Tereza, sê bem-vinda a este espaço. É um gosto poder conhecer-te melhor e apresentar-te aos seguidores deste espaço, para começar:
Como é que te iniciaste na escrita?
Nasceu comigo o desejo ardente de escrever antes de frequentar a Escola Municipal Palmares, na área rural do Município de Tapejara, Estado do Paraná/Brasil, onde fui alfabetizada. Uma das minhas brincadeiras favoritas da infância era arrancar centenas de folhas dos pés de café que o papai plantava, e com um pedaço de galho de árvore seco, que se transformava numa caneta imaginária,  sentava no chão e escrevia inúmeros livros, naquelas inesquecíveis e felizes tardes de verão.

Qual o sentimento que te domina quando escreves?
Comunhão com os seres de luz. É pisar no território do sagrado! Quando escrevo sinto-me adentrando num quarto escuro e na medida que as palavras vão nascendo, esse espaço vai clareando, iluminando não só o espaço, mas a minha alma inteira! Escrever para mim é uma forma de oração e prece, é chegar bem perto de Deus!

O que é que a escrita mudou em ti, enquanto pessoa?
A compaixão, o respeito ao outro, e a responsabilidade no uso da palavra, que tem a força criadora e mágica de produzir rapidamente as energias do bem ou do mal.

E enquanto escritora, o que tens aprendido?
Resiliência, flexibilidade, foco, objetividade, felicidade e paz.

Como definirias a escrita na tua vida: um passatempo, uma necessidade ou um acaso?
Uma necessidade, uma forma de estar vestida na minha própria pele e encontrar o meu lugar no mundo.

És arte-educadora. A área a que te dedicas tem algum impacto na tua escrita?
Com toda certeza! A partir da publicação dos meus  livros “Canções Bordadas e Aromas”, Milagres Bordados” e “Café com Bordado” as artes manuais ganharam novas interpretações, novos sentidos dentro de inúmeras universidades, projetos de inclusão social, cultura e arte por meio do bordado e das artes manuais de modo geral.
COMPRAR

Em outubro transato publicaste, Fé, Lamparina e Querosene. Podes falar-nos um pouco sobre esta obra?
Fé, Lamparina e Querosene é  um trabalho de “autocura”. Remexi todas as minhas memórias de infância, tentando extirpar os medos do escuro e das maldades humanas dos tempos atuais através das lembranças daquelas "Lamparinas acessas" da Gleba Aparecida que iluminavam não só as salas daqueles casebres pobrezinhos,  como também as nossas almas que ainda eram puras e inocentes...

Como nasceu a ideia para este livro?
O primeiro passo foi a construção de 32 quadrinhos de crochê feitos com sobras de linhas e, a partir deles, fui trabalhando os sentimentos, as lembranças e as histórias que moravam e latejavam em mim. Costurei com fios de ouro este xale, sem saber que inconscientemente eu estava me curando das chamas do fogo de uma lamparina que um dia alcançaram os meus cabelos enormes de fuá e os queimaram por inteiro, deixando a cabeça com muitas queimaduras. Foi então, que no texto de conclusão deste livro,  me dei  conta da “autocura”.

Já publicaste outras obras, uma das quais está esgotada no momento, Canções Bordadas e Aromas. O que te levou a escrever estes livros?
Plantar luz, esperança e fé através das minhas palavras.

Qual tem sido a reação dos leitores face a este trabalho?
“ Maravilhosa”, eles me motivam a escrever mais... E isso encanta os meus dias!

Se só pudesses ler apenas um único livro para o resto da tua vida, qual seria o privilegiado?
O Pequeno Príncipe de Antoine De Saint-Exupéry.

Se tivesses de escrever num género literário diferente, a qual desafio te proporias?
Ficção.

O que é que os leitores podem esperar de ti para o futuro?
Textos motivadores,  plenos de experiências de fé,  paz de espírito e liberdade para escrever mais lindas e encantadas histórias.

Descreve-te numa palavra:
Felicidade.