Francisco Mellão Laraya é natural de São Paulo, Brasil. É formado em Direito. Músico, iniciou o curso de violão clássico no Conservatório Beethoven, onde se formou e fez pós em interpretação no Mozarteum. Francisco cruzou o oceano e trouxe a sua literatura para as terras dos seus antepassados, em Lisboa, e hoje responde a algumas perguntas no blogue.

Olá, Francisco. É um gosto poder conhecer-te melhor e apresentar-te aos seguidores deste espaço, para começar: Como que é que te iniciaste na escrita? Escrever para mim era uma necessidade, com poucos anos fiquei surdo e voltei a escutar, parcialmente, aos 15 anos graças a uma cirurgia. Então, meus melhores amigos eram os livros, e a escrita uma forma de expressão que sempre valorizei.

Qual o sentimento que te domina quando escreves? Paz.

O que é que a escrita mudou em ti, enquanto pessoa? Escrever é como uma psicoterapia, e este processo de auto-conhecimento me trouxe paz, que procuro transmitir a quem me lê.

E enquanto escritor, o que tens aprendido? A deixar a alma solta, a acreditar mais que Deus mora dentro de cada um.

Tens algum ritual de escrita? Ser sincero com meu leitor e comigo.

A escrita é para ti, uma necessidade ou um passatempo? Escrever é uma necessidade psíquica, se procuras o sustento com literatura no Brasil, mude de ramo.

Licenciaste-te em Direito. Qual a importância que esta área têm na tua vida? Enorme, foi em Direito que aprendi a questionar entre o certo e o errado, o bem e o mal.

Esta formação teve impacto no teu trabalho enquanto escritor? Teve e tem, a faculdade tem um recreio onde os alunos expõem para os outros suas dúvidas, sobre aulas cheia de dúvidas, além de ser cultuada na faculdade que fiz, a profissão do escritor em outros cantos no Brasil é um marginal.

Mesmo sendo natural de São Paulo, Brasil, foi em Lisboa que deste os primeiros passos na publicação das tuas obras. Como está a correr essa experiência? Minha primeira obra foi “Textos Barrocos”, lançado no Brasil, primeiro, e com a análise do julgamento de nosso senhor Jesus Cristo, livro que causou polémica, e passei a ser maldito. O brasileiro quando perseguido pede asilo a Portugal, foi o que fiz.

O seu título mais recente, publicado em 2018.
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Já publicaste alguns livros, dentre os quais, “Tito e o Pé de Sonho", "Exames", "A Descoberta, o não tempo", "Um Sonho Dentro de um Sonho" e "Textos Barrocos". Podes falar-nos um pouco sobre estas obras?
“Tito e o pé de sonho” fala sobre a crise e conclui-se que a maior crise é moral e psíquica para cada um, o que leva à crise global. “Exames” é o primeiro rascunho desta obra que sai agora em inglês, depois ela foi melhorada, aumentada, distendida, revista e deu no que deu, o que era um desabafo sobre um tratamento de psicoterapia, virou um tratado de filosofia; “A Descoberta o não tempo” trata da procura e da descoberta de Deus;  “Um sonho dentro de um sonho”, é na verdade uma recontagem de um poema de Poe, “A Dream into a dream”, só que não é tétrico, é alegre e se revê o perdão, para os padrões cristãos, é um confronte do ser e do querer ser, são poucas linhas cheias de muito conteúdo; e por fim “Textos Barrocos”, um resumo de uma discussão jurídica sobre o julgamento de Nosso Senhor Jesus Cristo, com textos sobre o Brasil no fim do militarismo, desnudo das ilusões criadas pela imprensa dos poderosos.

Estás a preparar uma edição em inglês. Podes desvendar-nos um pouco desse processo? Eu, como já disse, leio muito, e sei que mesmo o Fernando Pessoa começou a fazer sucesso quando teve um livro editado em inglês e lançado no Reino Unido. O que fiz, traduzi um livro, o mais filosófico deles e resolvi lançá-lo em inglês o que aumenta o número de leitores da minha obra.

Sobre que temas te debruças para criares os teus livros? Eu me debruço sobre a vida tanto interior, quanto exterior, o que nos remete a filosofia, religião e psicologia.

E como tem sido a reação dos leitores face a este trabalho? Não sou difícil de ler, o que ajuda na penetração do trabalho.

Já realizaste outros trabalhos no âmbito da escrita? Quais? Sim, “Uma Revolução no inferno”, “O Grão de Areia”, “Em busca no tempo perdido”, “Muito Barulho por nada”, “Meu mundo e nada mais” e “L’essenza dell’anima”, na Itália, além do livro em inglês que agora lanço.

Gostas de ler? Se só pudesses ler apenas um único livro para o resto da tua vida, qual seria o privilegiado? Evangelho de Jesus Cristo segundo São João.

Quais os temas que gostas de abordar quando escreves? Filosofia.

Pensas em publicar novamente? Sim, um agora em inglês, aí tudo é uma incógnita.

Se tivesses de escrever noutro género literário, a qual desafio te proporias? Nunca pensei nisso.

O que é que os leitores podem esperar de ti para o futuro? Sinceridade, sempre!

Descreve-te numa palavra: Sinceridade.

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