Isabel, sê bem-vinda a este espaço. É um gosto poder conhecer-te melhor e apresentar-te aos seguidores deste espaço, para começar: Como é que te iniciaste na escrita?
Iniciei o meu percurso na escrita há alguns anos, como uma necessidade de expor o meu Inner Game, falar sobre temas que assolam o pensamento, o meu e provavelmente, de muitas outras pessoas.

Qual o sentimento que te domina quando escreves?
quando escrevo, dou asas à minha imaginação. Entro num mundo  para além do que conhecemos, entro numa nova dimensão, onde a verdade e a ficção se fundem e se confundem. Sem linhas e sem fronteiras. É transponível para alem do que conhecemos e é visível. É um mundo de infinitas possibilidades.

O que é que a escrita mudou em ti, enquanto pessoa?
quando entro nessa dimensão, e me entrego à escrita, reconheço que há um mundo de infinitas possibilidades. esse mundo, faz me reconhecer as minhas fragilidades enquanto Ser humano, mas também faz sobressair o melhor que há em mim e todo o potencial que tenho ao meu dispor ao querer contribuir para que o mundo seja um lugar melhor.  

E enquanto escritora, o que tens aprendido?
tenho aprendido que a escrita é partilha. Aprendemos a dar um bocadinho de nós, do nosso mundo, e isso acaba por se traduzir em amor pelo outro. Mas não é só no sentido unilateral. Também recebemos amor, cada vez que alguém sente as minhas palavras e as toma como suas e transforma a sua maneira de ver a vida, ou simplesmente reflete sobre isso, eu recebo. E isso faz-me sentir grata perante a vida.

Tens algum ritual de escrita?
Na verdade não. Tenho que sentir .... E, nesses momentos, pego uma folha de papel e sento-me no chão. Gosto da sensação de liberdade que me dá um pedaço de papel branco,... E depois, com um lápis de carvão começo a colocar ideias soltas, e as palavras começam a brotar da minha cabeça e do meu coração. Emergem abruptamente ideias que não consigo agarrar e que tomam literalmente conta de mim! Já me habituei a colocar ao lado da minha cama uma folha branca. Com alguma frequência, acordo a meio da noite com uma ideia que me faz acordar e acelerar o ritmo do meu coração. Nessas alturas eu sinto que a ideia é boa e que preciso agarra-la naquele preciso momento. Caso contrário, no dia seguinte não me lembrarei... Pode ser uma ideia solta sobre algo que nunca tinha pensado, ou pode ser a linha de pensamento ou a ideia/palavra chave para dar continuidade a algo que já iniciei.

A escrita é para ti, uma necessidade ou um passatempo?
a escrita começou por ser um esboço de retalhos de vida, de pensamentos psico-sociais, uma necessidade de expor o meu Inner Game face ao mundo e ao que nos rodeia, aquilo que vemos e aquilo sentimos. A forma como observo a sociedade (e como os outros a observam), como as pessoas se relacionam, e se comunicam, o mapa mental de cada um, os sentimentos, as emoções, etc.  Depois, quando o Gonçalo da Chiado me convidou para participar na Antologia da Poesia, e muito embora nunca tivesse escrito poesia, senti um enorme desejo de criar algo em forma de poesia. Mas nada muito rimático, nada muito emparelhado. Tenho como referencia na poesia, o estilo inconfundível de Pessoa e revi-me e revejo-me a escrever poesia cuja mensagem é muito para além daquilo que se pode ler. É uma obra de arte em que cada um pode retirar uma mensagem a cada momento, de acordo com aquilo que sente, de acordo com o seu estado de espírito, de acordo com a sua vivência, a sua interpretação do mundo e daquilo que o rodeia. Daquilo que vê e daquilo que acredita muito para além do que é visível. A escrita não é estática. É algo mutável, que se lê e se sente com os olhos e o coração de quem o lê e com o estado de espírito presente no momento em que o lê. E naturalmente, também de quem o escreve. A escrita é há muito tempo, parte da minha existência, como o ar que respiro ou o água que bebo.

Aproxima-se a publicação do teu primeiro livro. Como se chamará? 
Branklache, a menina bolacha.

Podes falar-nos um pouco sobre ele?
É sobre Branklache, uma linda bolachinha que vive numa pequena e mágica aldeia, onde o sol brilha todos os dias e onde todos os meninos bolachas são felizes. A historia apela aos valores essenciais , como a família, a amizade, o amor , a partilha, etc . 

O que te inspirou a escrever este livro?
Começou por ser uma historia que ajudei a idealizar para a minha filha Daniela, quando estava no 4º. ano. Depois, não ficou por ali, começou a crescer em mim uma enorme vontade de dar vida à Branklache e de a dar a conhecer a todos os meninos e meninas! Porque a Branklache é mesmo uma menina muito especial como todos os meninos e meninas que existem no mundo. E a Branklache é isso mesmo, o espelho de todos os meninos e meninas. Especial,  terna,  amiga, sincera e muito, muito doce!

E o que te motivou a publicar?
Branklache ficou guardada numa caixinha de bolachas por bastante tempo. Nunca ficou esquecida, apenas estava adormecida. Chegou ao momento em que ela começa a reclamar, a suplicar! Ela queria sair dali, ela precisava sair daquela caixinha. Disse-me certo dia que não pode mais ficar ali, fechada. Não mais! Ela tinha razão, como têm todos os meninos e meninas do mundo, que precisamos ouvir e escutar com atenção.  Branklache é a historia de todos os meninos e meninas que apelam aos valores essenciais, como a família, a amizade , a partilha, o amor. A Branklache quer estar presente no quotidiano de cada um deles e fazer as suas vidas muito mais doces.

Como achas que será a reação dos que te rodeiam a este projeto?
Acredito ser muito positiva.

Já realizaste outros trabalhos no âmbito da escrita? Quais?
Sim, várias antologias da poesia Portuguesa, quer da Chiado e Vieira da Silva. Coletâneas  de Micro narrativas ficcionais, Contos de natal, Cartas de Amor. Tenho também um blogue onde falo de vários temas, Compassamento.

Se só pudesses ler apenas um único livro para o resto da tua vida, qual seria o privilegiado?
"O monge que vendeu o seu ferrari" de Robin Sharma.

Se tivesses de escrever noutro género literário, a qual desafio te proporias?
Não me identifico apenas com um único género literário. Posto isto, há infinitas possibilidades…

O que é que os leitores podem esperar de ti para o futuro?
Diria que podem esperar muitas coisas; que eu me surpreenda... E que os surpreenda também.

Descreve-te numa palavra:
Apaixonada.