Ana, seja bem-vinda a este espaço. É um gosto poder conhecê-la melhor e apresentá-la aos seguidores deste espaço, para começar: Como é que se iniciou na escrita? Olá. Eu iniciei-me na escrita quando comecei a estudar poesia. Comecei a ter gosto em ler e comecei a escrever frases soltas que depois organizadas ficava em pequenas histórias.
São inúmeros os sentimentos que nascem no âmago do escritor. Quais aqueles com que mais se identifica? Eu, quando escrevo, estou com vários sentimentos. A raiva, dor, alegria, desilusão entre muitos outros. É como se estivesse a dar um grito de liberdade. Mas para tentar perceber melhor e entender a razão de estar me sentindo assim e depois de ter escrito e passado algum tempo, as mesmas palavras têm significado diferente.
O que é que a escrita mudou em si enquanto pessoa? A escrita para mim é um meio de deitar para fora aquilo que me atormenta. Sinto que quando escrevo posso acreditar naquele pedaço de papel e na caneta que está em minha mão. É um meio de começar a ter confiança em mim mesma ao passar por certas situações.
E enquanto escritora, o que tem aprendido? Como escritora sinto que tenho muito a aprender e que o caminho é longo, mas compensador quando sei que consigo ajudar pessoas com aquilo que escrevo.
Como definiria a escrita na sua vida: um passatempo, uma necessidade ou um acaso? Para mim a escrita é uma necessidade pela qual eu passo, que me vem ajudar a enfrentar e a aceitar certas situações a que tenho de passar e que me ajuda a ter coragem para cada vez conseguir chegar mais longe e ter força para me levantar sempre que dou um tombo.
É natural da ilha da Madeira e passou a sua infância em São Jorge. Esta realidade teve alguma influência na sua escrita? Sim, muita. Eu vivia no campo, um meio pequeno, onde toda a gente, conhece toda e gente. E em adolescente quando comecei a escrever, sofria muito de bullying, e refugiava-me muito nos livros e na escrita.
É voluntária no Centro Comunitário do Funchal. O que é que pode partilhar connosco sobre esta experiência? Estar trabalhando como voluntária, para mim é muito enriquecedor. Eu recebo muito mais do que aquilo que dou. É um trabalho grandioso e muito proveitoso. É uma das melhores experiências pela qual estou passando. É um trabalho que me trás muita alegria e sentimento de dever comprido quando vejo realizado aquilo a que me propus fazer e o carinho e sentimento de agradecimento dos utentes do centro comunitário por estar ali para eles e para eles.
Como concilia a escrita com a sua vida pessoal e profissional? No início do dia, quando acordo, faço a divisão do meu dia por etapas e assim tenho tempo de fazer tudo aquilo a que me proponho fazer. No fim ainda me sobra tempo para fazer coisas que nem tinha pensado fazer nesse dia. A escrita muitas vezes ajuda-me a resolver situações de vida pessoal e profissional, pois ao escrever parece que sou outra pessoa e depois ao ler ou reler o que escrevo consigo perceber de outra perspetiva as situações a que me levaram a escreve.
Em fevereiro transato lançou «Simplesmente Vida». Pode falar-nos um pouco sobre este título? Uma vida que conta inúmeras histórias. É a minha vida, que só tem significado para mim, mas que apesar de tudo o que passou e de ser uma vida solitária, esta vida tem o seu valor, agora é necessário saber qual? Penso que as pessoas ao lerem o livro vão se identificar com as histórias nele existentes.
O que a inspirou a escrevê-lo? Este livro foi escrito principalmente por causa do isolamento, do bullying em uma época que ainda nem sabíamos o que era e muito menos falávamos de bullying, do desconforto e do desespero de me tratarem de maneira diferente.
Como correu o processo de escrita desta obra? Quando escrevo é para desabafar e falar com alguém que me oiça mesmo que não me compreenda nem me ajude, mas sei que está ali para mim e não me vai deixar sozinha. É uma maneira de descarregar e de me sentir livre com o que sinto dentro de mim.
Como têm reagido os leitores perante o seu trabalho? O feedback ao livro tem sido positivo. As pessoas dizem que o livro é de leitura fácil e trás muitos sentimentos e pensamentos e que as deixam a refletir. São histórias da atual realidade que deixa a vontade de mudar e que quando acabam de ler tem vontade de ler novamente.
Se só pudesse ler apenas um único livro para o resto da sua vida, qual seria o privilegiado? As Palavras Que Nunca Te Direi, de Nicholas Sparks. Um livro que para mim é uma lição de vida a todos os níveis e que tiro a conclusão que devemos de fazer as coias aqui e agora, pois a amanhã pode ser tarde.
Se tivesse de escrever num género literário diferente, a qual desafio se proporia? Realidade e fantasia. Para poder misturar os dois mundos.
O que é que os leitores podem esperar de si para o futuro? Continuar a contar histórias de forma simples, mas cheias de aventuras com as quais as pessoas se identifiquem. Alias já comecei a escrever o próximo.
Descreva-se numa palavra: Aventureira.
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