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A Sereia de Brighton é o título mais recente da célebre Dorothy Koomson, foi publicado em Setembro pela Porto Editora e é um sucesso garantido.

Neste seu novo romance, acompanhamos períodos de tempo diferentes e duas personagens muito marcantes, Nell e Jude. 

A história começa em 1993 quando as duas amigas encontram um corpo na praia, cuja identidade é desconhecida, assim como o seu assassino. Tudo o que se sabe sobre a jovem morta é que possui uma tatuagem de sereia, e é assim que ganha o nome de “Sereia de Brighton”. 

Nell e Jude veem-se arrastadas para a investigação da polícia que aponta o pai de Nell como principal suspeito, mas é então que Jude desaparece sem deixar rastro e colocando um novo peso sobre a família de Nell.

Os assassinatos não param, o pai de Nell é constantemente levado pela polícia e torturado, a vida da sua família desmorona, e tudo permanece sem resolução e sem provas.

Quando finalmente conseguem mudar-se de Brighton e recomeçar a vida num lugar pacato, John Pope, um dos polícias que dirigiu a investigação sobre a sereia, volta a infernizar a vida de Nell, que temendo pelo bem-estar da família, aceita colaborar com ele na sua investigação e começa por conta própria a procurar a identidade da sereia e da sua melhor amiga.

Já nos dias atuais, 25 anos após os dois acontecimentos traumáticos, temos uma Nell, bastante solitária e fechada, cheia de medos que a consomem. Por outro lado, temos a sua irmã Macy, que sabe o que se sucedeu no fatídico dia em que Jude desapareceu, mas mantém segredo para proteger a família.

É pelos olhos de Nell e Macy que vamos deslindando os mistérios em torno da investigação da polícia, do presumível assassino e do paradeiro de Jude. As duas irmãs mantêm uma relação muito próxima, mas pautada por segredos. Macy sofre de um transtorno obsessivo-compulsivo, que se torna cada vez mais evidente à medida que se dá a conhecer nas páginas deste livro. Jude sofre pelo passado que tanto a marcou e do qual não consegue escapar.

Poderão estas duas personagens despir-se dos segredos e das mentiras, expurgar o passado e encontrarem um ponto de equilíbrio para si próprias e para as relações que cultivam?

A narrativa desta obra está muito bem estruturada, o passado e o presente em capítulos intercalados funcionaram muito bem, conferindo dinamismo à leitura. Uma leitura fluída, agradável e intensa.

A escrita da Dorothy é rica e escorreita. Uma escrita à qual já estamos habituados. Uma escrita poderosa aliada a uma história mais poderosa ainda. 

Esta foi sem dúvida uma excelente aposta da Porto Editora. Um livro marcante e irreverente. Que mais uma vez, aborda temas atuais, como o racismo, o preconceito e o impacto que situações destas têm no seio de uma família. 

É um livro para ler e reler, pela sua intensidade e pela história fantástica.

Letícia Brito