A Cadeira
Preta de Sarah Lemonnier é o romance erótico do momento. É o primeiro livro da
autora portuguesa e uma verdadeira surpresa! Publicado este verão pela Oficina
do livro dá-nos a conhecer a vida de Beatriz.
O livro é
narrado em primeira pessoa pela própria, que começa a consultar uma psicóloga
com o objetivo de se conhecer melhor, de se compreender e de se aceitar.
Beatriz é
uma mulher de 25 anos, bloguer, que gosta de escrever e que gosta de viver a
vida intensamente. A sua história é marcada por três homens, o Marcelo, o Paulo
e o Henrique, com quem mantém relações íntimas, no entanto, dolorosas e
desgastantes.
É pela
intensidade com que vive todas estas relações que sente necessidade de procurar
ajuda, de procurar alguém que a possa entender e lhe dar a oportunidade de se
entender a si mesma. É uma mulher segura de si e, simultaneamente, cheia de dúvidas. É uma
mulher livre, mas cuja mente a mantém aprisionada.
Ao longo da
narrativa, a Beatriz vai desabafando sobre a sua existência e sobre as suas
relações, faz-nos viajar até à sua mente, onde fantasia sobre as possibilidades
que a vida lhe oferece, nos conta em pormenor alguns dos momentos mais intensos
e outros tantos caricatos que já viveu, fala-nos de amizade, de amores
falhados, da relação com a mãe, e do trabalho, que acaba por ser um dos seus
maiores refúgios.
Beatriz tem
dois blogues, um que assina com o seu nome e outro com um pseudónimo, por
sentir que precisa falar sem tabus e sem receios do que os outros possam
pensar.
É um livro
muito cru, muito intenso e erótico. A linguagem da Sarah é forte, concisa, com
laivos de erotismo e extrema sensualidade. Estes pontos conferem uma
intensidade ainda maior ao livro e tornam a leitura bastante agradável!
A narrativa
está bem construída, intercalada com as consultas de Beatriz – sentada na
cadeira preta – e com os seus relatos e momentos íntimos. É uma narrativa
coerente e com uma protagonista muito real.
É o terceiro
livro que leio dentro do género erótico e posso garantir que superou os dois
anteriores; é sensual sem ser vulgar, é direto sem floreados.
Um livro
que me surpreendeu e ao qual estou verdadeiramente rendida!
Letícia Brito
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