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Em «Nada É Por Acaso», romance de Maria Roma, publicado pela Oficina do Livro, acompanhamos a vida de diversas personagens que se cruzam e entrelaçam, mostrando-nos, tal como sugere o título, que nada na vida é por acaso, que tudo tem um propósito, um objetivo mais grandioso.

Ao tomar conhecimento por parte do pai, de que a avó tem a saúde demasiado débil, Adriana é arrastada da sua vida com Jean Piérre para a simplicidade e pacatez de Verona.

Guido, o pai de Adriana, por sua vez teme pela vida da mãe e pela sua relação com Renata, cujo espírito jovem está no auge e despreza toda a situação familiar do namorado.

Enquanto isso, em Nova Iorque, Daniella, a ex-mulher de Guido e mãe de Adriana, sofre com a sua relação que se vai deteriorando pela rotina, e com o seu trabalho enquanto psicóloga, com os anos, torna-se inevitável que a sua vida não se misture com a dos pacientes, e isso, por vezes, constrange-a e entristece-a.

Maria Pia, a avó, a cada dia mais frágil, não consegue evitar de pensar que a morte a aguarda e alguns segredos que manteve guardados até então, são contados na esperança de partir em paz e trazer paz aos que ama.

A vida destas pessoas é nos narrada em terceira pessoa, vamos, capítulo a capítulo, esmiuçando as suas relações, os seus sentimentos e emoções, desde a dor à perda, a raiva ao desejo, à paixão que os une.

Esta família possuía uma casa junto ao lago de Sirmione, mas um acontecimento trágico, levou a que as portas da mesma, fossem trancadas, e agora, com o segredo revelado e a morte de Maria Pia, reabrem-se as portas e descobre-se um novo mundo.

A felicidade. A descoberta. A paz. Estão à espera de entrar novamente, e cabe a estas personagens tão reais, permitir-lhes a sua entrada.

Com uma escrita bastante direta e simples, marcada pela intensidade dos acontecimentos que se desenrolam durante toda a narrativa, Maria Roma, brilha com mais um romance que nos cativa e perdura no nosso coração.


Letícia Brito