Fé, Lamparina e Querosene é uma das obras mais recentes da autora brasileira, Tereza Barreto, descrita por aqueles que a conhecem como um símbolo de amor e fé, palavras que descrevem, na verdade, a sua escrita tão simples e cheia de vida.

Neste seu novo livro, a autora conta-nos várias histórias sobre a sua vida, desde o seu nascimento, à sua família, às pessoas que a marcaram, à sua mãe que tanto ama e ao lugar onde cresceu.

Achei bastante curioso o facto da autora usar das cores para introduzir cada uma das suas histórias, como se a cada nova história, Tereza tecesse um novo padrão, um novo bordado. Bordado esse feito com as linhas da vida, da sua e daqueles que ama.

Destaco um dos muitos parágrafos da obra que me comoveu:

Quando eu era criança, lembro­ me que ele chegava da roça e perguntava para mamãe: “E essas crianças, Minita? Além da escola, o que mais fizeram hoje?”. Esperava o relato da mamãe. Se caso ela lhe dissesse que nós não havíamos molhado a horta, dado água para porcos, debulhado milho para as galinhas, torrado café, socado arroz, ralado mandioca ou algo assim, ele ficava irado! Ele nos olhava atentamente, dentro dos olhos. Não era de gritar ou fazer escândalo, mas falava olhando dentro dos nossos olhos: “Esse prato de comida que vocês estão comendo agora, sem trabalhar, vocês estão devendo para alguém!”.

Este género de relato; simples, direto, vivo e real, transporta o leitor para dentro da narrativa, para dentro da própria autora, numa viagem prazerosa e agradável que nos faz pensar, refletir.

Esta obra é também uma declaração de amor aos seus, à família, às origens, à sua essência.

Neste livro, Tereza conta-nos a sua história com uma linguagem bastante acolhedora. 

Trata-se de um livro emotivo, marcado pela vida, pelo amor e por todos os sentimentos que estão tão profusamente enraizados no coração da autora, uma obra a ter em conta.