Adelina, sê mais uma vez bem-vinda a este espaço. É um gosto poder conhecer-te melhor e apresentar-te aos seguidores deste espaço, para começar: a escrita é parte de ti e isso denota-se no teu trabalho, como é que a escrita surgiu na tua vida?
A escrita sedo se revelou em mim como um meio de expressar os meus medos, as minhas emoções, tudo aquilo que me fazia gritar por dentro de alegria ou tristeza. Com 12 ou 14 anos eu já participava nos concursos de poesia e contos da escola.

Escreves só quando vem a inspiração ou escrever é um rito que praticas independentemente das circunstâncias? 
Tenho a necessidade de escrever todos os dias. Nem sempre escrevo poesia, porque a poesia é um estado de alma, algo que quer sair espontâneo e livre ao sabor dos sentidos. Mas escrevo em diários, contos, e quando a inspiração chega para tal, vou escrevendo alguns capítulos dos romances que tenho começado.

Imagina a tua vida sem a escrita, como seria?
Seria um grande vazio. Dantes quando não tinha computador e escrevia em braille, mesmo sendo mais difícil alterar o que escrevia, e gastava imenso papel para escrever um poema, não podia deixar de o fazer, porque me fazia falta a minha conversa com as palavras, a trapia que me ajudava a fazera catarse da alma como agora.

O que é que a escrita trouxe à tua vida?
Sendo como disse a escrita é uma companhia e com a publicação dos meus três livros: o primeiro em 2012, uma monografia sobre a minha terra(Gondomar), o segundo de poesia em 2015(BOCADOS DE MIM), e(A NUDEZ DAS PALAVRAS) em Março deste ano.
Tudo isto me trouxe realização pessoal, a partilha da minha escrita com outros poetas e amantes da poesia, assim como novas amizades e outras aprendizagens do mundo das letras.

Como definirias a escrita na tua vida: um passatempo, uma necessidade, um acaso?
Afirmativamente uma necessidade.

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Publicaste o teu livro em 2015, Bocados de Mim, um livro de poesia que é um reflexo da ti mesma e em fevereiro do presente ano publicaste uma nova obra, A Nudez das Palavras. Podes falar-nos um pouco sobre este novo projeto?
A Nudez das palavras foi publicado em Março do corrente ano, não em Fevereiro. Continua a ser o desnudar dos meus fragmentos de vida, talvez com uma escrita um pouco mais amadurecida, porque vamos sempre aprendo algo de novo com a experiência. Não desejo falar muito sobre a minha escrita, prefiro que os que me lêem façam os seus julgamentos.

O que te motivou a publicar este livro?
Fui incentivada pelas muitas pessoas que leram o Bocados de mim a voltar a publicar poesia.

És uma exímia poetisa. A poesia encontrou-te ou tu encontraste a poesia?
Obrigada por me acharem uma poetisa. A poesia encontro-a no dia a dia, no contacto com a natureza, com o ser humano. É a poesia que esvoaça em meu redor, me espicaça os sentidos e me obriga a escrevê-la.

Qual a importância que a poesia tem na tua vida?
Digamos que a poesia é uma companhia, um namoro com as letras, e um modo de afastar a solidão. A poesia já faz parte de mim.

Como é a reação dos teus leitores face ao teu trabalho?
Tenho tido excelentes críticas positivas por parte dos meus leitores, tanto no contacto direto com as pessoas como na net. As pessoas gostam mais da Nudez das palavras, e apesar de não existir muita motivação para as pessoas lerem poesia, as coisas vão correndo bem.

Já realizaste outros trabalhos no âmbito da escrita? Quais?
Como já referi o meu primeiro livro publicado foi uma monografia. Escrevi uma outra que ainda não saiu do formato digital. Também tenho publicado pequenos contos em antologias organizadas pelo agrupamento de escolas onde trabalho.

Se só pudesses ler apenas um único livro para o resto da tua vida, qual seria o privilegiado?
É-me difícil escolher um só livro uma vez que adoro ler e tenho muitos dos quais gosto imenso, mas de momento surge-me os poemas de Fernando Pessoa na versão Álvaro de Campos.

Se tivesses de escrever noutro género literário, a qual desafio te proporias?
O romance. Tenho alguns começados mas não sei se terei inspiração para os acabar.

O que é que os leitores podem esperar de ti para o futuro?
Vou continuar a escrever poesia e a partilhar na minha página da net.
Ando com um projeto na cabeça para escrever contos infantis, mas não sei se vai ter pernas para andar. Quanto à poesia ainda é sedo para pensar numa nova publicação. O tempo o dirá se voltarei a publicar.

Descreve-te numa palavra:
Sonhadora.