Como que é que te iniciaste na escrita?
A paixão pela escrita, começou desde muito nova. Sempre vivi rodeada de livros, por isso a leitura sempre esteve presente, da leitura para a escrita foi um repente. Tenho textos escritos aos onze anos!Então, foi a conjugação perfeita.
O que é que a escrita mudou em ti, enquanto pessoa? A escrita, trouxe-me novas perspectivas. Deu-me, oportunidade de partilhar também o que é a minha visão sobre o mundo. Podendo transcrever tudo o que não se toca, não se olha, não se cheira, mas sente-se com tal sinestesia, que todos os sentidos ficam trocados. A escrita escrita fez, com que a minha alma renascesse.
O porquê do pseudónimo “Mer Rose”? Se há coisa no mundo que me inspira, que me abriga, que me conquista e que me intriga é o mar, sem duvida! Um dia vi um por do Sol à beira-mar e num repente o céu alaranjado, espelhou-se por todo o mar e deu-lhe um tom rosado. Assim fiquei, com a magnitude daquela paisagem, na mente. Foi a inspiração no momento e surgiu Mer Rose
Como definirias esta arte na tua vida? É uma parte de mim, é uma parte do que eu sou, como pessoa, como parte integrante da natureza, somos um conjunto de átomos, os mesmos que formam o universo, então também somos parte dele. A escrita na minha vida não tem espaço, porque eu escrevo em qualquer tempo, sem horas contadas.
O teu primeiro livro publicado chama-se “Fragmentos Sedimentados”. Podes falar-nos um pouco dele? Este livro foi concebido como um puzzle, com várias peças, fui-me inspirando em todas as pessoas que me rodeavam, que se encaixavam na perfeição de cada verso. É um quebra-cabeças imperfeito. Daí o nome “ Fragmentos Sedimentados”. É um livro repleto de sentires, com muitos olhares, sobretudo para um horizonte desfocado, onde nada acontece.
Como surgiram as ideias para compor este livro? Foi um desabrochar de sentimentos. Constatações de realidades, foram as vivências expressas em palavras, de alguém, que passou e sentiu, de alguém, que parou e ouviu ou de alguém que falou não foi ouvido. Assim como tantas outras histórias. Mas aquelas foram minhas.
Sentes que ainda há algum tipo de preconceito com os escritores do género tão complexo e delicado que é a poesia? Sinto, que há muita gente, que considera a poesia ou até mesmo a prosa poética, mais complexa do que o que é na realidade. Contudo a poesia vai, desde o soneto mais elaborado até à quadra de Sto António, pendurada no manjerico. A poesia faz parte da língua portuguesa. Todos somos um pouco poetas.
Quais os trabalhos que já realizaste no âmbito da escrita, para além deste primeiro título? Tenho tido participado, em algumas antologias poéticas e não só. Este ano fui convidada pela Chiado editora, a participar na antologia “Três Quartos Dum Amor”, na coleção de poesia contemporânea “Entre o Sono e o Sonho” pela segunda vez. Participei em algumas edições da revista on line “ Primeiro Capítulo “ também tive a oportunidade de partilhar o meu trabalho noutros projectos como “Dança de Palavras “ Orquídea Edições, “Perdidamente Vol III” . Integrei também em algumas edições da colibri na antologia “Eclética”, entre outras. Aqui está um pouco do meu trabalho.
A tua escrita é ficcional ou tem conotação pessoal? Tem sempre algo de pessoal, mesmo que não falemos de nós, mas sentimos sempre como nós. Por vezes a inspiração fala-nos de coisas, que os ouvidos não entendem, mas o coração sente. Nunca é totalmente ficção, nem totalmente pessoal.
Quais os temas que gostas de abordar quando escreves? Gosto principalmente de escrever sobre o que não se vê. De sensações, daquelas que nos apuram os sentidos e nos dão a visão do que não se toca.
Se só pudesses ler apenas um único livro para o resto da tua vida, qual seria o “privilegiado”? Algo que me marcou e me abriu os horizontes da visão de Fiódor Dostoiévski “Um Pequeno Herói”.
Pensas em publicar novamente? Sim, claro. Tenho mais projetos em mente. Mas ainda está em estudo.
Se tivesses de escrever noutro género literário, a qual desafio te proporias? Depois da poesia um romance, talvez...
Imagina a tua vida sem a escrita, como seria? Completamente apagada, não me imagino, sequer sem escrever. É como comer chocolate sem sabor, ou o limão sem o ácido. Seria esquisita, no mínimo!
Apenas numa palavra, descreve-te: Assimetria
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