Fonte: Emporium Editora |
Nasceu na Alemanha, a 20 de outubro de 1974. Tem como formação base uma licenciatura em Marketing e uma Pós-Graduação em Gestão. Começou por trabalhar no setor das Viagens, foi formadora, organizadora de eventos e desempenhou cargos de diretora de Marketing e Comunicação na área do Turismo. A leitura e a escrita foram sempre as suas grandes paixões. Desde pequena que sonha escrever livros e partilhar as suas histórias com miúdos e graúdos. Mora no Algarve, é casada e mãe de duas filhas que a inspiram todos os dias a imaginar histórias com significado. Assina mensalmente uma coluna de opinião no jornal online Sul Informação sob o mote “Mãe preocupada com o Ambiente”. A Irmandade da Rocha - Daniela e o Ouriço-do-mar é a sua primeira aventura literária no universo infanto-juvenil. Complementando o seu trabalho de autora, realiza regularmente ações de incentivo à Leitura e à Educação Ambiental, junto de escolas, bibliotecas públicas e feiras do livro.
Olá, Analita. É um gosto poder conhecer-te melhor e apresentar-te aos seguidores deste espaço, para começar: Como que é que te iniciaste na escrita?
Obrigada pelo convite. É com imenso agrado que estou aqui convosco, a dar-me a conhecer um pouco melhor.
Desde que comecei a ler, comecei a gostar de escrever. Na escola primária adorava fazer redações e muito cedo, comecei a escrever pequenos versos, depois, pequenas histórias. Há medida que os estudos foram avançando, era nas disciplinas que exigiam maior capacidade de síntese e argumentação escrita que conseguia alcançar melhores resultados, como História, Geografia, Ciências da Natureza, Português, Filosofia. Já em Matemática e Físico-Química os resultados não eram tão bons, apesar de não ter negativas! Na Faculdade, aconteceu o mesmo. E quando comecei a trabalhar na área do Turismo, a escrita continuou presente – escrevia artigos para revistas, comunicados de imprensa, textos para websites… Escrever, tem desde sempre, ocupado um espaço importante na minha vida.
Qual o sentimento que te domina quando escreves?
Quando começo a escrever, sinto uma vontade enorme de continuar - não parar - até a história estar terminada. Um dia, ao conversar com um escritor português bem conhecido, ele disse-me que para conseguir escrever, era necessária uma certa dose de obsessão, e eu concordo plenamente - o exercício da escrita, exige mesmo, obsessão.
O que é que a escrita mudou em ti, enquanto pessoa?
Escrever, ajudou-me a ser mais organizada e metódica. Como para escrever é preciso ler bastante, a escrita tem-me levado a conhecer diferentes realidades, formas de estar e pensar.
E enquanto escritora, o que tens aprendido?
Tenho aprendido a admirar cada vez mais, os grandes escritores e as grandes obras literárias. Escrever não é fácil. Não, quando se pretende escrever de uma forma séria e constante.
Tens algum ritual de escrita?
Sim. Quando estou em processo criativo, preciso de tempo sozinha – no mínimo, duas horas e tenho, obrigatoriamente, de escrever duas páginas por dia. Pode parecer pouco, mas para quem trabalha a partir de casa e tem duas crianças pequenas, a organização do tempo é umas das grandes dificuldades.
A escrita é para ti, uma necessidade ou um passatempo?
É uma necessidade, porque pretendo escrever histórias com significado que possam inspirar e fazer a diferença nos leitores.
Após uma licenciatura e uma pós-graduação, começaste por trabalhar no setor de Viagens e desempenhaste, inclusive, cargos de diretora de Marketing e Comunicação na área do Turismo. Qual a importância que estas áreas têm na tua vida?
Presentemente, o meu trabalho na área do Turismo está focado na empresa do meu marido que realiza passeios turísticos de sidecar no Algarve. Houve um momento da minha vida, em que tive de fazer uma escolha entre a carreira profissional e a família – a vida dos profissionais de Turismo - principalmente com cargos de chefia - pode ser bastante desgastante e eu cheguei a um ponto de viragem, em que precisei de optar. Optei pela família e sinto-me muito grata por essa escolha, pois hoje tenho duas filhas fantásticas e mais tempo disponível para me dedicar ao que realmente me preenche e realiza – a escrita. Claro que isto implica um certo downsizing no estilo de vida, mas com o tempo, acabamos por nos adaptar.
Esta formação teve impacto no teu trabalho enquanto escritora?
Sim. Claro. Trouxe-me experiências de vida que me enriqueceram como pessoa, além do exercício quase diário da escrita, apesar de num contexto mais comercial.
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Recentemente, publicaste “A Irmandade da Rocha”, uma obra para o público infantil e que cujo tema fulcral é o ambiente. Podes falar-nos um pouco sobre ele?
