O mais recente título da autora Margarida Rebelo Pinto, publicado recentemente sob a chancela da editora Clube do Autor, chama-se Vem Voar Comigo, e é, sem dúvida alguma, um verdadeiro convite ao leitor para voar pelas suas páginas e embriagar-se das palavras tão doces da Margarida.

Por cá, já sabem que esta autora está entre os meus autores portugueses preferidos. Gosto da sua escrita, da leveza das suas obras, das histórias tão reais e tão sentidas. Aliado a isto, está a estética das capas elaboradas pela editora, sempre apelativas, com um toque muito feminino e querido. Recordo que apesar de ser um género literário denominado mais light, não é apenas para mulheres, a Margarida escreve para o público em geral, sobre o amor e sobre mulheres, e este ponto deve ficar assente. 

Neste seu mais novíssimo título, acompanhamos as histórias de três mulheres, acima do quarenta anos, que aspiram por uma nova oportunidade de amarem e de serem amadas. Mulheres que sendo diferentes, têm um ponto em comum que as une, no mais ínfimo das suas almas, ainda acreditam no amor, ainda o esperam, ainda o ambicionam. O amor. Esse bicho que nos controla. Às vezes, mesmo escondido.

A autora apresenta-nos estas mulheres, criando um perfil das mesmas, que inclui o signo, o ascendente, as qualidades, os defeitos, os estados emocionais e o lema de vida. Inês é descrita como "A Sonhadora", o seu peito ainda arde por uma paixão antiga. Maria é descrita como "A Espetadora", e a sua vida só começa realmente depois de descobrir as infidelidades do marido e colocar um ponto final no casamento. Beatriz, por fim, é descrita como "A Aventureira", viajar é o que move o seu coração, isso e o amor, é claro. 

Cada protagonista narra a sua história em primeira pessoa, levando-nos a conhecer o seu passado, presente e as suas aspirações para o futuro. Encontrarão elas o amor?

Este livro é um retrato da sociedade atual, que a autora descreve como sendo uma sociedade liquida, afirmação que eu corroboro. É um livro que nos fala tão bem de pessoas como nós, de pessoas que vivem connosco, que conhecemos. É um retrato fiel do que nos rodeia. Mas é também uma mensagem mais profunda, um voto de que o amor sempre nos encontra, se estivermos dispostos a aceitá-lo em nós e nas nossas vidas.

A narrativa é fluída e mantêm-nos cativos da primeira à última página. A linguagem da autora é uma doçura. Já escrevi isso antes, mas não me canso de o repetir. É leve, é simples, sem filtros ou floreados. É bela. 

Um livro para ler e reler. Para pensar. Para nos apaixonarmos de novo.