Recentemente terminei a leitura da obra de Marta Coelho; A Ilha das Quatro Estações (Podes comprar AQUI)obra publicada sob a chancela do Clube do Autor - editora que prezo e admiro. 
Este livro foi o açúcar das minhas férias - endereço desde já o meu agradecimento à Berta Lopes por disponibilizá-lo para o blogue - como já referi, passei umas férias maravilhosas na Serra do Gerês, que acabaram em grande, pois, no meu regresso ao lar, deparei-me com este livro e um bilhete da querida Berta com votos de boas férias e boas leituras, ora, a última semana de descanso que me restava, viajei para a Ilha na companhia da Catarina, do Santiago, do Misha e da Rute e passei uma belíssima estadia. 
Li o livro em cerca de quatro dias, não dormia sem ler, nem me levantava da cama pela manhã sem o ler, e quando dei por mim, acabava assim, a minha estadia e a estadia destes quatro jovens na Ilha das Quatro Estações
Gostei bastante, além de prazerosa, a linguagem da autora é extremamente acessível e cuidada, e só estes motivos eram suficientes para que recomendasse a mesma aos meus seguidores, mas tenho motivos ainda maiores e que vocês irão descobrir no decorrer da minha critica. 
A história é narrada por duas personagens, a Catarina e o Santiago, que vivem uma bela história de amor durante os meses que passam na ilha. Temos, portanto, dois pontos de vista desta história.


A ilha nada mais é do que um espaço preparado para jovens (problemáticos) descansarem do mundo que os rodeia e ajudá-los a vislumbrar a solução para os seus diversos problemas. Na ilha estes jovens tem de realizar tarefas durante a sua estadia.
Catarina chega a ilha completamente vazia (interiormente) devido à perda de alguém que ela amava, a sua melhor amiga Clara. 
Santiago chega por livre e espontânea vontade, mas por motivos que o próprio desconhece, tudo o que sabemos de Santi é que o mesmo esteve envolvido num acidente e passou algumas semanas em coma, que o levaram a que se esquecesse do que acontecera, temos então, um jovem atormentado por um trauma do qual não se consegue recordar com clareza. 
Misha é um jovem deprimido, com tudo para ser feliz e dar-se bem na vida, mas apático, os estágios da depressão levam-no frequentemente a ficar encerrado dentro de quatro paredes. 
Rute teve uma relação amorosa violenta e sem o apoio dos pais, entra na ilha com um objetivo, completar dezoito anos, e puder lutar pelos seus direitos, pela sua vida. 
Catarina e Santiago apaixonam-se, mas será o amor mais forte que os traumas que os aprisionam?


Misha descobre uma nova primavera em Rute, mas será o amor dele correspondido na mesma medida?
A vida destes quatro jovens cruza-se e à medida que o tempo na ilha passa, eles conhecem-se, aproximam-se e até se apaixonam, o que eles não esperavam - ou imaginavam - é que tudo o que viveram na ilha estava programado, alguém queria que eles se conhecessem, que eles vivessem determinadas situações dentro da ilha, e quem é esse alguém?
Logicamente, não vos vou revelar quem planeou tudo, o que posso garantir-vos, no entanto, é que as revelaçoes finais são bombásticas, de «cair o queixo», foram até para mim, um choque psicológico, parabenizo a autora pela mestria com que contou a história destes jovens, os envolveu e pelo final arrepiante, que nos deixa com um gosto de «quero mais», o que espero que seja verdade, este livro tem de ter continuação, nós queremos saber como será a vida deles depois da ilha, porque, é óbvio que todos foram modificados pelos acontecimentos, mas como lidarão eles agora com as suas vidas? E quem os uniu? Porque o fez? 
Este livro está muito bem conseguido, seja pela narrativa, pela linguagem... a obra da Marta está repleta de substancia e merece chegar aos tops - onde, juro que espero -lo em breve - além de abordar temas atuais, é uma obra com capacidade para fazer esta geração tão ligada à tecnologia, pensar mais sobre os que os rodeia e dar uma oportunidade à leitura.
Parabéns à autora e ao Clube do Autor pela aposta, esta obra embora seja num registo juvenil, merece e deve ser lida por todos!

Obrigada e bom fim de semana, e não se esqueçam: este livro está algures à espera que vocês desse lado, o leiam também!

Um beijinho,

Letícia Brito