55 (COMPRAR AQUI) é um dos mais recentes títulos publicados pela Bertrand Editora, da autoria de James Delargy. Este é um thriller policial intrigante que me manteve agarrada da primeira à última página.

Começo, desde já, por ressaltar a escrita do autor; direta, simples e escorreita. Uma escrita que me cativou pela sua simplicidade.

A narrativa está bem construída e é dividida em dois espaços temporais, o presente e o passado, mais concretamente o ano de 2002. 

Nesta narrativa acompanhamos o sargento Chandler Jekins na sua jornada em busca da verdade.

À esquadra de Wilbrook, situada numa pacata cidade australiana, chega Gabriel, um homem ferido, que acusa Heath, de o ter raptado, drogado e de ter tentado assassiná-lo. O sargento não hesita em lhe prestar auxilio, contudo, após colocar Gabriel no hotel da cidade, enquanto tenta descobrir o suposto assassino, surge Heath contando a mesma história de Gabriel, colocando-se a si como a vítima e a Gabriel como o assassino.

A história é intrigante e apelativa, faz-nos questionar durante toda a leitura sobre qual dos dois estará a contar a verdade. 

Da grande cidade chega Mitch, ex-amigo de Chandler e seu superior, com quem o mesmo se vê obrigado a trabalhar, o clima entre eles é tenso e desconcertante, e quando a história regressa a 2002, percebemos que no inicio da carreira de ambos, eles já tinham trabalhado juntos numa investigação de um desaparecimento que se revelou infrutifera.

A história encerra-se de um modo angustiante e o final é apenas sugestivo, indicando-nos que tudo termina do mesmo modo que a investigação realizada em 2002, com contornos maiores que não posso desvendar, uma vez que o leitor deverá decifrar por si mesmo, sem spoilers.

É um thriller diferente, mas intenso. Uma excelente leitura de verão.

Sobre o autor
James Delargy nasceu e cresceu na Irlanda, mas viveu na África do Sul, Austrália e Escócia, antes de voltar para Inglaterra, onde mora atualmente. O conhecimento diversificado dos lugares, cidades, paisagens e culturas que foi adquirindo é utilizado na sua escrita com mestria. Tem um sonho: escrever uma série de romances que lhe permita dar uma volta ao mundo (nem que seja pelo prazer de poder desfrutar da investigação).

Uma leitura: