A Rapariga da Falésia (COMPRAR AQUI) de Rachel Abbott é uma das mais recentes apostas da Topseller. Este é o primeiro volume da Série Stephanie King. A sargento Stephanie King dá o nome à série, o que me leva a crer que, iremos encontrá-la posteriormente, a trabalhar na resolução de novos crimes.

Quando Stephanie é chamada para o local de um suposto homicídio, não esperava encontrar um crime tão macabro, no entanto, não era a primeira vez que aquela belíssima casa no cimo de uma falésia, com grandes vidros com vista para o mar, era palco de uma morte com contornos misteriosos.

Anos antes, Mia North morreu e, por falta de provas, um atacador dos ténis foi dado como responsável pela queda desastrosa no ginásio da sua casa.

Esta narrativa é dominada por uma complexidade que nos envolve e emaranha o cérebro, enquanto tentamos desesperadamente encontrar as respostas para as questões que nos vão sendo colocadas.

São-nos apresentadas várias personagens, bem construídas e delineadas. Evie Clark que iniciou há alguns meses um romance com Mark North, um fotógrafo reconhecido da região. Cleo, irmã de Mark, demasiado protetora, mantém uma relação de extrema necessidade e obsessão com o irmão e, claro, a sargento Stephanie King. A vida destas personagens está interligada e, à medida que a história avança, vamos dissecando os seus passados e as suas relações.

A narrativa está dividida em três partes sendo que na primeira parte podemos acompanhar a rotina do casal Evie e Mark e a relação que os une a Cleo. É uma parte intensa e complexa se, por um lado, surgem dúvidas perante a possibilidade de Mark infligir violência à mulher, por outro, sentimos imediatamente que há algo que Evie esconde à cerca do seu passado e isso torna complicado que criemos empatia com a personagem. 

Ainda assim, o constante clima de tensão e dúvida, mantém-nos agarrados à leitura deste thriller.

Na segunda parte temos o julgamento de Evie pelo homicídio de Mark, esta é uma parte onde acreditamos que as verdades começam a vir à tona e, onde uma relação amorosa da Sargento ganha algum destaque, fazendo com que nos liguemos à sua personagem.

Na terceira e última parte, após o veredicto final do tribunal, tudo aquilo que tínhamos dado por certo, sofre uma reviravolta e estamos, por fim, perante um crime hediondo e com contornos complicados. É também nesta parte que o sentido aguçado de Stephanie é colocado à prova e a ajuda a deslindar a verdade por detrás de Evie Clark e da morte de Mark. 

Durante toda a história, embora não simpatizasse com Evie, não consegui gostar, de todo, de Cleo. Pela sua possessividade para com o irmão, pela forma como despreza as mulheres com quem este se envolve. Mas, a cartada final da autora leva-me a sentir o coração apertado por Cleo quando finalmente tudo é esclarecido. 

É também na reta final da narrativa que nos damos conta de que esta história não é apenas sobre a Mark e a possível violência que infligirá a Evie, mas sobre o passado que, sem que Cleo saiba, a liga de um modo trágico à mulher que lhe matou o irmão - e não só. Mas isso deixo para o leitor descobrir e se surpreender.

Gostei muito desta obra. Manteve-me agarrada o tempo todo. Gostei da escrita da autora, assertiva e directa, pujada de emoção. E gostei, acima de tudo, do enredo. Intrigante desde a primeira página.


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