Chama-se Joana Veríssimo e nasceu em Coimbra a 22 de julho de 1996, mas foi em Mira que cresceu e onde ainda vive. Esta é a autora que hoje vos dou a conhecer. Licenciou-se em Jornalismo e Comunicação, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Tem o Jornalismo como uma grande paixão, mas é na escrita que se encontra, é a escrita que surge na sua vida como uma catarse para as feridas que a mesma lhe impõe.
Em 2017 publicou o primeiro livro, Há Pesadelos Que Nos Fazem Acordar (podem ler a crítica AQUI). E nesse instante, soube com clareza que era o que ambicionava para a sua vida; escrever. 
Recentemente, publicou o segundo livro, Sorriste-me, e agora, apresenta-se no blogue, numa entrevista descontraída onde nos fala da importância da escrita para si.

Olá Joana é um gosto poder conhecer-te melhor e apresentar-te aos seguidores deste espaço, para começar: Como que é que te iniciaste na escrita? 
Olá! Agradeço desde já a oportunidade. O gosto é todo meu!
Iniciei-me na escrita desde muito cedo, acho que quando aprendi a ler e a escrever comecei de imediato a inventar histórias e a escrever sobre o que sentia. Inicialmente escrevia pequenas histórias infantis com o simples intuito de me entreter, mas com o passar dos anos comecei a ver na escrita um refúgio, uma forma de fugir aos problemas da vida ou de os entender melhor. Sempre escrevi sobre o que sinto, o que me magoa, o que gostava de compreender.

Qual o sentimento que te domina quando escreves? 
Depende das situações. Normalmente escrevo mais em momentos tristes ou de alguma melancolia e, por isso, o sentimento que me assola é esse. Mas de um modo geral sinto um alívio, como se ao escrever conseguisse exorcizar a dor, a mágoa, a saudade e a tristeza. 

O que é que a escrita mudou em ti, enquanto pessoa? 
Acho que a escrita não me mudou, fomo-nos moldando uma à outra. Costumo dizer que a escrita é, para mim, uma necessidade. Não escrevo apenas porque quero ou porque gosto, escrevo porque preciso. A escrita tem, na minha vida, o papel fundamental de me ajudar a superar os obstáculos ou as experiências de vida. 

E enquanto escritora, o que tens aprendido? 
A conhecer-me melhor, sem dúvida alguma. Quando escrevo sobre o que sinto tenho a oportunidade de reler e, dessa forma, compreender melhor o que sinto e as razões pelas quais me sinto assim. É quase como se a escrita me permitisse sair de mim e ver o que sinto com uma perspetiva mais isenta. 

Tens algum ritual de escrita? 
Não. Escrevo quando me apetece, onde me apetece e sobre o que me apetece. 

Como definirias esta arte na tua vida? 
Acho que a arte da escrita é responsável por tudo aquilo que sou e pela forma como lido com as adversidades. 

A escrita é para ti, uma necessidade ou um passatempo? 
Uma necessidade, sem sombra de dúvida. Há momentos em que preciso tanto de escrever que, se não o puder/conseguir fazer, dou em doida!

O teu primeiro livro publicado chama-se “Há Pesadelos Que Nos Fazem Acordar”, escrito num género, diria, diarístico. Já li, e inclusive, já recomendei cá no blogue, mas agora gostaria que falasses um pouco sobre esse teu primeiro trabalho aos leitores. Aceitas este desafio? 
Aceito, claro. 

Como surgiram as ideias para compor o primeiro livro?
O meu meu primeiro livro é composto por um conjunto de textos que foram escritos em diversos momentos da minha vida. Textos que fui escrevendo e guardando sem nenhuma ordem nem nenhum plano em concreto para eles. Até que um dia decidi tentar a minha sorte no mundo editorial e percebi que, para isso, precisava de construir uma história ou pelo menos dar sentido a um conjunto de textos. Foi nesse momento que peguei nos textos que já tinha escrito e os ordenei da forma mais coerente que encontrei, juntando-lhes outros textos que escrevi durante a idealização desse livro.

Sendo uma obra que se enquadra no género diarístico. Tem muito de ti?
Tem tudo de mim. Costumo dizer que escrevi esse livro com o coração nas pontas dos dedos, numa tentativa de explicar que tudo o que nele está escrito saiu de mim, dos meus sentimentos, das minhas emoções. Grande parte do livro foi escrito a chorar, só para que tenham uma noção mais concreta do quanto de mim está nele.

Recentemente, publicaste o segundo título, “Sorriste-me”. Dois livros no espaço de um ano. O que te inspirou?
O meu segundo livro foi escrito em dois meses, pouco mais. Fui inspirada por alguns acontecimentos recentes que me viraram do avesso e me fizeram sentir necessidade de escrever sobre eles. É inspirado no amor. E, apesar de ter saído do mundo editorial e ter publicado os dois livros em edição de autor, prometi a mim mesma que publicaria um livro por ano até a sorte me bater à porta. E assim farei.

