Deixem-na Voar de Ziauddin Yousafzai com Louise Carpenter

Coleção: Não Ficção nº 9 
Tema: Não Ficção e Ensaio 
Título Original: Let Her Fly (aka What love teaches me) 
Tradução: Ana Saldanha 
ISBN: 978-972-23-6330-3 
Páginas: 176


Sinopse

Ziauddin Yousafzai luta, há mais de vinte anos, pela igualdade de género: inicialmente pela sua filha, Malala, e depois pelas raparigas de todo o mundo que vivem em sociedades patriarcais. Desde muito jovem, sentiu que homens e mulheres são iguais e quando foi pai de uma menina, Malala, decidiu que ela haveria de estudar, algo que na sua terra natal, Swat Valley, no Paquistão, era um privilégio exclusivo a rapazes. A sua determinação levou-o a fundar uma escola que a filha pudesse vir a frequentar. Quando, em 2012, Malala foi gravemente atingida a tiro pelos talibãs, por continuar a frequentar a escola do pai , Ziauddin quase perdeu a pessoa por quem decidira lutar em prol da igualdade. Este livro fala-nos da vida de Ziauddin, desde quando era um rapazinho gago criado numa pequena aldeia de montanha no Paquistão, até se tornar no ativista pela igualdade em todo o mundo. Seria também o pai da pessoa mais nova a receber o Prémio Nobel da Paz - Malala, uma das jovens mais influentes e inspiradoras dos nossos dias. Contado através de retratos íntimos de cada um dos membros da família de Ziauddin - como filho, pai, marido e irmão este é um relato sobre o que significa amar, ter coragem e lutar pelo que é justo e correto. Uma abordagem pessoal nos seus pormenores e universal na sua temática, esta obra notável demonstra porque todos nós devemos continuar a lutar pelos direitos das raparigas e das mulheres em qualquer parte do mundo.


Opinião

Embora literatura de não-ficção não esteja entre as minhas habituais leituras, este ano uma das minhas metas literárias passa exatamente por sair da minha zona de conforto e apostar em géneros literários que, possivelmente, não leria noutras circunstâncias.

Deixem-na Voar de Ziauddin Yousafzai (COMPRAR AQUI) é uma novidade recente com o selo da Editorial Presença, é literatura de não-ficção e é uma obra que me conquistou logo nas primeiras páginas.

Malala é uma jovem paquistanesa que em 2014 venceu o Prémio Nobel da Paz. Malala é um símbolo da luta pelos direitos das mulheres e crianças em todo o mundo, e em Deixem-na Voar, conhecemos a sua história por outra perspectiva, a do seu pai, Ziauddin, também ativista pela Educação e pelos direitos humanos.

Esta obra está dividida em quatro partes diferentes: Pai, Filhos, Esposa e Melhor Amiga e Filha. Conta ainda com um prefácio redigido pela própria Malala. Através de um relato pungente de emoções, conhecemos Malala e a vida do seu pai, desde os primórdios.

Apesar de Malala ser o rosto de toda esta luta incansável, muito antes do seu nascimento, já o seu pai, aspirava a luta pelos direitos humanos e pela educação das mulheres.

Com muita humanidade e sensibilidade, as páginas desta obra não carecem de filtros, e dão-nos uma visão daquilo que o mundo era - e ainda é, infelizmente - e mostram-nos que a coragem de arriscar e de fazer a nossa voz se ouvir nunca será em vão.

Esta é a história de um pai, do pai da menina que ganhou um lugar especial nos nossos corações, com a sua destreza, coragem e bondade. Mas é também a história de uma sociedade em que os pensamentos misóginos, radicais e patriarcais se fazem sentir e nos fazem, muitas vezes, temer pelo futuro.

Um livro que me conquistou. Uma mensagem que precisa de ser propagada. Uma leitura que recomendo.

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