Olá Maura, bom dia. É um gosto enorme poder conhecer-te melhor e apresentar-te
aos seguidores deste espaço, para começar, coloco-te esta questão: Como é que a escrita entrou na tua vida?
Como definir algo que apenas sempre permaneceu na nossa vida, mas que ainda não possuía ferramentas para o executar?
Sempre existiu o desejo de o fazer, embora com a inocência de uma criança…que floresceu com a rebeldia da juventude e ganhou asas na idade adulta.

O que é que a escrita mudou em ti, enquanto pessoa?
A escrita acresceu a liberdade de comunicar e me expressar sob uma muda forma, mas bem mais ensurdecedora que uma longa conversa ou um grito.

E enquanto escritora?
Escritora? Não me considero uma escritora, apenas uma autora publicada.
Sou uma mulher que tem uma paixão que se chama escrita, cujo objectivo é a partilha e o desejo que de alguma forma se identifiquem com a mesma.

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Em maio publicaste o teu primeiro livro, A Queda do véu. Pode falar-nos um pouco sobre ele?

A Queda do véu, surgiu numa necessidade de partilha pessoal em suporte físico, uma forma de perpetuar os meus “desabafos”.
Resume-se a um conjunto de “escritos” muito intimistas, alguns com um carácter mais ousado, mas acima de tudo é um convite a entrar num mundo de emoções e sensações.
Numa partilha honesta e sem preconceitos, em que se espelha claramente a queda de um véu que insistiu em permanecer por mais de quatro décadas e que finalmente deslizou em chão firme e sem máscaras.

É um livro de poesia. O que te motiva a escrever neste género?
A poesia é a forma mais imediata de partilhar o que aqui dentro vai.
Obviamente que não numa perspectiva de consumo…mas sempre numa visão de tentar fazer sentir…reagir…despertar…refletir…

Maura, falemos um pouco da escrita a nível emocional, o que sentes quando escreve?
Eleva-me…faz-me viajar dentro de mim…transporta-me para todos os cenários que assim entender…permite-me ser quem eu quiser…e fazer o que me der “na real gana”.
É um prazer unicamente meu naquele momento de entrega e descoberta.
Um deleite!

Tens algum ritual de escrita?
Não posso dizer que seja um ritual, mas tento sempre escrever os meus escritos primeiramente em suporte papel, excepto mesmo quando não o posso fazer é que recorro às modernices.
E também por norma, a maior parte dos textos escrevo na madrugada…tem uma magia inexplicável e naquele momento é unicamente minha.

Se só pudesse ler um único livro para o resto da tua vida, qual seria o privilegiado?
Não concebo uma limitação e castração desta natureza.
Mas tentando responder à sua questão, sem dúvida não resistiria ao brilhantismo de Fernando Pessoa e seus tão “sui generis” heterónimos com as suas dicas na obra “ Como viver (ou não) em 777 Frases de Fernando Pessoa” numa publicação da Quetzal.

Que outros trabalhos já realizaste no âmbito da escrita?
Tive durante dois anos um blog de divulgação dos meus escritos, que entretanto encerrei.
Fora isso, muitos  “escritos” na gaveta à espera da luz do dia.

A escrita é para ti, uma necessidade ou um passatempo?
A escrita é uma necessidade com efeitos muito positivos de enriquecimento pessoal e um passatempo porque a minha vida profissional e pessoal não permite que seja mais do que isso.

Quais as tuas perspectivas para o futuro?
Não penso nisso, tenho uma natureza com pés bem assentes na terra…abraço toda e qualquer repercussão positiva que daí advenha…mas sem expectativas e castelos de areia, no velho cliché “ um dia de cada vez”!
Afinal…o que é por gosto não cansa!!!

Se tivesses de escrever noutro género literário, qual o desafio ao qual te proporias?
Já me propôs! Estou a escrever um romance com uma componente mais ousada!
Mas sendo a escrita algo que depende de tempo e espírito disponível…levará algum tempo.

Descreve te numa palavra:
Observadora