Carla, sê bem-vinda a este espaço. É um gosto poder
conhecer-te melhor e apresentar-te aos seguidores deste espaço, para começar:
Como é que te iniciaste na escrita?
Olá, obrigada pela oportunidade de divulgação do meu
trabalho. Iniciei a minha escrita apenas em 2013 num período difícil da minha
vida, onde registar o que eu sentia dava sentido e força às minhas decisões.
Partilhei com pseudónimo o que escrevia, textos em prosa poética, aos quais poucas
pessoas tiveram acesso. Com o passar do tempo fui-me apercebendo, com base em
diferentes opiniões, que escrevia poesia. Não escrevo com rima o que para mim
criou alguma resistência a este género de escrita. Pensava não ser capaz de
escrever poemas. Apenas no final de 2013 começo a partilhar poesia em meu nome
e a explorar a criação poética.
Qual o sentimento que te domina quando escreves?
A escrita é uma arma de libertação do sentir e das emoções.
Considero um filtro. É uma terapia que utilizo quase diariamente.
O que é que a escrita mudou em ti, enquanto pessoa?
Enquanto pessoa tornei-me mais introspetiva, analisando o que
sinto de diferente forma. Comecei a analisar o mundo com mais pormenor e
principalmente as pessoas, o que por vezes causa alguns conflitos internos.
Passei a ter uma voz própria, mais firme e mais segura. Tornei-me uma mulher
mais decidida e lutadora.
E enquanto escritora, o que tens aprendido?
A escrita tem-me proporcionado uma aprendizagem constante. Os
registos escritos quer sejam poemas, prosa poética ou textos de opinião estão
mais ricos, com vocabulário mais diversificado, levando o leitor a acompanhar
esta evolução. Tenho aprendido a ser lutadora, persistente e capaz de traçar
objetivos e planos de ação.
Como definirias a escrita na tua vida: um passatempo, uma
necessidade ou um acaso?
Foi um acaso, que se tornou uma necessidade e ao mesmo tempo
um passatempo. Digamos que três em um!
És licenciada em Educação de Infância. Esta área tem algum
impacto na tua escrita?
Quando escrevo textos
de opinião ligados à maternidade e à educação claramente a minha licenciatura
em Educação de Infância reflete os meus conhecimentos. Quando escrevo poesia e
prosa poética obrigo-me a não entrar na minha área profissional por questões de
ética e de sigilo profissional.
Publicaste o teu primeiro livro, Melodia nos Versos de
(A)mar. Podes falar-nos um pouco sobre este livro?
Melodia nos Versos de (A)mar é o primeiro livro de poesia
individual, publicado em Dezembro de 2018, com prólogo da escritora e poetisa
Ana Coelho e fotografia de capa de Carlos do Carmo. É um livro que reúne cerca
de 60 poemas ligados à minha reflexão sobre a minha infância, às minhas raízes
e vivências. Reflete o meu (a)mar. É uma viagem na baía da minha cidade – Praia
da Vitória, que permite ao leitor entrar nas águas do mar e sentir a paz
transcrita nos versos. O livro permite a todos/as os/as leitores/as uma leitura
fácil e aprazível.
O que te motiva a escrever poesia?
Um desejo incontrolável de passar para a tela o que sinto.
Tornou-se um vício bom.
Como tem sido a reação do público face ao teu trabalho no
mundo da escrita?
A reação é muito positiva. Tenho vindo a consolidar um grupo
de seguidores que acompanham diariamente o perfil do facebook ou a página
Melodia nos Versos – Carla Félix. Na ilha Terceira tenho já divulgado junto com
outros/as poetas/poetisas os meus poemas em encontros de partilha poética,
saraus de poesia ou na página de poesia Maré de Poesia do Jornal da Praia, do
qual faço a coordenação.
Já participaste em variadíssimas coletâneas de poesia. Qual a
importância que estes trabalhos têm para ti?
As coletâneas foram o alicerce do meu caminho poético. São
muito importantes para entrarmos no mundo da poesia, conhecermos outros/as poetas/poetisas.
Partilhar poesia é uma das formas de evoluir e de chegar a um maior número de
leitores.
Se só pudesses ler apenas um único livro para o resto da tua
vida, qual seria o privilegiado?
Abraço, de José Luís Peixoto.
Se tivesses de escrever noutro género literário, a qual
desafio te proporias?
Romance, mas penso que não o conseguiria!
Descreve-te numa palavra:
Persistente.
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