Este é o quinto livro de Bastos Vianna, o segundo que tenho a honra de prefaciar e também o segundo volume da saga de A Descendente de Nzinga – obra que me deu a oportunidade de trabalhar e conhecer melhor a escrita e o talento nato do autor.
Se no primeiro volume fiquei surpreendida com a reviravolta com a qual o autor nos presenteia, colocando a poesia de parte para se dedicar ao romance, com este novo livro – a continuação da história de Ana de Sousa e Zacarias – a surpresa foi ainda maior.
Bastos Vianna confessou no lançamento do primeiro volume que aceitou o desafio de escrever um romance. Os romances requerem pesquisa, cuidado e dedicação. Assim, em poucos meses, o autor brinda os seus leitores com um segundo romance marcado pelos ares de África, sempre tão presentes e profundamente enraizados na sua escrita. Uma escrita que explora o universo africano, os seus costumes e tradições, e não se coíbe de explorar as paixões que nascem naquele solo. As suas personagens são ricas e intensas, constroem relações humanas pejadas de sentimento, erotismo e sabedoria. Mas, neste novo livro, outras personagens ganham destaque conferindo mais densidade e dinamismo à obra.
É neste ritmo fluído e intimista que Bastos Vianna nos golpeia com uma reviravolta que, certamente, irá afligir e despertar o lado mais sensível de cada leitor.
Por fim, deixando no ar um mistério que se adensa e nos aguça a curiosidade, só podemos esperar que o autor prossiga na prosa e nos traga novas histórias, emoções e aventuras com estes protagonistas, com os quais criamos empatia e aos quais desejamos tudo de bom; como se fossem pessoas como nós, amigos, vizinhos, gente da gente, a quem se estende a mão quando o chão e a vida nos tentam engolir.
Letícia Brito, autora e bloguer
[esta crítica foi originalmente escrita como prefácio da obra]
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