Sandra, sê bem-vinda a este espaço. É um gosto poder conhecer-te melhor e apresentar-te aos seguidores deste espaço, para começar: São inúmeros os sentimentos que nascem no âmago do escritor. Quais aqueles com que mais te identificas? 

Alegria, saudade, paz interior e por vezes alguma melancolia dependendo do conteúdo da mensagem a transmitir.

O que é que a escrita mudou em ti, enquanto pessoa?

Escrevo desde os 10 anos, por isso sei que a escrita me acompanha no meu crescimento interior enquanto ser humano, social e emocional.

E enquanto escritora, o que tens aprendido?

Aprendi a estruturar o pensamento de forma cognitiva. Ler e escrever são ferramentas fundamentais para a nossa aprendizagem, não querendo dizer que escrevo bem, sei que escrevo cada vez melhor à medida que me vou vendo “crescer” como pessoa.

Como definirias a escrita na tua vida: um passatempo, uma necessidade ou um acaso?

Trabalho como escritora regular, contribuindo com a criação de artigos para inúmeras revistas de bem-estar, blogs, etc. Neste momento é o meu “trabalho”. E como escrevo como pontualidade, acabo por não sentir necessidade de escrever mais do que já faço. Os temas que redijo são, também, a minha essência, é o meu propósito de vida que está ali. Vivo em coerência.

Licenciaste-te em Arquitetura, mas, atualmente exerces funções como Life Coach e és formadora de Gestão Emocional. O que te levou a enveredar por uma área tão díspar daquela na qual te licenciaste-te?

Licenciei-me numa área que não era a minha paixão. Trabalhei 10 anos na área Comercial, que foi a minha missão naquela fase. Só mais tarde descobri a minha vocação que é de facto aquilo que amo fazer. Levamos muito tempo, por vezes, a descobri o que gostamos. E muitos levam uma vida inteira sem o saber.

Além do Life Coaching, também és blogger de especiarias e receitas criativas, e escritora com um livro publicado, “Contos Metafóricos”. Em algum momento estas áreas se cruzam? Como geres a tua vida pessoal e profissional? 

Eu sou uma criativa polivalente. Não me importo nada em ter mais do que uma paixão, desde que nenhuma delas invada o “espaço” de outra. E quando algumas se unem pelo propósito que possuem, é aí que eu me encontro enquanto profissional, feliz e realizada. Gosto de dar formação e gosto de realizar sessões: ambas têm a missão de orientar e passar conhecimento. Mais o mais enriquecedor é ir aprendendo à medida que vou “ensinando”. O livro foi um “contrato” escrito entre o meu saber e a minha criatividade. Lá está, achei que sabia escrever, então resolvi publicar um livro. A culinária, é outra valência criativa, confesso que neste momento está em standby a escrita de receitas, não invalidando a minha evolução na cozinha.

Podes falar-nos um pouco sobre o teu livro “Contos Metafóricos”?

A escrita dos contos surgiu por acaso, comecei a escrever pequenos textos soltos onde exercitava uma nova forma de escrita: até 2017, só escrevia poesia, fábulas, crónicas e receitas. Resolvi passar a outro nível e aventurar-me escrevendo contos ou fábulas com mensagens e lições no âmbito da educação emocional. Como estudei para me tornar numa Coach e envolvi-me com a programação neurolinguística, o conteúdo brotou com muita facilidade: sentia-me pronta para escrever através de metáforas, sendo esta, uma ferramenta de comunicação forte no sentido terapêutico.

Como reagiram os leitores face ao teu trabalho? 

Creio que foi bem recebido, quem me conhecia ficou a conhecer mais uma faceta, ninguém estava à espera. O público alvo são os pais e jovens, embora também almeje o público profissional terapêutico. A parte mais emocionante foi perceber que obtive reações contrárias ao esperado: normalmente escrevemos para obter um tipo de feedback, eu obtive vários e com interpretações diferentes sobre os contos, o que me deixou feliz.

