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Rua dos Remédios é o primeiro livro do autor português, Fernando dos Santos, que já esteve em entrevista cá no blogue e cuja obra infantojuvenil, Carlota e os Dragões de Madrid já teve direito a crítica aqui publicada, no dia 14 de dezembro.
Este é um livro de ficção histórica, cuja ação decorre durante a Segunda Guerra Mundial. O mais interessante neste livro é que se trata de uma ucronia, por retratar uma época da história que, efetivamente, decorreu, mas invertendo-a.
Esta narrativa tem como base as operações realizadas por Hitler, e se Portugal viveu tempos de paz, comparativamente a outros espaços da Europa, então Fernando decidiu imaginar possíveis acontecimentos que, não tendo acontecido de facto, poderiam ter toldado toda a história de um povo; o povo português.
São apresentadas as personagens ao leitor que nos soam familiares e com as quais simpatizamos, por serem simples, mas retratos de gerações, de sentimentos vivos e emoções.
O livro não é muito longo, tem cerca de 240 páginas e lê-se com facilidade. A linguagem do autor é direta e acessível, e pode ser lida por qualquer leitor. A história avança ao ritmo certo, com passagens interessantes que apelam à imaginação do leitor e a ação principal decorre na Rua dos Remédios em Alfama, com descrições muito típicas, que evidenciam o povo português, os seus costumes e tradições. Os diálogos são verossímeis e conferem mais profundidade à narrativa que, de um modo geral, está bem organizada.
O ponto que menos me agradou foram alguns dos capítulos, que eram longos, e que, tal como já referi por cá, não conseguem cativar-me com tanta rapidez, uma vez que em determinados momentos sinto que cortam a fluidez da leitura.
Gostei do livro, da sua apresentação e dos temas abordados que apesar de não serem reais, fazem-nos refletir.
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