A publicação do livro “A Irmandade da Rocha – Daniela e o ouriço-do-mar” está diretamente relacionada com outra das minhas grandes paixões – a Natureza. Tal como ler e escrever, a Natureza, os animais, o Ambiente, sempre fizeram parte de mim. Tive a sorte de ter uma mãe proveniente do interior Algarvio - da Serra de Monchique – e um pai do litoral – próximo de Portimão - o que me permitiu, à medida que fui crescendo, ter um pé na serra e outro no mar. Para uma criança curiosa como eu era (e sou!) isso foi marcante. Aprendi desde cedo a respeitar todas as formas de vida. Escrever este livro foi uma forma de passar uma mensagem às minhas filhas e a todas as crianças: a mensagem que todos os seres vivos, mesmo os mais pequenos, merecem viver e serem protegidos. Aprendi a nadar, praticamente ao mesmo tempo que aprendi a andar, por isso, o ambiente marinho exerce sobre mim um grande fascínio. Cresci a brincar nas poças de maré e a proteger os camarões e os pequenos peixinhos que muitas crianças insistiam em capturar! Na verdade, eu sou a Camila da história, a super-heroína do Ambiente e quero que todas as crianças que lerem este livro, também sejam super-heróis, mesmo sem capa ou máscara!
Como surgiu a ideia para escrever este livro?
Como disse anteriormente, a ideia de escrever este livro, veio das minhas vivências enquanto criança e do desejo de passar uma mensagem de educação ambiental às minhas filhas e a todas as crianças.
E como tem sido a reação dos leitores face a este trabalho?
Bastante positiva. O livro está praticamente a entrar na segunda edição, sem ter chegado ainda sequer ao mercado livreiro nacional. O facto de o livro ter sido escolhido pela Biblioteca Municipal de Portimão para a Semana da Leitura 2019, na iniciativa “Hoje Leitor, amanhã Leitor”, promovida Plano Nacional de Leitura, que decorreu de 11 a 15 de Março, onde estiveram mais de 1000 alunos, em 17 sessões, ajudou-me a perceber bem a recetividade das crianças e dos adultos: todos deixaram-se cativar pela história e adoraram as ilustrações. No final da apresentação, já sabiam os nomes das personagens e muitos foram os que me perguntaram logo pela continuidade da história da Irmandade da Rocha!
Assinas mensalmente uma coluna de opinião no jornal online Sul Informação sob o mote “Mãe preocupada com questões ambientais”. Podes partilhar um pouco dessa experiência?
Estou a apreciar bastante. Sempre que escrevo um novo artigo, sinto uma enorme responsabilidade por cada palavra que uso, começando, pelo tema que escolho. Agradeço imenso a oportunidade que me foi dada pelo Sul Informação pois pretendo também aqui, fazer a diferença nos leitores, sensibilizando-os para questões tão variadas como o problema do plástico, a importância da reciclagem, o desperdício alimentar, etc. Sem esquecer, as causas locais ambientais, como foi o caso recente de um projeto de loteamento turístico que existia para uma zona verde de Portimão, junto à falésia, conhecida por João d’Arens, que felizmente, acabou por ter uma Declaração de Impacto Ambiental desfavorável, muito graças a um enorme movimento de cidadania que se juntou em torno desta causa.
Sobre que temas te debruças para criares as tuas histórias, para além das questões ambientais?
Todos nós temos uma história que merece ser contada! A vida, só por si, proporciona-nos um manancial de inspiração e de temas. Basta estarmos atentos.
Já realizaste outros trabalhos no âmbito da escrita? Quais?
Sim. A minha editora, a Editora Emporium, vai lançar uma coletânea de contos, onde será possível descobrir uma outra faceta da minha escrita. Tenho outras histórias na manga, mas para já, não quero revelar muito mais...!
Gostas de ler? Se só pudesses ler apenas um único livro para o resto da tua vida, qual seria o privilegiado?
Sim. Gosto bastante de ler. Acredito que quanto mais se lê, melhor se escreve. Ultimamente, tenho tido alguma dificuldade em escolher novos livros e novos escritores. Quando já se leu livros de Fernando Pessoa, Sophia de Mello Breyner Andresen, Gabriel Garcia Márquez, Luís Sepúlveda, Aldous Huxley, Patrick Süskind, Ernest Hemingway, Isabel Allende, Laura Esquível, entre outros grandes nomes da literatura nacional e internacional, parece que é difícil encontrar histórias “à altura”. Claro que existem outros grandes escritores e grandes livros, provavelmente, eu é que não tenho procurado bem! Por exemplo, Carlos Ruiz Zafón e “A Sombra do Vento”, foi um livro que me recomendaram e que me surpreendeu bastante pela positiva. Mas, o meu escritor preferido é mesmo, José Saramago. Os seus livros fascinam-me - as suas histórias por vezes até tão simples, mas tão geniais, são inesquecíveis. Acho que ter só um único livro para ler, seria muito triste e aborrecido, mas se tivesse que escolher mesmo, mesmo, escolheria o “Ensaio sobre a Cegueira”, de José Saramago!
Quais os temas que gostas de abordar quando escreves?
Julgo estar ainda numa fase de amadurecimento em que me é difícil especificar temas de preferência.
Pensas em publicar novamente?
Sim. Claro! O segundo livro da Irmandade da Rocha, já está em preparação. E já tenho em mente, a história para o terceiro.
Se tivesses de escrever noutro género literário, a qual desafio te proporias?
Já escrevi alguns contos, portanto, o grande desafio seguinte, é o romance.
O que é que os leitores podem esperar de ti para o futuro?
Podem esperar uma Analita ativa e interventiva no mundo literário português!
Descreve-te numa palavra: persistente.
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