo a este espaço. É um gosto poder conhecer-te melhor e apresentar-te aos seguidores deste espaço, para começar: Como é que te iniciaste na escrita?
Creio que foi uma coisa natural. Eu lia muito e dava por mim a imaginar soluções diferentes para as situações apresentadas nos livros e aos poucos ia idealizando histórias. Daí a decidir escrever foi um pequeno passo. Comprei um computador e a partir daí fui escrevendo sempre.

Qual o sentimento que te domina quando escreves?
De total liberdade. Posso decidir o que se vai passar na história o destino das personagens e desligo do resto que me rodeia. É como se estivesse submerso no meu próprio universo.

O que é que a escrita mudou em ti, enquanto pessoa?
Acho que mudou o meu vocabulário. Fui conhecendo palavras até então desconhecidas e até a construção das minhas frases mudou. Também fez com que os colegas recorressem a mim quando é necessário fazer algum texto. :)

E enquanto escritor, o que tens aprendido?
Antes de tudo, não me considero de todo escritor. Acho que esse é um estatuto que pertence a quem tem uma carreira sólida na escrita e não é o meu caso. Mas enquanto autor tenho aprendido a conseguir despertar emoções nos outros enquanto leitores e em mim mesmo enquanto escrevo. É deveras gratificante ouvir as pessoas a dizerem que parece que estão a cheirar os cheiros do livro e a viver as situações como se estivessem dentro da acção. Tudo isso são aprendizagens, e uma grande responsabilidade!

Como definirias a escrita na tua vida: um passatempo, uma necessidade ou um acaso?
Um passatempo, sem dúvida, mas que me dá imenso prazer.

És professor de artes marciais. Esta área tem alguma influência na tua escrita?  
Nem por isso, a não ser nas cenas de lutas onde talvez tenha alguma facilidade em "coreografar" as mesmas. 

Publicaste o teu primeiro livro em 2010, A Espada Flamejante. Podes falar-nos um pouco sobre ele?
Bom... O processo que envolveu "A Espada Flamejante" quase dava um livro. Não pelo lançado em 2010, mas pela tentativa anterior onde fui, como acontece com vários autores, enganado por uma "editora" e perdi bastante dinheiro, que felizmente consegui reaver anos depois, após processos em tribunal que ganhei.
Mas falando do livro de 2010, a premissa é a mesma do livro "O Despertar do Nefilim": um descendente de um Arcanjo e uma Espada, mas passado numa época medieval e com toda a mitologia inerente à mesma (orcs, elfos, grifos, etc.). O livro é direccionado para um público juvenil, de leitura fácil e que relata a eterna luta entre o Bem e o Mal onde o herói vai encontrando aliados ao longo do caminho. É um livro de leitura leve, diferente deste meu novo projecto.

O que é que essa experiência trouxe à tua vida?
Sobretudo a vontade de continuar a escrever e alguma admiração de amigos e colegas.

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Estás a preparar o lançamento da tua segunda obra, O Despertar do Nefilim. A que público se destina este livro?

Sobretudo ao público mais adulto, porque tem cenas e linguagem violentas.

O que te motivou a escrevê-lo?
Sobretudo a vontade de escrever algo diferente. A minha maneira de escrever mudou radicalmente desde que fui pai pela primeira vez. A paternidade fez-me ver o mundo de maneira diferente. Se havia notícias que causavam pouco impacto em mim, agora vejo-as de uma outra maneira, da mesma forma que antes o mundo era preto e branco, tal como no livro "A Espada Flamejante" onde os bons são só bons e os mais são só maus. Com o nascimento do Afonso, comecei a ter noção de que há uma zona cinzenta, e é com essa zona que temos que nos preocupar pois não sabemos verdadeiramente o que nos reserva quando nos vemos com alguém que temos que proteger até com a nossa vida as coisas deixam de ser "preto no branco". Por esse motivo o projecto "A Espada Flamejante" ficou interrompido, mas espero regressar a ele para o terminar, mas com uma continuação completamente diferente da primeira parte.

Quais são as tuas expetativas em relação a este novo projeto?
Espero sobretudo que agrade a quem o ler e sobretudo que se divirtam tanto a fazê-lo como eu me diverti a escrevê-lo. A viagem da escrita deste livro foi deveras divertida e enriquecedora a todos os níveis.

Se, no entanto, tivesses de escrever num género diferente daqueles que já experimentaste, a qual desafio te proporias?
Ui, essa é difícil... Provavelmente um "Thriller", mas não sei se teria capacidade para o escrever.

Se só pudesses ler apenas um único livro para o resto da tua vida, qual seria o privilegiado?
Bom, essa pergunta é muito complicada porque já li muitos livros e cada um despertou em mim emoções diferentes, mas se tivesse que escolher apenas um para ler, provavelmente escolheria "O Hobbit" de Tolkien.

O que podem os leitores esperar de ti no futuro?
Se o tempo permitir, a continuação de "O Despertar do Nefilim".

Descreve-te numa palavra:
Sonhador.