Maria João Cardoso, foto retirada do facebook da autora |
Maria João Cardoso é um nome que certamente não lhe soa estranho, nasceu
a 26 de Agosto de 1974, em Évora, cidade que continua a sentir no
coração.
A noite gosta de Mim uma página
de grandes dimensões recheada de sentimentos, palavras que dançam
freneticamente no recôndito da nossa alma. Uma página à qual
ninguém consegue ficar indiferente e que dá nome ao primeiro livro
de Maria João Cardoso.
Licenciada
em Serviço Social, área que escolheu, pela capacidade e
sensibilidade de esvaziar-se dos seus preconceitos e de si mesma e
perceber e sentir o que é o outro.
Ama
o céu, as cores do arco-íris, borboletas e a vida simples.
Escreve
e dança por prazer.
Os
filhos, Hugo e Maria Catarina são o grande oxigénio da sua vida.
✍ Como
te iniciaste na escrita?
Desde
que as letras se fizeram conhecer na minha mão, que escrevo! Desde
muito pequena, escrevia, pequenas histórias e tudo era motivo para
isso acontecer. Num bloco, num diário, até num rascunho que a minha
mãe encontrava por todos os recantos da casa e que guardo até
hoje.
Escrever
é a realidade que não consigo abdicar e foi com uma experiência
pessoal, que tive a oportunidade de dar a conhecer a melodia da minha
escrita.
✍ Ficcionas
aquilo que escreves ou os teus escritos tem também conotação
pessoal?
O
meu primeiro livro, A noite gosta
de Mim, é inteiramente real e
vivido ao mais intimo pormenor.
O
próximo livro, TU és aquilo que
EU sou, é a descoberta do
outro, sem o ver, mas com uma conotação muito pessoal. Gosto do que
é cegamente palpável e escrever é mesmo isso, é ter a
sensibilidade de revelar para lá do que se vê e desenhar-nos no
sentir de quem nos lê.
✍ O
que é que a escrita mudou em ti, enquanto pessoa?
Não
seria quem sou sem ESCREVER! É assim que me reencontro, que me
preencho, que aqueço todos os sentidos que dou à vida! A escrita
não me mudou, só veio reforçar o quão completa, ela me torna.
✍ O
que sentes quando escreves?
Sinto-me
EU, sinto que em cada dança que faço com as palavras, existem
muitas vidas...eu só lhes empresto a minha alma.
✍ O
que é mais prazeroso na escrita?
O
instante do silêncio onde cabe toda a magia das palavras!
✍ Qual
é a maior dificuldade que sentes quando estás a escrever?
Por
vezes, a mão teima em não escrever, quando a alma, deixa de se
sentir e são nesses momentos, que é difícil a dança das palavras
acontecer.
✍ Tens
algum ritual de escrita?
Escrevo
em todos os “cadinhos” do meu tempo, sempre que a mão, precisa
dessa melodia,mas Amo escrever no silêncio da noite, onde a magia é
dessassossegadamente calma.
✍ Consideras
a escrita uma necessidade ou um passatempo?
Sem
dúvida uma necessidade! É na escrita que me devolvo ao mais íntimo
de mim.
✍ Como
encaras o processo de edição em Portugal?
Acho
que infelizmente as Editoras demoram muito a responder e outras há
que nem sequer respondem. Descomplicar seria a palavra chave, para
que todo o processo fosse célere.
✍ Estás
em constante contacto com o público, como vives isso?
Com
naturalidade! As pessoas revêem-se em cada palavra e isso é
delicioso! Tudo aconteceu de uma forma verdadeiramente surpreendente
e poder dar voz e ser voz, de todas as pessoas que me acompanham, na
melodia do que escrevo, é fascinante e encantador.
✍ O
feedback é positivo?
O
feedback é muito positivo, diria até, que tem sido contagiante o
carinho, a dedicação de todos os que me lêem e poder sentir que
cada linha do que escrevo, os representa.
✍ Como
encaras as criticas, de foro negativo ou positivo, quando elas
surgem?
Costumo
dizer, que já era feliz, agora sou imensamente feliz, porque tem
sido um caminho composto de criticas muito positivas ao meu trabalho,
com o retorno de emoções, abraços apertados, confidências e disto
resulta, fazer viver esta paixão que tenho pela dança que me
constrói em cada palavra.
