Ana Marta, sê bem-vinda a este espaço. É
um gosto poder conhecer-te melhor e apresentar-te aos seguidores deste espaço,
para começar: como é que te iniciaste na escrita?
Eu
iniciei a escrita sozinha em casa, fui escrevendo aos poucos, no inicio ainda
pensei em criar um blog para divulgar a minha história de vida, mas depois
lembrei-me de enviar para a editora chiado e ver no que surgia, mas não contei
a ninguém nem à minha família, depois passado uma semana a editora contactou-me,
e disseram que gostaram do conteúdo para fazer um livro, e então foi aí que
contei a novidade aos meus pais, porque tivemos que ir a Lisboa à editora fazer
os pagamentos, a minha família e os meus amigos ficaram muito orgulhosos de
mim.
O que é que a escrita trouxe à tua vida?
O
livro “E Se Fosses Tu?” trouxe muita alegria para mim, porque realizei mais um
sonho na minha vida e também a oportunidade de conhecer novas pessoas.
O que te motiva a escrever?
Através da escrita consigo
desabafar tudo o que está dentro do coração, e também posso mostrar às outras
pessoas que para ser feliz, não é preciso ser perfeito, isso motiva-me.
Nasceste com paralisia cerebral e este
facto da tua vida teve influência na tua escrita. O que te levou a contares a
tua história?
Eu
escrevi o livro “E Se Fosses Tu?” Devido às inúmeras perguntas dos meus
seguidores do instagram, e também para dar a conhecer a minha história de vida,
com o objetivo de motivar pessoas com o mesmo problema que eu ou piores a nunca
desistir da vida.
“Se
eu consegui, vocês também conseguem”.
Lutaste sempre para seres uma mulher
independente e como tal não permites que a doença te defina. Acreditas que a
tua história poderá ser uma inspiração para os outros?
Sim,
o meu objetivo de vida é ser uma mulher independente e nunca vir a depender de
alguém, na minha vida sempre pratiquei fisioterapia para conseguir ultrapassar
este problema, no entanto já consigo fazer as minhas coisas de dia-a-dia
sozinha, faço uma vida completamente normal, frequento a universidade, saio com
amigos. E sim, acredito que a minha história será uma inspiração para os
outros, pois apesar de andar numa cadeira de rodas já consegui ultrapassar
muitos obstáculos para chegar onde cheguei, no entanto existem pessoas que não
têm nenhum problema de saúde, e não possuem a coragem que eu carrego dentro de
mim para dar a volta por cima aos problemas da vida.
Escreves só quando vem a inspiração ou
escrever é um rito que praticas independentemente das circunstâncias?
Eu
gosto mais de escrever nos dias em que estou mais revoltada com a vida,
pois é nesses dias que consigo expressar a revolta que sinto dentro de mim,
porque apesar de ser uma mulher muito feliz e rodeada de pessoas que gostam de
mim, sinto um grande aperto no coração por causa de não andar, e saber que só
estou numa cadeira de rodas por culpa de um erro médico.
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Recentemente publicaste o
livro “E Se Fosses Tu?”. Podes falar-nos um pouco sobre ele?
“E Se Fosses Tu?” é um livro que relata pormenores inéditos da minha vida desde que nasci até atualidade. Nesta obra revelo o quanto luto para ter uma vida mais independente e conseguir superar os obstáculos que me aparecem pela frente.
Como tem sido a reação dos teus
seguidores face a este trabalho?
Tem
sido fantástico o feedback das pessoas em relação ao meu livro, e também têm
surgido novas propostas de presenças e entrevistas, várias pessoas ao lerem
falam que ajudei-as bastante a nunca desistir da vida por mais difícil que
seja, e outras dizem que devia continuar com a escrita, pois sou uma inspiração
para todos.
O que podem os teus seguidores esperar
para o futuro?
Muitas
surpresas.
Pensas publicar novamente?
Sim, mas primeiro estou concentrada neste livro para ver até onde chego, se
tudo correr dentro das expetativas, mais tarde logo penso se quero publicar
novamente.
Se só pudesses ler apenas um único livro
para o resto da tua vida, qual seria o privilegiado?
A
culpa é das estrelas.
Se tivesses de escrever noutro género
literário, a qual desafio te proporias?
Aventura.
Descreve-te numa palavra:
Forte
e corajosa.
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