Quem acompanha o teu trabalho pelo Facebook, encontra muito feedback positivo sobre o teu trabalho. Podes desvendar um pouco do “Sorriste-me” para quem ainda não leu?
“Sorriste-me” é a história da Laura e do Pedro, duas pessoas como tantas outras que, no meio da poeira do dia a dia, dão de caras com o amor. Há obstáculos, que, propositadamente, não explico no livro, e eles vão passar por cima desses obstáculos e lutar pelo que sentem. É uma história muito simples, sem grandes pormenores nem complicações, cujo objetivo é fazer uma espécie de ode ao amor e mostrar que vale a pena lutar por ele. A maioria dos livros sobre amor foca-se nos obstáculos, no drama, na separação. Eu quis focar-me no outro lado, no que está para lá do medo.  

Como vives o contato com o público?
De forma tranquila. Recebo as opiniões das pessoas e procuro responder a todas elas, tento perceber o impacto que os meus textos ou livros tiveram nas suas vidas e a interpretação que fizeram deles. Gosto de sentir que as pessoas gostam do que escrevo. É gratificante. 

Quais os trabalhos que já realizaste no âmbito da escrita, para além destas duas obras?
Participei em alguns concursos literários quando era mais nova, fiz parte do jornal da escola onde andei, colaboro com o jornal online da minha terra e com o site de artigos Repórter Sombra. 

Achas que os jovens ainda valorizam a Literatura, ou será que a proliferação da tecnologia tem surtido efeitos negativos?
Acho que a tecnologia tem o seu lado bom e o seu lado mau, tudo depende da forma como a utilizamos. No que aos livros diz respeito, acredito que a tecnologia pode ser uma forte aliada da literatura, até porque há sempre tempo para tudo. Os jovens valorizam cada vez menos a literatura, mas tenho esperança que isso mude. 

Gostas de ler? Consideras importante ler para se escrever bem? 
Adoro ler. Não há escritores que não leiam – quem não lê muito nunca terá a capacidade de escrever. 

Como é ser uma jovem escritora em Portugal?
Ingrato, de certa forma. 

Como encaras o processo de edição em Portugal? 
Cheio de falhas e de falta de consideração pelos autores, de uma forma muito geral. 

As tuas obras foram edições de autor. O que te levou a criar o teu próprio caminho ao invés de arriscar uma editora?
Inicialmente fiz contrato com uma editora, para a publicação do meu primeiro livro, mas depois rescindiu contrato por questões técnicas e decidi arriscar sozinha. Acho que é mais seguro apostar em edições de autor do que colocar o nosso trabalho nas mãos de quem não o sabe valorizar. Acredito que ainda existam boas editoras e, se um dia voltar a celebrar contrato com alguma, terá de ser com uma dessas. 

Além da escrita, que outras paixões nutres que te completam enquanto pessoa? 
Ler, ouvir música, apreciar as pequenas coisas da vida. Gosto muito de ver series e filmes também. Acho que as minhas paixões andam todas muito à volta da Arte.

Quais os temas que gostas de abordar quando escreves? 
Morte e amor, essencialmente. São os temas mais marcantes na minha vida e, por isso, dominam a minha escrita.

Se só pudesses ler apenas um único livro para o resto da tua vida, qual seria o privilegiado? 
Amor de Perdição, do grande Camilo Castelo Branco. 

Pensas em publicar novamente? 
Sim, em 2019.

Se tivesses de escrever noutro género literário, a qual desafio te proporias?
Policial. Enquanto leitora adoro policiais e tenho pena de não ter grande jeito para escrever nesse género. 

Imagina a tua vida sem a escrita, como seria? 
Provavelmente já cá não estaria.

Apenas numa palavra, descreve-te: 
Intensa. 

E fazendo jus ao título do teu novo livro, que histórias esconde o teu sorriso?
O meu sorriso esconde as histórias de amor que vivi, a superação que consegui fazer de experiências menos boas, os sorrisos dos que amo e dos que já não tenho comigo. 


SINOPSE

Caminhar pela vida é difícil. Tomar decisões que vão definir o nosso futuro não é tarefa fácil. A vida pesa-nos nos ombros com a responsabilidade que temos sobre ela. A nossa vida só depende de nós mesmos, do caminho que seguimos, das decisões que tomamos, das experiências que decidimos viver e daquelas que prontamente dispensamos. Temos nas mãos a chave da felicidade e do sucesso. Mas, se usarmos essa chave de forma errada, temos nas mãos a responsabilidade do fracasso, da infelicidade, do sofrimento e da frustração. 
Um livro sobre a morte, a perda, a saudade, o amor, os obstáculos que encontramos no nosso caminho. Um livro sobre mim e sobre a forma como sinto as coisas. Um livro escrito com o coração nas pontas dos dedos.






SINOPSE
Deu de caras com ele e percebeu, naquele instante, que estava perante alguém que iria mudar a sua vida. Muitas vezes, basta um instante para percebermos se alguém vai ou não ter impacto nas nossas vidas. Bastou uma troca de olhares para saber que queria ser dele para sempre - ou, pelo menos, até que algo os separasse, porque, não sendo ingénua, sabia que havia sempre algo a separar duas pessoas que se querem. Na verdade, há sempre alguma coisa a separar duas pessoas e, na maioria dos casos, é o facto de não se quererem da mesma forma. Quantas vezes teremos a sorte de querer alguém que também nos queira?


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