✍ Quais
os temas que gostas de abordar quando escreves?
Sobretudo
a minha linha condutora, porque sou feita de VERDADE, tem
necessariamente que abordar o que só a alma pode reter, só o que a
pele pode sentir, só o que os olhos tocam sem tocarem e por isso
falar de sentimentos, como o Amor, a saudade, a dor, a vida, é o que
me consome e me deixa preenchida.
✍ Tens
hábitos de leitura? Consideras importante ler para escrever bem?
Desde
tenra idade que os livros sempre foram a minha “brincadeira”
preferida. Leio todos os dias e não tenho hora para o fazer.
Considero
cada vez mais urgente a sensibilização para hábitos de leitura,
porque cada vez menos se lê, com os hábitos das novas tecnologias.
A leitura não é só um meio de adquirir informação: ela também
nos torna mais críticos e capazes de considerar diferentes perspectivas. Isso necessita de uma intervenção específica. É
preciso planear estratégias específicas para ensinar os alunos a
lidar com as tarefas de leitura dentro de cada disciplina.
Os
livros proporcionam uma viagem ao mundo das palavras e ao mesmo
tempo, ao mundo do conhecimento.
✍ Que
livro recomendarias?
Recomendo
o meu! Porque gosto de livros feitos de verdade e é disso que sou
feita!
Mas
gosto muito, do livro, do Telmo Mendes “Pelo peito A Dentro, porque
tal como eu, sente-se a verdade dos sentimentos por inteiro!
✍ Se
só pudesses ler apenas um único livro para o resto da tua vida,
qual seria o “privilegiado”?
Seria
o meu próximo livro, TU és
aquilo que EU sou, porque ali o
AMOR, acontece e sem duvida, que não vivemos sem o sentir!
A noite gosta de Mim |
✍ O
que gostarias de partilhar sobre a tua obra “A noite gosta de mim”?
Os
sentimentos que descrevo no meu livro, A
noite gosta de Mim, pertencem a
cada um de nós, em algum momento da vida.
É
quando a alma em inquietação esmurra o peito, querendo passar para
fora e uma angustia descabida afronta os nossos dias.
Passamos
a compreender algumas coisas, outras só com o tempo. Descobrimos as
nossas fraquezas e a nossa eterna força. Mas vai chegar o dia de nos
reconciliarmos com o tempo e nessa altura o novelo começa a
desenrolar-se.
Quero
passar a todos os que me lêem, que em cada milímetro do que escrevo,
existe o acreditar que as estrelas voltam sempre a brilhar!
✍ Como
tem sido a tua experiência com a Chiado Editora?
Desde
o primeiro instante, o primeiro contacto, com a Chiado Editora,
superou todas as minhas expetativas e realizou um sonho que
acalentava há muito dentro de mim; editar um livro e tive a sorte de
ser não mais um livro, mas o LIVRO, carregado de MIM.
Espero
que haja um bom trabalho com a promoção do livro, por parte da
Editora.
✍ Quais
as tuas perspectivas para o futuro?
Se
pudesse faria dos meus dias, da minha vida, do sentido que a escrita
tem para Mim, a minha fonte inteira de viver. Continuarei a escrever,
porque isso faz parte de Mim.
✍ Além
da escrita, que outras paixões nutres, que te completam enquanto
pessoa?
A
dança, é outra das melodias que me correm nas veias, tal como e
Escrita.
Há
na dança, uma força intensa e uma magia, porque a dança e a
Escrita são a vida e quando eu parar, é porque morri!
✍ Que
mensagem gostarias de passar aos teus seguidores?
A
vida por vezes é uma casa vazia, por vezes tem a mania de tornar
presente o passado e o futuro aquela coisa que está tão distante,
mas ás vezes torna-se presente sem darmos conta.
Na
página 45 do meu livro, A noite gosta de Mim, escrevi assim: “O
mundo não parou, os segundos correm, o tempo passa ...” Quero
sobretudo dizer a quem se encontra na melodia do que escrevo, que é
sempre possível encontrar um novo caminho!
✍ Quais
os teus objetivos enquanto escritora?
Encontrar-me
a cada instante e sustentar o encontro das vidas que se encontram em
cada gesto que desenho com as palavras e escrever, escrever sempre e
para sempre!
✍ Apenas
numa palavra, descreve-te:
Completa.
Entrevista por: Letícia Brito
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