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Uma prosa
maravilhosa, bem construída e com as emoções vividas à flor da pele. Este romance
irreverente faz com que as nossas entranhas se revolvam freneticamente, entre a
paixão, a descoberta e o verão.
Elio tem
somente dezassete anos, e a história que conhecemos no livro «Chama-me pelo teu
nome» é relatada em primeira pessoa, pelo próprio Elio, o que nos faz sentir
bastante próximos da personagem e viver a sua história com muita intensidade.
Todos os Verões,
a família de Elio seleciona um estudante universitário e hospeda-o por algumas
semanas.
Neste verão, o
escolhido é Oliver, que se encontra a escrever a sua tese. Na incrível Roma, as
experiências que Oliver e Elio partilham são de cortar a respiração do leitor. A
mestria do autor é notável pelas suas descrições e análises intensas sobre a paixão
que floresce entre os protagonistas.
A primeira
parte do livro é bastante focada somente em Oliver, quase como se Elio vivesse
uma obsessão, mas acredito, que apesar de contraditório, este é um dos pontos
mais positivos do romance. Pois, afinal, quem nunca viveu algo assim? Uma paixão
arrebatadora, que nos arranca os pés do chão, e consequentemente, a nossa
dignidade?
Oliver carrega
ao peito a Estrela de David, orgulhoso. Uma situação que deixa Elio perplexo,
pois, a maioria dos judeus tendia a ocultar a estrela para não ser vista pelos
demais.
A proximidade
de ambos vai aumentando ao longo da narrativa, eles correm juntos, andam da
bicicleta e nadam… Porém, na mesma medida com que se aproximam, parece haver
uma barreira imposta por Oliver, que Elio não consegue transpor e que o desespera.
Oliver é uma
personagem muito dona de si, assertivo, com um carater forte, uma pessoa acessível,
e ao mesmo tempo, distante. O que revolta Elio. Fá-lo pensar e pensar e pensar…
Este romance é
quase que uma viagem intensa pelos pensamentos mais profundos do jovem Elio.
Pensamentos
reais, crus, fortes.
Esta paixão de
verão, adaptada agora para a sétima arte, é uma obra que precisa de ser lida. É
inspiradora. Fala do amor. Fala da dor do amor. Da incerteza. Da descoberta de
si mesmo.
Cada novo parágrafo
é mais arrepiante que o anterior, é um livro que quanto mais se lê, mais se
deseja ler, mais se deseja que não acabe.
A escrita de
André Aciman aproxima-se de Proust, diria eu.
MARAVILHOSO. COMOVENTE. FRANCO.
Não se lê um
livro destes e fica-se a mesma pessoa.
Aliás, como nos recuperamos de uma leitura
destas? É brutalmente poderosa.
Parabéns à
editora Clube do Autor pela aposta excelente!
É desta literatura que carecemos!
Letícia Brito
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