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Na obra de Karen Swan, “A Herdeira dos Olhos Tristes”, conhecemos duas personagens muito carismáticas e distintas, que no entanto, tem algo em comum: a necessidade de tentarem esconder o passado.

Laney, ou Principessa Elena Damiani, é uma mulher com os seus setenta anos, criada no seio de uma família aristocrata e conhecida desde menina por “a menina mais afortunada da América”, é a partir da história de Elena, pautada por desgostos, com quatro casamentos, segredos, e uma vida fora do comum, que nasce o título do livro.

Depois, temos Francesca, ou Cesca, uma jovem americana, que largou o seu trabalho de advogada e mudou-se para Roma, onde se tornou guia turística e escritora num blogue, The Rome Affair, sobre Roma e as suas experiências por lá.

Estas personagens cruzam-se de uma forma caricata, e isso leva a que Elena contrate Cesca para escrever a sua biografia, com uma condição, Cesca não deveria “googlar” a princesa ou investigar a sua vida, mas sim, cingir-se a contar uma história cor-de-rosa. Até aqui, tudo estaria bem, não fosse a vida de Elena, uma grande mentira que afetou muitas pessoas, e como advogada, Cesca, sente-se na obrigação de “ir ao cerne” da questão, e confrontar Elena com a verdade.

A narrativa é alternada entre o passado – onde vamos conhecendo a vida de Laney, e descobrindo os seus segredos – e o presente – em que Laney conta a sua história a Cesca, ocultando as partes essenciais, desde um filho resultado do terceiro casamento, ao amor que sentia pelo irmão gémeo do quarto marido, Vito, e à morte misteriosa de Aurelio, o cunhado, e a paternidade do filho Giotto. No presente, temos ainda a história de amor de Cesca e Nico, embora uma história totalmente comum a tantas outras, é a história de vida e os amores de Elena que brincam com o nosso psicológico durante toda a leitura.

A autora prima pelos pormenores, pelas descrições tão bem feitas, quer do tempo, dos locais, das roupas e dos sentimentos de cada personagem, e isso permite ao leitor envolver-se inteiramente na história.

É também de louvar, a capacidade que a autora teve de adicionar pormenores, que nos passaram despercebidos e que eram tão cruciais para descobrirmos todos os mistérios deste romance fabuloso, o que se revelou muito interessante, pois o final acabou por ser totalmente inesperado. Quando começamos a chegar às nossas próprias conclusões, mais uma vez, a autora mostra-nos que nada é o que parece e surge com reviravoltas fantásticas.

Foi o primeiro livro que li da Karen Swan e certamente irei procurar os restantes. Este romance cativou-me pela positiva e dou os parabéns ao Clube do Autor pela aposta!

Recomendo a obra, que entrou diretamente para a minha estante de favoritos.

Letícia Brito