Diogo Simões autor de O Bater do Coração, publicado em 2014, e da série P.S.Ficas Comigo? lançada no Wattpad em 2017, publica hoje o thriller Esquecido pela Cordel D' Prata, uma obra que conta a história de Duarte, um jovem que perdeu quatro anos de memórias! Este livro promete ser uma verdadeira bomba nuclear sobre o nosso psicológico, escrito com a mestria e requinte que muito caracterizam o seu autor, Diogo.
Em 2014 publicaste "O bater do coração", o que aprendeste
com a publicação do teu primeiro livro físico?
Aprendi
mais do que aquilo que julgava ir aprender. Desde o processo de
revisão, que tão minucioso e cansativo é, como o funcionamento do
mundo editorial. E é mesmo desta maneira: um mundo. É algo bem
maior do que um leitor poderia imaginar. Algo que também se deve a
um monopólio alargado de duas principais marcas editoriais. Mas foram
ferramentas que me permitiram construir melhor o meu segundo livro. Permitiram-me saber o que queria, o que procurava. Os meus direitos e
deveres.
Todavia,
não posso esquecer das opiniões do livro em si. Opiniões que me
fizeram dar conta que o meu estilo era o de fazer os leitores
esperarem o inesperado. Algo que procuro manter desde então, e com
grande entusiasmo!
Publicaste
recentemente "P.S.: Ficas Comigo" no Wattpad, como
descreves essa experiência?
Foi
muito gratificante. Construir a história quase que “em direto” e
com uma transparência e sinceridade que os leitores, muitas das
vezes, não se apercebem com um livro. Hoje, ao olhar para o contador
das leituras, nem acredito que já marca as mais de 3 mil, mas estou
eternamente grato. É algo que qualquer amante da escrita deveria
experimentar. Pelo menos, uma vez na vida. E o facto de ser gratuito
e qualquer pessoa poder ler e em qualquer lugar, torna ainda mais
divertido (risos). Nunca me vou esquecer de uma amiga minha mandar-me
uma mensagem a dizer que tinha visto um senhor, em Lisboa, a ler a
história que estava a construir em Leiria, num shopping. É
inesquecível!
Uma
das perguntas mais difíceis que me podem fazer deste livro, sem
dúvida (risos). Foi bastante difícil. Não o posso negar. Foi um
autêntico desafio. Não só em termos de pesquisa cientifica, como
de preparação mental para mergulhar numa personagem que perdeu 4
anos de memórias. Foi aterrador. Assustador. Ainda mais quando me
meti na pele de outra personagem, a sua mãe. Chorei algumas vezes. É
o que consigo dizer. Espero que os leitores consigam sentir como me
senti. Isto porque, no final, valeu a pena. Depois de muita
construção e reconstrução, valeu a pena!
Quais
foram as maiores dificuldades que surgiram no decorrer da escrita?
Sem
dúvida meter-me na pele de um jovem, vítima de violência
doméstica, com um melhor amigo com sérios problemas pessoais para
no fim, lhe tirar quatro anos de memória. Precisei de muita pausa
para conseguir escrever uma personagem tão densa e complexa. Algo
que condicionou a própria trama…
Sempre
que começo a escrever, tenho sempre uma ideia do principio, meio e
fim. No “Esquecido”, só tive do começo. Fui completamente
guiado pela personagem, e isso assustou-me (risos)!
E
as maiores satisfações?
Foi
eu próprio dar valor às pequenas coisas, e grandes pessoas na minha
vida, das quais sem elas, eu não seria nada. É aterrador pensar que
me possa esquecer da minha mãe, pai, irmão e amigos. Com esta
história, aprendi a dar mais valor.
Como
surgiu a ideia para este teu novo livro?
Foi
muito giro (risos). Estava numa aula de Psicologia, no 12º ano, em
2013, quando uma amiga minha perguntou muito segura de si, que se
alguém se esquecesse das memórias, deixava de ser alguém. E bem,
foi isso que alimentou o livro. Lembro-me de pegar no lápis e
escrever no livro a frase: “E, sem dar por isso, fui esquecido por
mim mesmo.”. Perturbou-me tanto, que não resisti em dar-lhe uma
história.
Podes
desvendar-nos um pouco da sua trama?
Como
é para ti e os teus leitores, faço de bom grado. Mas não se
esqueçam, é segredo!
No
Esquecido, acompanham a história de vida do Duarte. Sofreu tanto na
sua infância, com um pai que se deixou abater com o desemprego e
descontou na família, para o voltarem a encontrar quatro anos
depois, como um Duarte renovado. Com a vida nos eixos. Aquilo que ele
não espera é um acidente, que lhe vitima quatro anos de memórias.
Agora, será que ele conseguirá lidar com o velho e novo Duarte
durante este processo? Será que conseguirá perceber o mistério
para o qual é atirado? Tantas perguntas…, mas se lerem, não se
vão esquecer. Garanto!
Quais
são as tuas expectativas para este lançamento?