Como correu essa experiência na publicação?

Sinceramente, ainda não acredito que publiquei um livro, olho muitas vezes para a capa e vou ver o verso e penso: este é o meu livro, tem o meu nome. Ok. Não administrei na totalidade esta informação e já lá vão dois anos. Como não cheguei a atingir o propósito total do que pretendo fazer com ele, talvez não tenha sido bem-sucedido, (na minha mente e visão) Estas coisas levam o seu tempo e eu sou um pouco auto-exigente, por isso não posso dizer que esteja 100% satisfeita.

Apesar do gosto pela escrita, estás inteiramente dedicada ao Life Coaching. Podes explicar aos nossos leitores qual o conceito do Life Coaching e do trabalho que dinamizas dentro dessa área?

O Life Coaching ou Coaching Emocional é um método de reconstrução ou reabilitação das emoções, comportamentos e pensamentos, mediante um objetivo que se tenha e com o auxílio de ferramentas próprias para este efeito: Gestão emocional. Estamos na época alta e só vemos pessoas a destilar conhecimento, parece que abriu a época das “bruxas”. Mas não. O Coaching é um processo de treino mental que exige compromisso, em primeiro lugar: entre o Coachee e o Coach. Entre os dois são estabelecidas regras para o processo correr conforme planeado. Imaginemos um carro com um Condutor e um Assistente de bordo: o condutor diz para onde deseja ir e o assistente indica o melhor caminho para a viagem correr como desejado e planeado. Este processo leva o tempo necessário, com paragens a que eu chamo de metas intermédias, com reavaliações do trajeto, reformulação do destino, se porventura este for alterado pelo condutor. Só quando ambos chegam ao destino e o condutor se sente realizado e feliz é que se pode dar o processo de Coaching, como concluído. Desvantagens: os condutores por vezes desistem da viagem ou não se sentem comprometidos com o processo. A decisão e responsabilidade é sempre do Coachee.

Qual a importância que o Life Coaching tem na tua vida?

Tem toda a importância: eu sou a minha L.C., tal como qualquer pessoa também preciso de me reorientar ou estabelecer metas precisas e concretas para atingir aquilo que são os meus objetivos de vida. E depois faço isto com outras pessoas o que para mim nem chega a ser “trabalho”, é aquilo que me sai com naturalidade e amor. É preciso amar. Primeiro nós e depois os outros, claro.

E a escrita? Os leitores podem continuar a contar com o teu trabalho nesse âmbito?

Eu vou escrevendo, como referi no início, para revistas e blogues, por isso estou sempre “ligada” ao público leitor. Em relação a escrever um livro, está tudo em standby, provavelmente aguardo uma epifania nesse sentido.

Se só pudesses ler apenas um único livro para o resto da tua vida, qual seria o privilegiado?

“A casa do sono” e a “Chuva antes de cair”.  O primeiro foi um livro que me apaixonou pelo conteúdo ficcional e terapêutico ao mesmo tempo. O segundo, também é uma ficção romântica. Ambos mexeram comigo, sentimentalmente: o amor, a motivação, o perdão e a paixão. Foram escritos pelo mesmo autor, curiosamente.

Se tivesses de escrever num género diferente, a qual desafio te proporias?

Voltaria a escrever poesia com muita facilidade ou crónicas satíricas, que me divertem. Enquanto que o primeiro caso, puxa o sentimentalismo, o segundo utiliza o meu sentido de humor. São as emoções que me levam a escrever e a retirar o melhor proveito delas.

O que é que podemos esperar de ti para o futuro?

É uma boa pergunta. Vou continuar a fazer o que faço: Life Coaching, formação e escrita. Estou neste momento a desenvolver parcerias com associações de apoio a mulheres, vítimas de violência doméstica e estou a criar mais cursos de formação na área do Coaching e Team Building.

Descreve-te numa palavra:

Resiliência.

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