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Amar-te à Meia-Noite é um romance Young-Adult da autoria de Trish Cook, narrado por Katie Price, uma jovem de 17 anos que padece de uma doença que a impossibilita de entrar em contato com o sol, Xioderma Pigmentoso, uma doença rara genética. O contato com os raios solares pode causar ferimentos graves irreversíveis, inclusive, até, problemas do foro neurológico.

Katie é protegida incondicionalmente por Jake, o pai, que no passado fora um fotógrafo de safaris e da natureza, um aventureiro nato, que abdicou de toda a sua vida e de todos os seus sonhos para cuidar da filha. A condição de Katie foi descoberta somente depois do falecimento da mãe, vítima de um acidente de aviação.  

Esta jovem estudou em casa, nunca se envolveu com o mundo exterior, exceto para as consultas médicas em que o pai tinha o cuidado de a vestir com peças de roupa extra, mesmo que estivesse um calor abrasador, muitas camadas de protetor solar, e peliculas especiais nas janelas do carro para evitar que o sol arranjasse uma brecha para atingir Katie. Notívaga, sai de noite para tocar guitarra na estação de metro, quando conhece Charlie, o rapaz que seguia pela janela do quarto, desde a sua infância.

Apesar de tentar fugir, com a ajuda de Morgan, a melhor amiga, acaba por dar uma oportunidade a Charlie, e a todas as coisas que os jovens da sua idade fazem, porém, tudo desmorona quando a sua saúde se debilita e Charlie descobre que até então, Katie lhe escondera a sua doença.

Será Charlie capaz de continuar ao seu lado?

Este livro é um verdadeiro hino ao primeiro amor, às dificuldades que os jovens sentem em integrar-se, um relato puro da inocência e da pureza de uma que é considerada a melhor fase das nossas vidas – a adolescência.

Uma das personagens que muito admirei, para além dos protagonistas, é sem dúvida, Morgan a melhor amiga de Katie, revi-me bastante na amizade que partilham, por também eu, ter tido a sorte, de ter ao meu lado uma amiga de infância com quem vivenciei experiências semelhantes.

A história é narrada por Katie, como já referi anteriormente, o que lhe confere uma simplicidade e doçura que encantam qualquer leitor. A forma direta com que a Katie se dirige a nós, as dúvidas, os segredos, os sonhos e ambições, os medos, a autodescoberta, as primeiras aventuras no que respeita ao amor e todos os demais sentimentos, próprios desta idade tão bonita.

A narrativa é bastante fluída, o que nos permite ler o livro de uma «rajada», as emoções tão bem descritas e fidedignas tornam a leitura prazerosa e despertam-nos a consciência para questões com as quais, provavelmente nunca teríamos de nos debater.

É uma obra, sobretudo inspiradora, graças a essas mesmas questões, tais como, a importância de deixarmos a nossa «marca» no mundo ou o que é suposto fazermos quando sabemos que os nossos dias estão contados?

Há um provérbio português, «mais vale perder um minuto na vida, do que a vida num minuto», que me forço a contrariar, afinal, se os nossos dias estão contados, valerá mesmo a pena seguir todas as regras e perder momentos que podem, de algum modo, dignificar a nossa existência, ou dar sentido ao que nos resta, ou seguir todas as regras e morrer sem viver as graciosidades da vida, será o correto?

Dá que pensar, as opiniões diferem bastante, mas é um livro que essencialmente nos convida a refletir e a reviver os anos mais ternos das nossas vidas, uma aposta da GAILIVRO.

Letícia Brito