Regina, sê bem-vinda a este espaço. É um gosto poder conhecer-te melhor e apresentar-te aos seguidores deste espaço, para começar: Como é que te iniciaste na escrita?
A todos os seguidores do espaço Oficina da Escrita deixo o meu sincero abraço e que as palavras aqui partilhadas nos tragam momentos de preenchimento interior.
Sinto que a escrita faz parte de mim. Desde pequenina e aprendi a escrever, sempre fui pondo no papel as palavras que se estruturavam em versos, pequenos textos que ao longo da vida foram ganhando outra dimensão e expressão de Consciência. Muitos poemas foram escritos nas páginas dos cadernos, em folhas soltas, em lembranças que ofereci a pessoas que se fizeram especiais ao longo do meu percurso.
 
São inúmeros os sentimentos que nascem no âmago do escritor. Quais aqueles com que mais te identificas?
Escrever para mim é como o fluir de um rio, sabe onde nasce, sabe que chega ao mar, mas o caminho para lá chegar é feito de voltas que mudam entre o dia e a noite, paisagens que as margens mostram a cada gota de água que passa. Assim são as palavras que através de mim fluem e se enlaçam para a composição de poemas, momentos de paz, serenidade, de sentir a profundeza do meu Ser.

O que é que a escrita mudou em ti, enquanto pessoa?
Sinto que a escrita é o transpor para o papel da seiva que corre em mim, o meu olhar para dentro e para fora. A escrita ajuda a conhecer-me, é fonte de paz, serenidade. Nos momentos em que a vida me traz mais agitação, é na escrita que me recolho para mergulhar no meu mundo interior. Gosto de ler o que escrevo, são palavras que me dão força, que me abraçam e é este sentimento que espero levar aos leitores. 

E enquanto escritora, o que tens aprendido?
Escrever pode concretizar-se ou não na edição de obras literárias. Eu fui escrevendo sem a preocupação ou objetivo de escrever para publicação em livro. Com o incentivo de quem lê alguns dos meus poemas foi ganhando forma a ideia de compilar os textos e criar uma obra para que possa ser lida, partilhada.  O resultado é gratificante, é saber que o que escrevo chega a alguém que se sintoniza com as palavras lidas, que se reconhece e aí bebe desse sentir, dessa força de não estar só nesse momento, seja de maior alegria ou de dor.

Como definirias a escrita na tua vida: um passatempo, uma necessidade ou um acaso?
A escrita para mim é uma necessidade. Flui naturalmente sem programar o tempo ou o momento. 

Desde tenra idade que o contacto com a natureza se revelou fundamental para ti. Esta realidade teve alguma influência na tua escrita?
A minha vivência no campo durante a minha infância e que se perpetua é fonte de gratidão e de união com a terra, o céu, o sol, a chuva, a montanha, o mar. As paisagens a perder de vista no horizonte alimentam o meu interior. A minha ligação à natureza transparece nas palavras escritas, o sentir que faço, fazemos, parte deste Todo que nos acolhe aqui na nossa mãe Terra.

Praticas meditação e esta está intimamente ligada à tua escrita. O que te levou a enveredar por este caminho?
A minha procura pelo sentido da vida e pós vida neste plano, levou-me por muitos livros, seminários, workshops onde fui aprendendo algumas formas de meditação. A necessidade de paz interior, de me recolher da azáfama do dia a dia tornaram-se uma prática diária. Sempre que posso vou para a natureza. Hoje em dia, para mim, meditar não tem de ser numa hora, num local, numa posição, meditar é estar em conexão comigo mesma. Parar uns segundos, sentir-me, olhar para dentro. Contemplar uma paisagem e sentir a união com a natureza, ou aquietar-me num local tranquilo, fechar os olhos, sentir a respiração e deixar a mente fluir.

Em dezembro publicaste o teu primeiro livro “Melodias da Minha Essência”. Podes falar-nos um pouco sobre ele?
“Melodias da Minha Essência” é um cantinho de paz, de recolhimento, de foco em pontos profundos da nossa passagem neste plano, nesta vida. No mundo agitado em que vivemos necessitamos de parar, para nos observarmos, para sabermos quem somos, para nos ouvirmos bem lá dentro. Muitas vezes se pergunta “o que queres ser quando fores grande?” e nós Somos desde sempre o Ser que habita no nosso corpo. Há tanto conhecimento que acumulamos, no percurso escolar, profissional e onde paira o conhecimento de nós mesmos? Sinto que esta obra é um manual de vida para a Vida. Espero que seja fonte de paz, serenidade em cada leitura, como a brisa do vento num lindo dia de verão e levando a experiência da aprendizagem comum a todos nós em algum momento das nossas vidas.

Como surgiu a ideia para escrever esta obra?
Como já referi atrás, primeiro foram escritos os textos e depois ganhou forma a ideia de selecionar alguns e juntá-los numa obra que pudesse ler lida, partilhada por todos os que em algum momento se sentirem motivados a ir ao seu encontro. 

Como têm reagido os leitores face ao teu trabalho?
Em resposta a esta questão deixo o testemunho de um leitor. É com imensa gratidão que recebo estas palavras, por sentir que nos meus textos ecoa a expressão da vida de muitos de nós e que através da partilha de escrita e leitura nos sentimos unidos, mais perto.
"Esperava identificar-me com as tuas palavras e com aquilo que elas espelham. 
Espelham a tua forma de ser, de estar, de pensar. Muitas das inquietudes, posso chamar-lhes assim, que vivo são também algumas das que encontrei no teu livro.
E sabe bem perceber isso porque faz-me sentir compreendido."

Já participaste em antologias de poesia. Tens facilidade em te adaptares aos diversos géneros literários?
A forma como mais gosto de me expressar é no meu jeito de escrever poesia. Gosto de escrever contos infantis, escrevi alguns para os meus filhos ou que simplesmente fluíam em voz e com a imaginação do momento. No âmbito profissional gosto de fazer relatórios, documentos técnicos. Se for necessário escrever sobre um determinado tema, escrevo com naturalidade.

Se só pudesses ler apenas um único livro para o resto da tua vida, qual seria o privilegiado?
Refleti algum tempo nesta pergunta. Pensei nos livros que já li e que foram muito importantes ao longo da minha vida. Se por um lado tenho necessidade de escrever, por outro lado gosto de ter livros à minha volta para ler. Os livros da Louise Hay, dos quais destaco “O Poder está dentro de Si”, foram néctar para a compreensão de muito do que eu sentia em mim. Com toda a humildade e sinceridade se tivesse de escolher um só livro para me acompanhar ficaria com as “Melodias da Minha Essência”. Como eu refiro nesta obra, um livro é um amigo que nos acompanha em cada passo. 

Se tivesses de escrever num género diferente, a qual desafio te proporias?
Escrever contos infantis.

O que é que os leitores podem esperar de ti para o futuro?
A todos os que me leem desejo as maiores felicidades. Que as palavras que fluem através de mim sejam como flores a florescer na primavera e levem perfume de vida à vossa vida. Eu continuo a escrever. 
No meu site https://melodiasdaminhaessencia.webnode.pt/ vou partilhando alguns textos que vão nascendo. Outro livro está a ganhar forma, sem pressa e no seu tempo.

Descreve-te numa palavra:
Dedicada.