Susana, sê bem-vinda a este espaço. É um gosto poder conhecer-te melhor e apresentar-te aos seguidores deste espaço, para começar: Como é que te iniciaste na escrita? 
Em primeiro lugar, quero agradecer o convite, a oportunidade que me está a ser dada de apresentar e divulgar o meu trabalho. Em relação à pergunta que me faz… desde muito cedo que tenho esta paixão pela escrita. Recordo-me que adorava escrever pequenas histórias e imaginava que um dia elas poderiam estar nos livros do primeiro ciclo. Tinha a certeza, a confiança, na mais pura inocência de que os meus textos, as minhas pequenas histórias, iriam ensinar crianças e adultos a serem pessoas melhores. Porém, só em 2013 é que tive coragem, por iniciativa de alguém ligado à literatura, de mostrar o que escrevia e posteriormente, publicar.

São inúmeros os sentimentos que nascem no âmago do escritor. Quais aqueles com que mais te identificas? 
Os sentimentos que mais me dominam são o desafio, a superação, a  realização.

O que é que a escrita mudou em ti, enquanto pessoa? 
A escrita mudou a minha forma de agir, percebi que tudo tem o seu tempo, que para chegar ao pretendido não podem existir atalhos, tudo tem que ser pormenorizado, e muito bem estruturado. Tornei-me mais exigente e perfecionista.

E enquanto escritora, o que tens aprendido?  
Como escritora tenho aprendido a dar liberdade às minhas palavras. Hoje consigo expressar tudo o que sinto e mostrar aos meus leitores e ouvintes as mensagens que pretendo passar.

Como definirias a escrita na tua vida: um passatempo, uma necessidade ou um acaso? 
Neste momento a escrita é uma necessidade na minha vida, porque se tornou um dos meus maiores prazeres e já não me imagino a viver fora desta área. Um passatempo porque juntei a escrita à narração e tornou-se uma terapia. Um acaso, porque aconteceu tudo muito inesperadamente. Assim sendo, as três.

Tens-te dedicado, desde janeiro de 2014, à publicação de obras infantis. Como surgiu a ideia de escrever para os mais pequenos? 
Todos os meus livros são infantis, e todos eles falam sobre valores humanos. A ideia surgiu porque queria que pais e filhos tivessem a oportunidade de ler livros juntos, que as escolas tivessem momentos de leitura, e que todos fizessem uma reflexão sobre o dia a dia, sobre as atitudes perante os outros e perante si mesmos, e o que descobrissem o que é podemos melhorar como seres humanos.

Depois de “Coração Sem Cor” e “Coração Sem Cor… Sem Diferenças”, publicaste em 2018 o título “O Que Vês”. Como correram essas experiências? 
Foram experiências muito boas, o retorno tem sido incrível, acredito que a mensagem que pretendo transmitir está a ser bem recebida. "O Que Vês", por exemplo, fala de uma criança invisual, e o que mais gostaria, para além de mostrar como se vive num mundo escuro, era alertar para as dificuldades. Desejo um dia publicar em Braille.

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Agora preparas o lançamento de “És Tu” e a sua versão inglesa “It’s You”. Podes falar-nos um pouco deste novo projeto?
Esta nova obra fala de multiculturalidade, sobre bens e valores essenciais à vida. Penso que será uma mais valia para famílias e educadores, mostrarem às crianças, que todos devem ser respeitados como seres individuais inseridos na mesma sociedade.

O que te inspirou a escrevê-lo? 
O que me inspirou a escrevê-lo foi uma fotografia. Como sabe, sou narradora e, um certo dia, estava numa escola e uma professora pediu-me para registar o momento com uma criança de cada nacionalidade, estavam presentes 22 diferentes, imaginei como se sentiriam a viver no mesmo espaço, e se fossem educadas por uma pessoa que nada tinha a ver com as suas origens.  O entusiasmo chegou, e o resultado foi esta obra.

Como têm reagido os leitores face ao teu trabalho? 
Os leitores têm reagido muito bem, com elogios, dando sugestões para outros temas que deveriam ser abordados. Um desses leitores, que também é um crítico construtivo, costuma dizer uma frase que se tornou no meu slogan "São livros que devem ser lidos por crianças e por adultos".

Se só pudesses ler apenas um único livro para o resto da tua vida, qual seria o privilegiado? 
Ler apenas um único livro para o resto da minha vida seria muito complicado, há grandes autores, inúmeros livros que pretendo ler, mas vou dar-lhe um exemplo de um livro de leitura simples que me tocou, e que gostaria que todos os seres humanos o pudessem ler, nem que fosse apenas uma vez na vida, Vendedor de Sonhos, Augusto Cury, é uma lição.

Se tivesses de escrever num género diferente, a qual desafio te proporias?
Se algum dia optasse por um outro género de escrita, seria uma biografia. Desde muito pequena que admiro uma personalidade do nosso país, pela sua luta, coragem, certezas, conquistas e solidariedade. Um vencedor. Mas deixo essa parte para quem se dedica à literatura biográfica.

O que é que os leitores podem esperar de ti para o futuro? 
Não gosto muito de falar de futuro, prefiro o presente, mas enquanto eu estiver na área podem esperar muita escrita, muita dedicação e muita gratidão por me acompanharem e valorizarem o meu trabalho, não só como escritora, mas também com narradora e contadora de histórias. 

Descreve-te numa palavra:
Superação!