Perdida, 1ª edição, Março de 2016, Topseller
Sinopse
E se o amor da sua vida apenas existisse no século XIX?
Perdida é uma história divertida, apaixonante e intensa, que vai querer devorar até à última página.
Sofia é uma jovem de 24 anos que vive numa grande cidade e está habituada à sua vida independente e moderna. Divertida, mas solitária, Sofia não acredita no amor, convencida de que os únicos romances da sua vida são aqueles que os livros lhe proporcionam. 
Porém, após comprar um telemóvel novo, algo misterioso acontece e Sofia descobre que está perdida no século XIX, sem saber como ou se poderá voltar para sua casa, para o «seu» século. Enquanto tenta encontrar uma solução, é acolhida pela família Clarke, à qual, à medida que os dias passam, se afeiçoa cada vez mais. 
Com a ajuda do prestável ? e lindo ? Ian Clarke, Sofia embarca numa busca frenética e acaba por encontrar pistas que talvez a ajudem a regressar à sua vida.
O que ela não sabe é que o seu coração tem outros planos, e que a ideia de deixar o século XIX pode vir a tornar-se angustiante?
Opinião 

Este livro da Carina Rissi traz-nos uma história de amor impossível. O curioso deste amor é que não é impedido pelas frequentes diferenças abordadas noutros livros, como a diferença de idades, a diferença racial e social, nem encontramos uma terceira personagem a atrapalhar o amor da jovem Sofia e do maravilhoso Ian Clark, mas sim, o tempo. O tempo é o grande vilão. Sofia é uma jovem apaixonada por tecnologias, descrente no poder do amor e de repente tem a sua vida virada do avesso após a compra de um telemóvel que a transporta para outro século. Sofia aterra, literalmente, em 1830, na vida do jovem Ian.

A abordagem da autora é muito interessante, ela evidenciou bastante as diferenças que o tempo exerce sobre a sociedade, através das mudanças de roupa, linguagem, tecnologias, modos de pensar, etc. Contada na primeira pessoa, temos a impressão de estarmos a ler um diário. Uma espécie de conto de fadas modernizado. 

Aquilo que é impensável aos olhos de Ian, é totalmente natural para Sofia e torna-se sobretudo cómica a forma como estes dois vivem aquele amor, apesar das diferenças – muitas – que os separam.
Embora a história decorra em 1830, a autora absteve-se de explorar o lado histórico, fazendo com que a história girasse somente em torno do romance, evidenciando, obviamente, pequenos pormenores da época, que tornaram a leitura muito interessante.

A narrativa é fluida e simples. A leitura é rápida, principalmente, porque a história nos agarra desde a primeira página.

Com uma pitada de erotismo, nas cenas de amor, entre os protagonistas, mas descrito de uma forma tão leve e tão poética que não fez com que a essência da obra se perdesse.

A autora inovou, sem sombra de dúvidas. A história sofre diversas reviravoltas e as cenas finais são extremamente emocionantes, podendo deixar os mais sensíveis, a lacrimejar. De facto, não é qualquer autor que consegue criar uma obra tão simples e com tanto conteúdo.

Damos por nós a desejar viver aquela mesma história, e os risos são uma constante ao longo da leitura, dada a pitada de humor que adoçou a obra.

Esta leitura teve o apoio da Topseller, a quem endereço os meus agradecimentos