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Estava longe de imaginar que «O meu nome é…» me iria marcar tão profundamente. Neste título de Alastair Campbell, autor de «Maya», livro que já abordei por cá anteriormente, Alastair conta-nos a história de Hannah, uma jovem de dezassete anos, viciada em álcool.

Tal como o autor já nos habituou noutros títulos às temáticas fortes, este não é exceção.

A frase que define este livro, talvez seja “O meu nome é Hannah. E esta é a história deles.”, a frase que nos surge nas primeiras páginas e que inicia assim a aventura pelos meandros da vida desta adolescente.

A história é narrada em primeira pessoa por vários personagens, nomeadamente, Pat, o pai da Hannah, Kate, a mãe, Vicki, a irmâ, Sophie, a melhor amiga, Sammy, o primeiro namorado, Dan é o padrasto, entre outros, como por exemplo, o tio Malcolm também ele adicto, a família de Sophie, a Dra. Lister, enfim, todos eles, tiveram contacto com a Hannah em algum momento, e o seu vicio no álcool, de algum modo, teve efeitos na vida de cada um.

A forma como a história é contada, é também, um dos pontos mais fortes e positivos deste livro, pois tal, permite-nos conhecer a Hannah por diferentes perspetivas e este estilo torna a história bastante credível, ao ponto, de poder ser confundida com um relato real. Não é. É ficção, mas existem muitas Hannah’s, provavelmente conhecemos alguma Hannah, e a mestria com que o autor dirige a narrativa é surpreendente.

Hannah tem uma vida aparentemente normal e pacata, apesar do divórcio dos pais, não há um motivo, diga-se, mais grave, que leve a Hannah a recorrer ao álcool, a Hannah sente-se triste e bebe para se sentir bem, mas passado o efeito da bebida, sente-se triste outra vez e mal porque bebeu, e este torna-se um ciclo vicioso, pautado até por uma atitude promiscua perante a sua sexualidade e pela auto-mutilação.

Este é um livro que todos deveriam ler! Sensibiliza-nos para a nossa realidade e para um problema proeminente na sociedade atual. É preocupante! E é essa a mensagem que o livro nos transmite. Uma obra essencialmente para ler e refletir, para pensarmos sobre o que nos rodeia, para prestarmos mais atenção aos nossos jovens e para compreendermos a importância de se estender a mão quando o outro precisa.

Uma publicação da Editorial Bizâncio!

Letícia Brito