As Mulheres do coro de Chilbury (COMPRAR AQUI) é um romance histórico publicado este mês pela Editorial Presença, da autoria de Jennifer Ryan. Este romance foi considerado o Melhor Livro de Estreia pela Goodreads e assim que iniciei a sua leitura, logo compreendi as razões que o levaram a conquistar essa distinção.

Já revelei cá no blogue que gosto muito de ler obras cuja temática se centra na Segunda Guerra Mundial e este foi, a par de outro título publicado pela Presença, A Holandesa, uma das melhores leituras sobre a Segunda Guerra Mundial, que fiz até ao momento. 

Nesta narrativa acompanhamos várias mulheres que integram o coro feminino de Chilbury, durante o ano de 1940. Após os homens da aldeia começarem a partir para a guerra, o pároco toma a decisão de encerrar o coro. Assim, para evitarem esse trágico desfecho, as mulheres de Chilbury unem-se e formam um coro feminino, liderado por Prim, uma professora de música.

Entre estas mulheres destacam-se a Sra. Tilling, viúva e mãe de David que parte para a guerra. Kitty, adolescente, irmã de Venetia, a "imperatriz" da aldeia, e filha da Sra. Winthrop. Edwina, uma parteira cujos métodos de trabalho são duvidosos e cujo carácter é suspeito. Silvie, uma pequena refugiada judia, acolhida na casa dos Winthrop. A estas mulheres juntam-se Hattie, Sra. Gibbs, Sra. Quail e a Sra. B. Apesar de tão diferentes, todas estas mulheres têm algo em comum: o desejo de superarem a guerra e usarem a sua voz como arma. 

A história é contada por cada uma destas mulheres, através do registo em diário da Sra, Tilling e da Kitty, e através das cartas que Venetia escreve à amiga Angela Quail, filha do vigário, e das cartas que Edwina Paltry escreve à sua irmã Clara. Desta forma, temos a possibilidade de conhecer as suas histórias através de várias perspetivas, da perspetiva de cada personagem. 

É incrível como em tempos difíceis, somos capazes de grandes feitos, de descobrirmos em nós mesmos, forças até então desconhecidas, vozes que precisam de se soltar e serem ouvidas, é esta a mensagem do livro, que narrado por várias mulheres fortes, corajosas e perspicazes, nos emocionam e fazem sorrir através do seu humor refinado.

Desde os amores da adolescência protagonizados por Kitty, das mentiras de Edwina, da vida pacata da Sra. Tilling, do amor atrevido e periclitante vivenciado por Venetia e o Sr. Slater, as suas vidas vão se misturando e o leitor cria imediatamente empatia com toda a narrativa e as suas respetivas personagens. 

Este é um livro sobre a Segunda Guerra Mundial que, no entanto, é diferente de tudo o que já li, uma vez que se centra acima de tudo, nas histórias de mulheres que perderam os seus homens para a guerra e que foram obrigadas a recomeçar sozinha e contrariando os paradigmas da época que tantas restrições colocavam às mulheres. 

Uma verdadeira história inspiradora, que nasceu das histórias partilhadas entre a autora e a sua avó, que viveu durante a 2ª Guerra Mundial, numa pequena aldeia de Kent.

Sobre a autora
Jennifer Ryan cresceu no condado de Kent, Reino Unido. É uma apaixonada pela temática da Segunda Guerra Mundial, tendo sido editora de obras de não-ficção nos Estados Unidos da América. Com direitos vendidos para 14 países, As Mulheres do Coro de Chillbury, o seu primeiro romance, o qual foi considerado o Melhor Livro de Estreia pela Goodreads. Muitas das histórias das personagens nele retratadas são baseadas em factos reais, que Jennifer Ryan descobriu através de uma extensa pesquisa e dos relatos da sua avó.

Uma leitura: