Algumas pessoas entram nas nossas vidas com um único objetivo: ensinar-nos a não sermos como elas. Infelizmente, só nos damos conta disso, quando elas já estão prontas para abandonar a casa no nosso peito.
Não forço ninguém a ficar. Não finjo sorrisos para agradar. Nem desejo nada de mal, até porque a vida tem a sua forma de nos chapar na cara o que precisamos aprender, da pior maneira.
Se a pessoa está decidida a partir, até a ajudo a fazer as malas, dou-lhe um pontapé no rabo e bato-lhe a porta na cara.
Há pessoas que não valem a pena, que só nos empurram para o buraco, que nos sugam as boas energias e que em nada nos acrescentam. Se não servem para estarem sempre presentes, então, também não servem para estarem presentes em momento nenhum.
Há pessoas que nos desiludem e nos fazem duvidar se alguma vez foram verdadeiras, mas ensinam-nos, na mesma medida, que por mais que elas não tenham sido boas, nós fizemos a nossa parte. E nós iremos deitar a cabeça na almofada e dormir descansados, talvez tristes por algumas noites, mas em paz. Já a outra pessoa, cedo ou tarde vai sentir a consciência pesar e o arrependimento corroer até aos ossos. Mas depois, depois é tarde demais; tarde demais, as duas palavras mais amargas da língua portuguesa. Tarde demais voltam, para perceberem que ao contrário do que dizem, o tempo nem sempre é amigo, as amizades não são objetos que usas quando precisas e despejas no lixo quando não tem mais utilidade para ti e algumas portas ficam trancadas para sempre.



Letícia Brito