Miguel, sê bem-vindo a este espaço. É um gosto poder conhecer-te melhor e apresentar-te aos seguidores deste espaço, para começar: Como é que te iniciaste na escrita?
Iniciei-me com um exercício de recuperar memórias de um passado distante. Episódios engraçados que se tinham passado comigo ou que fossem do meu conhecimento, o que deu origem a um blogue «brumasdamemoria.blogs.sapo.pt» e mais tarde ao meu primeiro livro «Dos Pupilos ao Exército em 50 Tons de Riso».

São inúmeros os sentimentos que nascem no âmago do escritor. Quais aqueles com que mais te identificas? Normalmente vou mais pela boa disposição e pelo riso. Gosto de me divertir a escrever e gosto de pensar que as outras pessoas se divertirão a ler o que escrevo.

O que é que a escrita mudou em ti enquanto pessoa? Passei a racionalizar mais as coisas e a comecei a ver o meio envolvente com outra perspetiva, sempre a visão dos conteúdos que se adequariam a um livro, a um escrito.

E enquanto escritor, o que tens aprendido? Aprendi que através da ficção, podemos reinventarmo-nos e tornarmo-nos personagem com uma nova vida nos nossos escritos. 

Como definirias a escrita na tua vida: um passatempo, uma necessidade ou um acaso? Bem, começou como um acaso, passou a passatempo e hoje é uma necessidade.

Publicaste o teu livro «Com os pés para a Cova», em 2019. Podes falar-nos um pouco sobre este livro? Este é um livro um bocado louco, pela minha própria forma de o ver. É composto de episódios que realmente aconteceram na minha vida, quer de forma literal, quer ficcionada. Depois temos a ficção, com aquilo que poderia acontecer; bom e mau.

O que te inspirou a escrevê-lo? Confesso que foi algo um pouco macabro. Estava no velório do pai de um amigo e comecei a imaginar que o espírito do defunto poderia andar por ali, pela sala, a rir-se de uns de nós, com pena de outros, mas a passar um bom bocado às nossas expensas. 

Podes partilhar connosco um pouco daquela que tem sido a tua experiência no universo literário? Como já referi, comecei com um blogue, que deu azo ao meu primeiro livro. Mais tarde criei mais um blogue, com contos eróticos «sensualdoce.blogs.sapo.pt» de onde extraí maior parte das histórias que usei num livro erótico, que se encontra na gaveta e que infelizmente ainda não viu a luz do dia.

Como têm reagido os leitores perante o teu trabalho? Os meus leitores têm reagido de forma bastante efusiva e encorajadora aos meus dois livros editados. Na generalidade divertiram-se bastante com a leitura de ambos.

Adaptas-te com facilidade aos diversos géneros literários ou preferes manter-te apenas no teu registo habitual? Acho que me adapto facilmente, se bem que o meu cerne será sempre a gargalhada e a diversão.

Se só pudesses ler apenas um único livro para o resto da tua vida, qual seria o privilegiado? Bem, esta é uma pergunta complicada. Eventualmente iria optar por um dos meus autores preferidos, senão o preferido, Eça de Queiroz, com os seus Maias.

Se tivesses de escrever num género diferente, a qual desafio te proporias? Muito provavelmente iria optar pelo erótico. A sedução e as emoções cativam-me imenso.

O que é que os leitores podem esperar de ti para o futuro? Julgo que um leitor vai refinando as suas capacidades à medida que vai criando. Penso que talvez possam contar com um humor mais mordaz e talvez uma maior objetividade.

Descreve-te numa palavra: Divertido.