Inês, sê bem-vinda a este espaço. É um gosto poder conhecer-te melhor e apresentar-te aos seguidores deste espaço, para começar: Como é que te iniciaste na escrita? Obrigada eu por poder partilhar um pouco de mim e do meu percurso. Penso que não tenho nenhuma data fixa em que possa dizer que me iniciei na escrita. Acho que a escrita se iniciou em mim desde que aprendi a ler e a escrever. Sempre tive muito gosto em fazê-lo e o sonho de publicar um livro da minha autoria.
Qual o sentimento que te domina quando escreves? Liberdade. Escrever dá-me não só a liberdade para ser eu mesma, como para interpretar uma variedade imensa de personagens. Dá-me também o poder para abordar diversos temas e assuntos.
O que é que a escrita mudou em ti, enquanto pessoa? A escrita mudou a forma como vejo as coisas ao meu redor. As pessoas ou situações com as quais me vou cruzando ao longo da vida, tirando daí boas ou más experiências, podem servir de inspiração. Tudo nos pode ser útil, quando visto da perspetiva certa.
E enquanto escritora, o que tens aprendido? Que nem todas as portas onde batemos se vão abrir e que nem toda a gente nos vai apoiar, mesmo pessoas que achávamos que o fariam. Mas, apesar de tudo, vale sempre a pena partilhar o que sentimos e pensamos através da escrita, porque haverá sempre quem aprecie o nosso trabalho e nos dê o devido valor.
Como definirias a escrita na tua
vida: um passatempo, uma necessidade ou um acaso? Algo que por acaso se tornou num passatempo e que,
com o tempo, se transformou numa necessidade.
Foi com o nascimento da tua prima, em 2017, que ganhaste contacto com a literatura infantil, antes disso já tinhas experimentado a escrita deste género? Não, nunca me tinha debruçado muito sobre este género. Não tinha crianças na família e, portanto, o contacto com a literatura infantil era muito reduzido.
Publicaste, em fevereiro transato, o teu primeiro livro, “A Flor Margarida”. Podes falar-nos um pouco sobre este livro? É um livro muito especial para mim, por ser o meu primeiro trabalho publicado e por tudo aquilo que representa. A Flor Margarida, fala-nos sobre uma flor, uma margarida, que por ser branca e não ter as cores que as outras flores têm, acaba por se sentir mal com isso, sente-se insegura e parte em busca de flores da sua espécie e, claro, pelo caminho tem as suas aventuras e vai encontrando amigos que a ajudam. Relembra-nos da importância de nos rodearmos de quem nos faz bem, da construção de uma boa autoestima e, o que tentei transmitir foi que, muitas vezes, é preciso coragem para mudarmos, agirmos e fazermos algo por nós.
O que te motivou a escrevê-lo? Eu sabia que queria publicar um livro, era um sonho meu. O facto de poder acompanhar o crescimento da minha prima, desde a barriga, e de ser muito próxima dela, levou-me ao ponto de desejar escrever algo em que a conseguisse incluir e homenagear. E acabei por conseguir não só deixar a sua marca nesta obra, como a de outros familiares meus, visto que as personagens são todas baseadas em pessoas da minha família.
Como está a correr este teu primeiro desafio no universo editorial? Penso que tem corrido bem, o facto de ser a concretização de um sonho ajuda a amenizar qualquer obstáculo que encontre.
Qual tem sido a reação dos leitores face a este projeto? De forma geral, a reação tem sido muito boa. Têm gostado imenso das ilustrações e da mensagem que a história transmite. No entanto, sinto que Portugal e os portugueses ainda têm um longo caminho pela frente no que diz respeito à divulgação, valorização e principalmente ao apoio (aos vários níveis) em relação à arte e à cultura.
Se só pudesses ler apenas um único livro para o resto da tua vida, qual seria o privilegiado? Morreste-me, de José Luís Peixoto. Um livro que me tocou imenso e que, apesar de ser bastante melancólico e intenso, passa uma mensagem tão bonita e pura sobre uma realidade pela qual, infelizmente, todos nós temos de passar.
Se tivesses de escrever num género diferente do teu registo atual, a qual desafio te proporias? Provavelmente um romance, que é o género com o qual sempre achei que iria iniciar o meu percurso enquanto escritora.
O que é que os leitores podem esperar de ti para o futuro? Podem esperar persistência. Os sonhos não devem ser arrumados em gavetas, portanto espero que os leitores possam ver mais trabalhos meus, nomeadamente a exploração de outros géneros e temas.
Descreve-te numa palavra: Determinada.
MAIS SOBRE A AUTORA NA SUA PÁGINA
0 Comentários