Que
corresponda às expetativas de todos. Já foi em 2014 que o meu
último livro foi lançado. E mesmo sabendo que a componente de
romance está presente neste livro, acho-o mais adulto. Dramático, e
com um final que poderá deixar uns duvidosos, e outros realizados.
Como
descreves o teu percurso literário?
Bem…
como poderei descrever (risos). Gosto dele. Gostava de não me ter
perdido tanto em trabalhos universitários, e ter mais tempo para a
minha vida de autor, especialmente após “O Bater do Coração”.
Mas foi essa falta de tempo que me levou a escrever o “P.S.”, por
exemplo. Acredito que tudo na vida, tem o seu tempo. Por isso estou
bastante grato, e mal posso esperar para desfolhar os próximos
capítulos desta nova etapa.
O
que é mais prazeroso para ti enquanto autor?
Sentir-me,
com cada história, livre. Sentir que nem o céu é o limite.
Emocionar-me, e fazer os outros emocionarem-se e pensarem nas
pequenas coisas da vida. Sem dúvida que o mais prazeroso. Não
trocava por nada!
O
que pensas da edição em Portugal?
É…,
complicada. Como referi, temos grandes monopólios, com redes
livreiras controladas por esses mesmos grupos editoriais. Torna-se,
sem dúvida, difícil chegar às prateleiras de destaque de uma
livraria. Livraria esta cheia de livros estrangeiros, em que a área
de “Autores Lusófonos” fica quase sempre nos seus recônditos.
Felizmente temos assistido a uma democratização deste mercado, com
estas novas editoras que assumem um novo papel e veículo para
pensarmos como se faz cultura no nosso país. Espero que seja o
suficiente para incentivar a mudança…
Como
está a correr esta publicação com a tua nova editora, Cordel
d'Prata?
Está
a correr muito. Sempre com os stresses
típicos de um autor, mas que são normais. Queremos sempre ver o
resultado final, quando esquecemos constantemente que há muitas
fases pelas quais um manuscrito tem de passar até chegar um leitor.
Sem dúvida que estou ansioso por continuar este trabalho de
proximidade e de qualidade, e ver os seus frutos!
O
que é que os teus leitores podem esperar de ti?
Histórias
imprevisíveis. Personagens que emocionam. Segredos inesperados.
Sorrisos. Lágrimas. E, claro, enquanto autor, o de estar próximo
deles. Porque essa, é mesmo, a melhor parte.
Sabemos
que é tudo muito recente e que dia 20 regressas em grande, mas já
tens novos projetos em mente?
Sim,
não paro (risos). Lá consegui arranjar tempo por entre a
universidade, vida social, e séries e livros em atraso, para o meu
próximo livro. Comecei a escrevê-lo em agosto passado. Está quase
concluído! Da história, tema e título, é caso para dizer:
esqueci-me (risos).
E
agora, o homem por trás dos livros, queres falar-nos um pouco dele?
Eu
sou o Diogo, sou leiriense com orgulho, tendo-me mudado agora para o
Porto. Lá inscrevi-me no Mestrado de Intervenção com Crianças e
Jovens em Risco. Um mestrado que me tira imenso tempo. São trabalhos
atrás de trabalhos. Mas estou a adorar. E com esse amor, consigo ter
tempo para a minha família e amigos, os quais amo
incondicionalmente, para brincar com o meu cão que mais parece um
dinossauro, e passar dias a ver séries, tirar fotografias e apreciar
a chuva (sim, eu prefiro chuva ao calor (risos)). Sem esquecer a
quantidade de novas tarefas da lida doméstica que me vejo obrigado a
fazer na minha casa de estudante no norte, mas isso não é para aqui
chamado (risos).
Que
mensagem deixas aos seguidores do blogue?
Que
nunca deixem de sonhar. Façam do medo vosso amigo, e permitam-se a
descobrir o que vos rodeia. E claro, leiam sempre. É tão bom. É um
sinal que também temos tempo para nós próprios e de sonharmos um
bocadinho, longe da vida caótica que por vezes levamos. Claro está,
que leiam também quer a mim, quer à Letícia. Mal posso esperar
pelo seu próximo livro, e vocês? Enquanto ele não chega, têm o
Esquecido (risos).
Mas
concluindo: sejam felizes, sendo verdadeiros com vocês e com os que
vos rodeiam. Obrigado Letícia, como sempre!
Diogo.
Obrigada Diogo pela tua disponibilidade e simpatia!
Duarte perdeu temporariamente quatro anos de memórias. Esta é agora a sua única certeza. O que resta do acidente são dúvidas e um puzzle de emoções, num Mundo em que ele já não se encaixa e onde as histórias estão por explicar.
A sua missão é agora descobrir a verdade, num cenário em que a sua maior batalha é ele próprio. Ele sabe que a noite que permitia enterrar o passado, é a sua maior inimiga.
Uma corrida contra o tempo, rodeada de esquemas, segredos e um passado por se lembrar.
0 Comentários